Bar

1276 Palavras
Melanie Price Narrando Nem acredito que hoje é o último dia de férias. Amanhã é o dia das boas-vindas aos novatos, apresentação de professores novos e todas aquelas coisas chatas de início de ano letivo. Eu não estou animada, até porque, não gosto dessas formalidades. Meu problema é ser ansiosa demais. Só de pensar no início do ano letivo, já fiquei com ansiedade e, essa ansiedade, me deixa muito incomodada. Eu já tentei todo tipo de respiração possível, mas não consigo me acalmar. Então, talvez, eu devesse tentar o que meus amigos sempre dizem: Sair com alguém. Beber uma cerveja... E realmente me acalmar. Relaxar, eles dizem. Peguei meu celular e mandei uma mensagem para um cara com quem tenho ficado. O nome dele é Joe, ele gosta muito de jogos de tiro. Eu tô meio cansada dele, mas acho que é a única pessoa disponível de última hora, então peguei meu celular e mandei uma mensagem. Mel: Oi, Joe! Vamos ao bar tomar uma cerveja? Joe: Sim! Que horas? Mel: 20h tá bom? Joe: Certo! Te encontro lá. Comecei a me arrumar. Coloquei um vestido vermelho colado no corpo, com um salto médio também vermelho. Fui até o bar, cheguei exatamente às 20h. Entrei e observei o bar. Vi um cantinho no balcão e caminhei até lá, me sentando em um banquinho. – Olá. Quer beber alguma coisa? – O barman ofereceu. – Ainda não, obrigada. Estou esperando um amigo. – Eu sorri para o barman e ele sorriu de volta, indo atender outra pessoa no bar. Aguardando o Joe, comecei a mexer no celular ao mesmo tempo que olhava para todos os lados. Talvez eu seja um pouco paranóica, mas, aparentemente, ele estava atrasado. E atrasos me irritam. Nove horas. Fiquei de saco cheio e pensei em levantar, mas daí, vi aquela mulher morena na parte de fora do bar, rindo com um homem talvez um pouco mais velho, e ela estava vestindo uma camiseta bem larga e calça preta. Ela tomava uma cerveja com uma mão e segurava o cigarro com a outra. O sorriso dela era o mais bonito que já vi na vida. Eu queria muito, muito conversar com ela. Ela parecia tão interessante. A mulher bonita entrou no bar. E sim, ela veio em minha direção. Eu m*l acreditei quando os olhos dela cruzaram os meus, parecia que eu estava encarando um pote de mel de abelha. Mas daí, apesar de estar próxima de mim, não era eu que ela queria e sim mais uma cerveja. – Pode me dar mais uma artesanal da casa. – Ela disse. O barman entregou e ela pegou, mas ao invés de sair... Sentou-se no bar. Olhei para fora, e o homem ruivo que a acompanhava havia ido embora. Eu sentia medo. Não aquele medo comum, mas era como se essa mulher me intimidasse ao ponto de eu simplesmente não conseguir me mover. Quando o barman se aproximou novamente, pedi uma margarita. Dizem que é uma bebida de menininha, mas tomar uma dessas de estômago vazio pode causar um belo de um estrago. Eu estava contando os segundos para minha bebida chegar e eu não precisar ficar encarando o celular como uma maluca. Ao mesmo tempo que eu queria beber ali, queria fugir. O Joe nunca mais vai ver a minha cara de novo por me fazer passar por isso. A mulher morena virou de frente pra mim. Eu engoli seco e fingi que não estava vendo, até que se tornou insustentável. Quando finalmente olhei para ela, ela sorriu. – Parece que alguém deixou você plantada por um bom tempo aqui. Olha... – Ela se aproximou de mim, como se quisesse me contar um segredo. – Eu não daria outra chance. Até porque, você tá gata demais pra ter que ficar com a b***a nesse banco de bar. Eu não acredito que tô tão nervosa que meus joelhos aparentemente se transformaram em geleia. Ainda bem que estou sentada. – Como você sabe disso? – Ela deu uma risadinha ao me ouvir falar. – Você foi a única pessoa pra quem olhei nesse bar além do meu irmão. O cara ruivo que estava comigo lá fora. Que aliás, foi embora porque eu disse que tinha alguém interessante demais plantada por aqui. – Sem palavras. Eu estou definitivamente sem palavras. – Me observou a noite toda? – Questionei. Ela deu uma risadinha completamente sem vergonha, mostrando uma linha adorável na bochecha. – Não exatamente. Vi que você entrou sozinha, me interessei... E quando vi que ainda estava sozinha, decidi vir aqui oferecer companhia. – Ela fala como se fosse a coisa mais natural do mundo conversar com estranhos. Então, ela esticou a mão para mim. – Sou Lillie. – Melanie. – Estiquei a mão, a cumprimentando. – Vou ser bem direta com você. Eu vi que você também me olhou várias vezes essa noite... – Ela soltou mais uma daquelas risadinhas sem vergonha. Por Deus, essa mulher exala t***o. – Eu quero te tirar daqui e fazer essa noite valer a pena pra você. E pra mim, claro. – Ela tomou um gole da cerveja e eu juro que senti um calafrio na espinha. – O que pretende fazer comigo, Lillie? – Nesse momento, o barman me entregou minha bebida e eu tomei um gole. – O que você permitir, Melanie. –  Eu arregalei um pouco os olhos, a observando. – Não sou invasiva. Não se preocupe. – Disse a moça que acabou de me conhecer e quer me tirar daqui. Lillie tirou a carteira do bolso e colocou cem dólares no balcão, olhando para o barman. Ela piscou um dos olhos e ele sorriu para ela. – Valeu pela gorjeta! – Ele gritou. – Cobra o dessa morena também. O resto é teu. Ela apontou para mim. Ele ergueu um polegar e ela começou a sair do bar. Meu coração tava acelerado pra caralho... E então, ela virou para mim, já alguns passos distante. – Você não vem? – Ela disse. Eu não acredito que tô deixando metade de uma margarita no balcão do bar e saindo dele com uma completa estranha. O que diabos deu em mim? Lillie e eu chegamos perto de uma moto Harley Davidson custom, onde ela abriu o banco e tirou dois capacetes. Ela jogou um pra mim e começou a colocar o outro na cabeça. A verdade é, eu nunca andei de moto. Eu não sei colocar um desses. Em segundos, ela estava de capacete e eu ainda tentava encaixar o meu na cabeça. – Vem cá, linda. Deixa que eu te ajudo com isso. – Ela sorriu com a viseira aberta e colocou aquela coisa na minha cabeça, e aí eu me lembrei que eu estou de vestido. – Como eu vou andar de moto de vestido? – Arregalei os olhos, e ela mordeu o lábio inferior, como se pensasse. – Se agarra bem em mim que ninguém vai ver sua calcinha... Tirando eu. – Ela subiu na moto e estendeu a mão para mim. Aquele sorriso canalha... Aquela p***a de sorriso canalha. Sim, eu subi na garupa de uma mulher morena extremamente excitante que eu acabei de conhecer. Eu nunca, nesses vinte anos de vida, fui tão irresponsável. Abracei Lillie com força e até um pouco de medo, depois de passar um tempo tentando fazer com que meu vestido não subisse tanto. Eu não queria deixar minha b***a de fora, eu não tava tão doida assim. E aí, ela ligou a moto, e partimos para a minha primeira aventura da vida. Tô saindo com uma completa estranha. É, Joe, você nunca mais vai ver minha cara mesmo!
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