A Professora ( Romance Lésbico )

03

Pov Wanessa

_Então..agora preciso de uma ajudinha.-Digo entrando em seu bairro-Onde é a sua casa?

_Pode me deixar aqui mesmo… Não me precisa me levar até lá- Amy falou tirando o cinto. Eu então mais que depressa travei as portas do carro.

_Eu insisto em te levar lá.-Ela me encarava com uma cara de surpresa. Eu sei que pareci uma louca fazendo isso. Mas eu realmente queria saber onde ela morava. "Estou ficando louca! Só pode!"

_Tudo bem… bom… a quinta rua a direita.- ela falava voltando a olhar para frente. 

Era um momento tenso, na verdade, a viagem inteira foi. Tentei falar com ela algumas vezes, mas sempre me arrependia mentalmente e acabava não falando nada. Meu deus! Oque está acontecendo comigo eu nunca deixei ninguém me deixar assim, sem ter oque falar, sem reação. Ela por incrível que pareça era a única que conseguia. Depois da cena do refeitório achei melhor, me manter o mais distante possível dela. Mas quando vi ela sozinha no ponto de ônibus meu coração quase saiu pela boca, ela estava tão linda, mesmo parecendo brava estressada ela ficava linda. 

Chegando em frente a casa dela, ficamos em silêncio por alguns segundos olhando para frente. Parecia ser proibido uma (olhar) para os olhos da outra. Mas decidi acabar com o silêncio e falar algo. 

_Bom está entregue.-disse olhando para ela, que continuava olhando para frente. 

_Wanessa posso te fazer uma pergunta?- ela falou se virando e olhando para mim.

_Claro!- disse respirando fundo, aqueles olhos, cor de mel que ela tinha me deixavam completamente sem jeito.

_Por que saiu daquela maneira do refeitório?- Agora seus olhares eram curiosos a espera de uma resposta. 

_Bom...-Aquela pergunta tinha me pegado de surpresa.-Eu… é.. Bom…-Meu celular toca 

_Uffa!-pensei-Salva pelo gongo.-E esse "Gongo" tinha nome. Marcelo meu marido. Sim, eu sou casada. Mas ele sempre estava viajando a negócios, e com isso ficava sozinha por vários messes. 

— Alô?-digo

_Oi amor. Já está em casa. Acabei uma reunião agora e..

_Marcelo- digo o interrompendo.-Eu ainda não cheguei em casa, estou um pouco ocupada agora te ligo quando chegar em casa.

_Ta… Tudo bem Amor… Te amo!

_Te amo também!

 Desliguei o celular e voltei a olhar Amy, que parecia decepcionada.

_Olha Wanessa nem precisa dizer nada. Eu nem deveria ter tocado nesse assunto. Me desculpa.-Ela falava olhando para frente novamente. 

_Olha Amy eu…

_Você pode destravar a porta por favor.- Ela falou seca. Por mais que eu quisesse dizer algo não era o momento. Apenas destravei a porta e vi ela sair as pressas até entrar em sua casa.

*****

POV AMY

Entrei em casa correndo e fui direto para meu quarto. "Como não pude perceber que ela era casada. E ainda fiz aquela pergunta ridícula sobre a cena no refeitório, era melhor ter ficado de boca fechada, e outra desde quando eu me interesso por mulheres. Aff como sou sortuda, primeira mulher que me interesso e ela é casada. Deus!"-Pensava deitada em minha cama fitando o teto. 

Em seguida decidi que iria esquecer oque aconteceu e me focar no meu trabalho e nos meus estudos que eram minhas prioridades no momento. Levantei da cama me troquei, colocando um pijama e me deitando novamente, dessa vez para realmente dormir. 

****

Acordei no dia seguinte com o despertador tocando sem parar. Levantei meio sonolenta, deliguei o despertador e desci para tomar um banho antes de ir para o  trabalho.

Minutos depois já estava pronta para ir, deixei o uniforme em minha bolsa dessa vez, pois como não ia de carro, não tinha a menor chance de eu ficar desfilando pelas ruas da cidade com aquele uniforme ridículo. Apenas usava uma calça (jeans), uma regata branca, e uma sapatilha beje. Sai assim de casa e fui direto para o ponto de ônibus.

Que como sempre estava lotado de pessoas! Segundos depois meu ônibus passa, eu entro nele e agradeço a deus mentalmente por só algumas pessoas que estavam no ponto terem entrado no ônibus, e não todos que estavam lá. Mesmo ele estando um pouco cheio, encontrei um lugar para eu sentar.

Fui o caminho inteiro escutando Adele e olhando para vidro do ônibus. Apenas fitando a paisagem e pensando em muitas coisas como sempre. Chegando em meu trabalho fui direto para onde ao banheiro dos funcionários me trocar e colocar o uniforme. Guardei minha bolsa e fui trabalhar.

***

_13:30, aleluia hora do meu almoço!-pensava fitando o relógio do estabelecimento.

_Só fica aí pensando na morte da bezerra!- olho pro lado procurando o dono da voz que era familiar. E encontro era a voz do meu melhor amigo Victor. 

Ele havia viajado para Nova York por uns tempos, pois precisava resolver algumas coisas com a família dele que vivia lá. Por isso meus dramas nesses meses eu sofri sozinha, não queria incomodar lá. Até porque essa viajem não era para matar a saudades e sim para ver seu pai que estava com câncer e estava morrendo. Além disso, tinha todo um drama da família dele que não o aceitava por ele ser homossexual, então aos 13 anos ele veio para o Brasil morar com a tia dele, que era um amor de pessoa e o aceitava exatamente como ele era. Mas conheci ele quando tinha uns 15 anos, nessa época ele tinha a mesma idade que eu, estávamos no mesmo ano escolar, não eramos os mais populares e isso acabou nos unindo, começamos a sempre andar juntos, vivemos muitas coisas juntos, por conta disso somos melhores amigos até hoje. 

_Victor!- fui em direção a ele, que estava perto da porta do estabelecimento, e o abracei. Um abraço forte e demorado para matar as saudades. 

_Eiai amore! Vamos almoçar comigo!?- Victor falava ainda com os braços em volta de mim, sorrindo.

_Claro! Deixa eu só pegar minha bolsa e a gente já vai.- Disse soltando de seus braços e indo pegar minha bolsa. 

**

Ficamos em um restaurante não muito longe de onde eu trabalhava, ate porque logo teria que voltar. Ficamos em uma mesa próximos às janelas do restaurante que eram enormes e mostravam o fluxo de pessoas indo para lá e para cá no centro. Pedimos a comida e ficamos aguardando observando as pessoas pela janela. 

_Passada com esse seu uniforme ‘sexy’!- Victor falou com tom de ironia  rindo em seguida.

_Hahaha muito engraçado!-retruco com a cara seria._Você sabe o quanto eu odeio esse uniforme!

_Eu sei miga eu to brincando!- falou segurando minha mão que estava em cima da mesa!

_Eu sei… Estava com saudades- falo apertando sua mão.

_Eu também! Você nem sabe o quanto queria que você estivesse lá comigo! Foi f**a algumas coisas que aconteceram.- Em seguida soltamos as mãos para que o garçom colocasse os nossos pratos sobre a mesa.

_Quero saber de tudo! Mas antes vamos comer que estou varada de fome!- Rimos juntos. E começamos a comer e conversar.

Ele começou a me contar de como foi difícil quando ele chegou lá. Pois, sua família ainda continuava com o mesmo pensamento sobre a sexualidade dele. Mas que depois de alguns meses seu pai começou a conversar mais com ele e se aproximar dele. Assim aconteceu com todos os outros membros da família, se aproximaram mais do Victor pediram desculpas pelos anos longe dele. Um mês depois seu pai faleceu, ele disse que ficou triste e decepcionada por não ter mais tempo com seu pai. Depois disso ele ficou mais algumas semanas lá com a mãe dele e os irmãos até a poeira baixar. Mas achou melhor vir embora, mesmo com sua mãe insistindo que ele ficasse por lá!

_Até porque eu não posso deixar minha melhor amiga aqui sozinha!-ele disse segurando minha mão novamente.

_Hum sei! Você não queria era deixar os boys daqui!- Rimos juntos e soltamos as mãos.

_Eles também!- ele Ri

_Olha só… Sabia!

_Mas você vem em primeiro lugar amiga sempre! E.. Senhorita Amy brown, eu não recebi nenhuma mensagem enquanto estava lá. Estava tão bom assim sem minha presença?!

_Imagina. Eu só não queria te encher com meus problemas. Você já tinha demais! Mas eu sempre te mandava mensagens perguntando se você estava bem, se tudo estava bem.

_Você jamais iria me "encher" com seus problemas. Eu sempre vou estar aqui para você! Então já que eu consegui resolver meus problemas, quero saber oque aconteceu! Me conta!

_Ah migo... O de sempre! Meu trabalho continua a mesma porcaria de sempre, isso não é novidade, minha mãe ainda não me deixa dirigir.

_Ainda Miga!?

_Sim, estou sem falar com ela ainda, a última vez que nos falamos ela desligou na minha cara! Agora ela ta lá naquela viajem dela com as amigas dela… Ela me liga de vez em quando, mas eu não atendo. 

_Miga, você sabe que não atender as ligações dela, não vai fazer as coisas se resolverem.

_Eu sei… Quando ela voltar nos vamos conversar! Não quero ter que brigar com ela por telefone e estragar as férias dela por lá. Deus sabe o quanto ela precisava dessas férias.

_Pois é! Sua mãe trabalha direto coitada... Ela precisa descansar…

_É… Ah! Eu comecei a faculdade de Arquitetura!

_Como assim? Se eu não tivesse voltado agora, você estaria formada e eu nem saberia né sua cachorrinha!- Victor falou batendo de leve no meu braço.

_Eu nem sabia se iria dar certo ou não! Mas deu viado! Comecei ontem!

_E ai… Como foi?

_Uma porcaria né Victor… Primeiro porque viajei andando pela faculdade e me atrasei para entrar na sala, eu e minha distração sempre me ferrando. Estou atraída por minha professora sexy e..

_Para, para Tudo! Como assim? Eu ouvi direito? Você esta atraída pela sua professora!?

_Que é casada!- digo tomando o suco que estava na mesa.

_Você precisa me contar direito essa historia mocinha! Mas acho melhor você ir se não vai se atrasar- Victor fala. E eu imediatamente olho para o relógio e estava atrasada para voltar.

_Ai meu deus! Migo tenho que correr agora- digo pegando minha bolsa e em seguida beijando sua testa.-Eu te ligo mais tarde! Te amo.

_Te amo também- escuto Victor dizer em seguida.

Sai do restaurante correndo e fui direto para meu trabalho.

***