Quatro babacas de terno

→Prólogo

- Tudo bem, quem começa?

A garrafa está posta sobre a mesa para todas, sentindo seus músculos tensos e olhos atentos, as quatro garotas respiram fundo sem ditar uma palavra. Poderiam comparar isto como uma disputa de faroeste onde os personagens semi cerram as pálpebras um para o outro, e aquela bola de galhos secos percorre um longo caminho lento na rua deserta com um sol escaldante.

Embora as luzes néon junto às pessoas suadas se esfregando ao som da música eletrônica, denunciasse tudo.

É estranho, talvez porque esta seria a primeira vez delas em uma boate ou o momento que resolveriam se rebelar.

Sentindo-se relaxada a Parker é a primeira a levantar confiante, veio ali para se soltar, o trabalho não está mais dominando a partir daquele momento. Subindo na mesa com a garrafa de Whisky nas mãos, uma perfeita Chivas Regal de dezoito anos. Respirou fundo novamente, olhares curiosos a seguindo como um dos melhores espetáculos da noite, todos resolveram prestar atenção na garota de cabelos vermelhos vestida com o tradicional terninho de secretária em cima da pequena mesa redonda.

Talvez esperassem um striptiese ou algo semelhante, ousado. Mas naquele momento, elas vão soltar tudo. Absolutamente toda a m***a escondida dentro de si, porque f**a-se o dia seguinte ou qualquer outra coisa.

É hora da festa meninas.

- Eu odeio o meu chefe!! - a garrafa é erguida para cima num grito firme e feminino da mulher de cabelos ruivos, enquanto todos vão à loucura com gritos eufóricos e elétricos.

- Isso Parker! Coloque tudo para fora! - sorridente demais por conta do álcool, Annie é a primeira incentivando sua amiga com seu copo para o alto.

- Ele é perfeito! Isso me irrita! - continua. - Seu jeito fofo ao mesmo tempo arrogante me tira do sério, eu tenho certeza que usa todo esse charme ridículo para levar metade daquelas modelos para a sua cama!

- Mulherengos! - uma voz desconhecida grita indignada fazendo todos concordarem em uníssono.

- Sim! - Rosália aponta com a garrafa para o fundo não fazendo ideia de quem se tratava a voz, além de estar um tanto desnorteada. - São todos iguais, que gostam de iludir e machucar mulheres! Eu já encontrei calcinha no escritório do meu chefe! Talvez esquecida, mas isso não importa. Ele continua sendo um b****a, mimado que apenas usa a máscara de homem fofo para seduzir as mulheres!

Murmúrios, cabeças confirmando pelas palavras tão sábias da ruiva são emitidos por todos. Até mesmo Joei, o carinha atrás do balcão servindo algumas bebidas, que se diverte com as garotas malucas.

E finalmente encorajada pela mais tímida do grupo, Lily levanta-se também subindo na mesa ao seu lado, seu pulmão gritando por adrenalina. Está pronta para soltar todos os seus problemas como a amiga. Afinal, nada melhor do que sentir a liberdade correndo por sua veias, ao menos por uma noite.

- Pessoal! - a loira sorri. - Eu também odeio meu chefe.

Gritos e assovios femininos, até mesmo masculinos, chegam até seus tímpanos sensíveis. Aquilo estava começando a se tornar divertido.

- Ele é um mimado i****a que pensa que todos o idolatram só porque é lindo, bilionário e dono daquela empresa patética! E.. - ela vira-se para a ruiva ao lado que encara tudo com um sorriso orgulhoso nos lábios grossos. - Eu também já encontrei calcinha no escritório dele.

- Viva!!

- Morte aos chefes babacas!!

Uma mulher bêbada grita alto, deixando todos de olhos arregalados e expressões assustadoras. Embora, logo desviando da mesma que agora estava com as bochechas rubras.

- Tudo bem minha vez. - Annie é a terceira que levanta o copo com uma bebida reluzente para o alto, trazendo toda a atenção voltada para si. - Como vocês devem imaginar, eu odeio meu chefe!!

Aplausos com alguns homens gritando no fundo fazem todas quase ficarem surdas, oh m***a isso é malditamente eletrizante.

- Ele é irritante! Gosta de flertar com todas! Não consegue aceitar que não vou cair em seu papinho furado. - seus dedos pequenos ficam brancos em torno da borda copo, levando até a boca e sentindo o gosto amargo e adoçado do álcool descendo por sua garganta.

Enquanto todos aplaudem.

- Eu e o meu chefe nos odiamos!! - Brooke da sua continuidade, a mais velha não poderia ficar de fora dessa loucura. - Ele não consegue superar o passado pessoal! Não tenho culpa se tive que dar um fim ao nosso relacionamento quando estávamos no colegial, agora está disposto a esfregar seu maldito dinheiro na minha cara.

Os gritos ficam cada vez mais altos, estão realizadas, pelo menos por aquela noite.

- Meninas.

Rosália se aproxima cautelosa, juntando todas numa pequena roda entre si, o som abafado, olhos cintilantes, em suas mãos um copo de sua bebida favorita.

- Um brinde aos quatro babacas de terno.