Milena
Cativeiro – Local Desconhecido, quarto dia
Não sei onde estou, mas sei quem sou, e isso é o que ele não suporta, o chão é frio, húmido, minhas mãos estão amarradas com fita grossa, a boca seca, a cabeça ainda dói da queda, mas meus olhos continuam afiados, Pablo entra com uma bandeja, arroz frio, agua morna, ele sorri, como se fôssemos amigos.
— “Bom dia, princesa. Dormiu bem na masmorra dos traidores?”
Não respondo.
— “Você tá quieta. Gosto assim. Submissa.”
Ele senta no chão, de frente pra mim, puxa o celular, mostra a imagem, sou eu inconsciente, nua na minha cama, a legenda?
“Você ainda quer isso, Bruno?”
Ele já deve ter enviado, claro que sim.
— “Sabe o que vai acontecer agora, Milena?”
— “Você vai morrer sozinho.”
— “Errado. Eu vou voltar com você nos braços, dizer que te salvei de um ataque, e que você me perdoou, e vai ser verdade.”
— “Nem na sua mente doente.”
— “Você ainda ama o Bruno?”
— “Não”
Ele sorri, mas os olhos tremem. sabe que a pergunta foi burra, porque me deu poder.
— “Você tem inveja dele. Sempre teve.”
— “Cala a boca.”
— “Porque ele foi tudo o que você queria ser.”
Ele avança, joga a bandeja no chão, se ajoelha diante de mim, segura meu rosto.
— “Você era minha. Antes de tudo. Antes do Bruno, até do teu irmão. Você só respira porque eu deixei.”
— “Então corta meu ar, Pablo. Vê se eu morro.”
Os olhos dele marejam, mas ele levanta, sai, tranca a porta, três trincos, um alarme, e um código numérico, ele é metódico.
Mas não percebeu: me viu fraca demais. E esse foi o erro.
Casa de Milena e Thiago
Thiago segura o celular, Bruno vê a foto,ele quebra a cadeira com o impacto de arremessá-la
— “Eu vou m***r esse desgraçado.”
— “Calma.”
— “Thiago, essa p***a não é mais jogo. ELE INVADIU A CASA DE VOCES.”
Fábio entra na sala, suado, com sangue no rosto.
— “Temos a localização.”
Thiago olha pra ele.
— “Onde?”
— “Eles estão em Guaira ,na fronteira com o Paraguai,uma chacara abandonada na antiga rota do CV. Ele tá escondido lá, com energia solar e cercado de civis.”
Bruno já tá de pé.
— “Vamos.”
Thiago hesita.
— “Você vai entrar e sair, não encosta nela, se ela estiver viva, quem fala com ela sou eu.”
Bruno encara, mas concorda.
De volta ao c*******o – Milena, dia cinco
Pablo começa a desmoronar, tenta colocar música alta, tenta dizer que Bruno ignorou a foto,tenta tocar no meu emocional, inocente
Nada funciona, eu como em silêncio, olhando ele com desprezo. naquela noite, ele volta mais bêbado do que de costume.
— “Você é só casca. Por dentro, é uma garotinha assustada.”
— “Por dentro, sou o que vai te enterrar.”
Ele ri, mas treme.
— “Você me odeia tanto assim?”
— “Não. Odeio a parte de mim que um dia se envolveu com voce.”
Silêncio, eu continuo
— “Você me transformou, Pablo, Agora não tem mais nada que você possa tirar. E é aí que você perde.”
Ele encosta na parede, a respiração pesada, olhos vermelhos,de quem alem do álcool se drogou
— “Por que você não grita? Não implora?”
— “Porque eu quero que você se lembre… que quando tentou me destruir, eu olhei na tua cara e não senti nada.”
Ele se cala, e ali,no escuro… ele vem em minha direção ,me puxa pelo pé, eu me mantenho firme,olhos vidrados nos dele,achei que ele não teria coragem,mais ele teve,alem das minhas mão estarem amarradas,ele prendeu meus pes em uma corda que estava em um gancho na parede,me esticou me deixando deitada e sentou em cima da minha cintura,sem tirar os olhos dele,comecei a impulsionar meu corpo para tentar o tirar de cima,mas foi em vão ,em questão de peso Peu ganhava,alem de mais alto ,era mais pesado que eu ,com uma mão ele mantém um aperto firme em meu pescoço,seus olhos agora brilham cheios de lagrimas
— Por que você me despreza? o que eu fiz pra você ? eu era so teu mulher, eu te amava,o que ele tem que eu não tenho,fala , O QUE ELE TEM QUE EU NÃO TENHO MILENA ?
O meu silencio,e frieza,fez ali o Pablo perder a cabeça,o aperto no pescoço se fez mais forte,agora com as duas mãos,eu não queria demonstrar mais um certo receio ali se formou,eu não queria morrer assim,comçei me debater com mais intensidade,ele então tirou umas das mãos do meu pescoço e me deu dois socos na cara,o gosto de ferro era forte na minha boca,a raiva tomou conta de mim,em um movimento de desatenção ele aproximou o rosto ao meu e me beijava aonde bateu,eu aproveitei o vacilo dele e mordo com toda a minha força ,o seu rosto,o deixando com marcas de sangue,seu e meu,ele levantou de imediato,me chingando,e começou a me chutar.
— SUA DESGRAÇADA,É ASSIM QUE VOCÊ RETRIBUI TODOS OS ANOS QUE EU ESTIVE DO SEU LADO,v*******a !
Em um movimento consigo desequilibrar ele,o fazendo cair,aproveito que ele ta no chão e tento o aceitar com minhas pernas batendo nele com o meu calcanhar,ele consegue segurar minhas pernas,e novamente vem por cima de mim e me da mais um soco,esse agora me deixou um pouco tonta ,este foi certeiro,Peu então levante e começa a tirar minhas calças,
— Se for pra morrer ,então antes voce sera minha uma ultima vez
— SEU DESGRAÇADO ,NÃO OUSE FAZER ISSO PABLO EU JURO DE TE MATO ,NEM QUE TENHA QUE VIR DO INFERNO EU TE MATO, AAHHHHHHH
Eu solto um grito de ódio,um ódio sem igual me consumia,eu não acredito que isso esta acontecendo,
— Agora você vai carrega um filho meu sua v***a !
Dito isso ele me invade com tudo ,de forma grotesca,parecia um porco, eu me debatia e o amaldiçoava ,ele leva a mão novamente no meu pescoço e outra no meu peito por cima mesmo da camiseta,logo em seguida ele a rasga me deixando nua por completo,enquanto ele falava coisas sem sentido ,eu comecei a rir,eu ria descontroladamente,ele se afastou um pouco de mim,mais não parou de me abusar,
— Ta rindo do que sua maluca ?
— DA SUA MORTE SEU MALDITO !
Ele se assustou com minha fala,um som estridente corta o silêncio, sirene,explosão,eles chegaram, eu gargalhei mais ainda, mesmo amarrada,machucada,cheia de sangue, eu sabia que o inferno viria me buscar e Pablo… agora sabe também que não se pode m***r quem já morreu por dentro e renasceu com cicatrizes afiadas.