A vida voltou pro eixo, ou pelo menos fingiu que sim.
Os dias começaram a se arrastar naquele mesmo compasso: loja, almoço, conversa fiada com o Djalma, café frio, cliente indeciso, noite cansada. E, no meio disso tudo, eu tentando me convencer de que nada tinha mudado.
Mas era mentira.
Porque, desde o dia em que o Theo apareceu na loja, nada mais parecia igual.
Eu podia até continuar sorrindo pro Gil e brincando com os colegas, mas dentro de mim alguma coisa tinha ficado acesa — uma preocupação, um incômodo constante, uma vontade de entender o que tava acontecendo dentro daquela casa onde eu já tinha sido, mesmo que por pouco tempo, o "pai" de duas crianças que eu aprendi a gostar sem nem perceber.
Theo tinha voltado pra casa naquele dia, e eu fiquei com o coração pesado. Tentei acre
