Corvo narrando A porta do meu escritório e por ela o cobra entrou, a sombra alongada dele preenchendo a soleira, a cara de poucos amigos de sempre, mas nos olhos eu li a lealdade que me mantinha no topo. Eu, o Corvo, o dono dessa p***a toda. — Senta aí, meu fechamento. Tenho um papo reto contigo — mandei, a minha voz rouca, calibrada pra impor. Cobra se ajeitou na cadeira em frente à minha mesa. — Fala a fita, Corvo. Tô na escuta. — É o seguinte. A Lisandra, minha cria, tá virando mulher. E não é qualquer uma, tá ligado? É o fruto do meu amor com a Maite. Ela merece uma apresentação à altura. Quero preparar um baile, tipo um Baile da Facção, mas chique, organizado, pra mostrar a todos quem é a filha do Corvo. Ela vai ser a rainha. A herdeira. Cobra assentiu, o maxilar duro. — Ente

