Arthur: Cheguei à rodoviária, minha última parada. Peguei um táxi para o flete, que ficava a quarenta minutos da rodoviária. Os nervos estavam presentes, não sabia se ia dar certo. Minha cabeça podia rodar a qualquer momento. O motorista ia falando do tránsito, do clima, e eu só falava "sim", "não" ou "quem sabe". Palavras curtas, sem fazer contato visual, respostas vagas para não deixar marcas, para não ser lembrado. Era uma corrida, mas numa cidade grande onde a vida não para. Chegando, paguei a corrida e assenti com a cabeça. Fui entrando, peguei a chave que estava debaixo da pedra, como dito, e entrei. O lugar tinha o básico. Fui direto à geladeira, já tinha mais de oito horas sem comer. Não quis comprar nada na estrada nem na rodoviária, para não deixar rastros. Quanto menos ol

