Capítulo 2

1220 Palavras
- E AI, MEU PRINCIPE! –Eu digo, entrando no quarto dele, enquanto ele pula da cama para o meu colo – Pronto para hoje? - Muito! – ele me abraça apertado e eu beijo seu rostinho -Vem, vamos para o banho, sapeca. Jack entra no banho e eu apronto Bernardo. Ele está penteadinho, os cabelos com cachinhos como os de Jack quando eram grandes, os olhos também, me olhando cheio de expectativa. - Fico assustada no quanto você parece com seu pai. – ele ri - Papai já está pronto? – eu suspiro frustrada -Ele não vai com a gente. - Por quê? – ele pergunta triste - Muito trabalho. – dou de ombros e ele faz biquinho – Mas não fique assim, você vai se divertir muito hoje e eu vou te levar e te buscar. Agora vá ver desenho, enquanto eu me arrumo. Pede a Tereza para colocar a mesa do café. - Sim, mamãe. – ele sai todo animado novamente pela casa Eu suspiro cansada e vou para o quarto. Jack está saindo do banheiro de cueca, secado o cabelo na toalha. Eu m*l o olho, apenas passo, pegando meu celular e ligando para Guillermo. - Oi, Guille. Então, tive um probleminha. Sabe a reunião de amanhã às 10h? Pode remarcar para 13h? – ele pergunta por que – A Lara me ligou ontem pedindo ajuda, ela me pareceu meio desesperada. Como não é uma reunião muito importante, pode mudar o horário? – ele confirma – Avisa a produção, por favor. – ele pergunta sobre as letras – Sim, vi no meu email, não consegui ler direito ainda. Mas faço isso antes da reunião. – ele confirma e se despede – Obrigada, Guille. Até mais. – E desligo o telefone Jack veste a calça me olhando cheio de expectativa. E eu m*l o olho. Passo para o banheiro, pronta para um banho. Jack me espera cozinha, tomando café com o Bernardo. Eles conversam animados e Bernardo sorri. Eu entro pronta na cozinha, com uma calça jeans e uma blusa coladinha azul piscina. Os cabelos em cascata chocolate e uma sapatilha. Bernardo sorri. -Está linda, mamãe. - Obrigada, meu amor. – beijo sua cabeça, me sentando na mesa O café foi silencioso entre eu e Jack. Bernardo não notou o clima e continuou conversando animado com o pai. - Bernardo, tá na hora. – limpo a boca e me levanto – Pega suas coisinhas no quarto e vamos. – ele sorri animado e vai correndo Passo pela sala, pegando minha jaqueta e vestindo. Recolho a chave do carro e o celular na mesinha. Quando uma voz no pé do meu ouvido me estremece.. - Vai me continuar me ignorando?-Jack pergunta. -Vou. – lhe dou um olhar gelado, ignorando a reação do meu corpo com a sua voz -Rebecca, não tem como eu ir. Seja tolerante. -Eu sou tolerante, Jack. Você sabe que não precisamos abdicar desses momentos em família por dinheiro. -Não é por dinheiro, é a minha carreira e eu a prezo, sei que trabalhamos juntos, mas, eu também tenho meus próprios projetos. - Nunca me coloquei contra sua carreira e nunca irei me colocar. É uma balança e você já escolheu o lado. Seu filho não vai ter um dia menos maravilhoso por causa da sua ausência, porque EU não vou deixar. – ele fica realmente nervoso -Parece que eu fiz algo horrível. – eu bufo cansada - Olha, Jack. Não vou discutir. Se você não enxerga um palmo na frente dos seus olhos, compre um óculos. Hoje não é dia disso. Com licença. – eu me dirijo até o quarto de Bernardo, ajudando ele com a mochila e saindo minutos depois com ele pela sala. Ele beija Jack, alegre e eu nem olho ele. Quando fecho a porta, peço para Bernardo pedir o elevador. Lara abre a porta da frente, saindo com Luna no colo. - Bom dia! - Bom dia, tia Lala! Tô bonito? - Você tá lindo, meu príncipe! – ela beija a cabeça dele que ri sapeca – E você, - ela me olha séria – o que houve? -Ah, Lara.. – suspiro – Depois conversamos. – aponto para Bernardo com a sobrancelha - E Jack, cadê? – ele olha a porta do meu apartamento fechada - Não pode vir. Esse é o problema. – ela revira os olhos – Depois falamos. E você coisa linda. – beijo a barriga de Luna – Você tá cada dia mais linda, sabia? – ela beija meu rosto - Becca.. – Luna esta aprendendo a falar. Toda fofa e esperta como Lara. Os cabelinhos pretinhos e lisos, o rosto redondinho. -Precisamos ir se não vamos nos atrasar. Mas amanhã eu vou com você no.. aonde mesmo? - Depois eu te explico. – ela revira os olhos e eu rio - Ok. – digo entrando no elevador – Mas só posso até meio dia. - Tempo de sobra. Tchau, Bernardo. Boa aula! – ele agradece e o elevador fecha. Jack sai, fechando a porta e Lara ainda está parada no elevador. Lara olha séria para ele. - O que foi? - Você sabe que deveria ter ido com eles, né? - Ah, Lara. Você também. – ele bufa – Hoje não, não me enche hoje não. – ele aperta o botão do elevador e ela entra com Luna, bem irritada com ele. Jack passa o dia todo longe, irritado com tudo, pensando no que Rebecca lhe disse, mas o mesmo tempo focado na reunião, no contrato e naquilo que ele foi fazer. O resto do mundo desligou, ele ia fechar aquele contrato de qualquer jeito depois se resolvia com Rebecca como todas as outras vezes que brigaram. - Chegamos, amor.-Rebecca diz a Bernardo, chegando na escola. - Mamãe, - ele faz biquinho – não quero mais ir. -Por que, amor? – lhe toco o rostinho – Você ficou ansioso por isso meses! -Não quero ficar sozinho. – ele tá quase chorando -Você não vai ficar sozinho. Vem cá. – eu solto o cinto e ele vem para o banco da frente, sentando no meu colo – Lá dentro tem um montão de crianças iguaizinhas a você. – toco a ponta do seu nariz – Elas estão lá para brincar, desenhar, pular, rir, cantar.. Tudo que você já faz comigo e com seu pai. Agora você vai brincar com outras crianças e com a gente. - Iguais a Luna? – vejo uma animação nascendo de novo em seu rostinho - Iguais a Luna! - Queria que o papai tivesse vindo.. – ele abaixa o rostinho e eu o abraço - Também. – suspiro – Mas tudo bem, ele com certeza vai vir te trazer outro dia. Agora vamos. Vamos que você tem um dia de diversão! – ele sorri – Você está pronta, criança? - Estou capitão! - Eu não ouvi direito? - Estou capitão! – ele começa a rir e eu a fazer cócegas nele - Assim é melhor, agora vem. – abro a porta do carro, dando a mão a ele e trancando, eu atravesso a rua, conversando e brincando com o Bernardo. Enquanto caminho com Bernardo até a porta da escola, passo em frente a um café, nem olho e continuo andando.. -Rebecca? –Alguém me chama, e eu me viro para olhar.
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