Sarah
— Eu acho que vai ser mais fácil eu ir te explicando e te mostrando ao mesmo tempo. — Halaf fala e eu percebo que a postura dele mudou um pouco, não estou vendo ele como o meu professor de inglês.
— Eu realmente preciso de um tempo, isso tudo é muita loucura. — Falo.
— Sarah, você não vai acordar a qualquer momento, isso tudo é real. — Ele fala.
— Os meus pais não podem vir para esse mundo? — Pergunto.
— Sim, e eles vão vir, eles irão viver aqui até você se adaptar.. ou seila, ficar pra sempre, eu não sei muito bem.
— E quando eles chegam?
— Não sei ao certo, mas fique calma, está sempre chegando jovens novos aqui, você pode fazer amizade com alguém novo ou até mesmo com um veterano.
— Não sou boa em fazer amizades. — Falo botando as mãos na cabeça.
— Aqui você vai ter muitas, vem, vamos andar por aí. — Ele estende a mão pra mim e eu pego.
Saímos do quarto e estamos em um corredor, tudo parece ser muito antigo, passamos pelo corredor e logo avisto uma porta, ele abre a porta e passamos por ela.
Saímos em uma floresta e eu fiquei confusa.
— Uma floresta? — Pergunto olhando para as árvores altíssimas.
— Basicamente sim. — Ele fala e vai andando floresta adentro.
Fico parada por um tempo, mas logo alcanço ele.
Quando passamos no meio de duas árvores idênticas tudo muda. Nenhum sinal de árvores enormes e a minha vista só tem um prédio, um prédio enorme no tom de cinza, ele parece abandonado.
— Como isso é possível? — Pergunto apavorada.
— Isso se chama magia, Sarah, magia. — Halaf fala sorrindo. — Vem, vou te mostrar a escola.
— Isso é uma escola? Parece um prédio abandonado.
— É, confesso que nesse mundo não temos muito esse negócio de boa aparência, mas por dentro é totalmente diferente.
Ele começa a andar e eu vou atrás dele, quando chegamos na frente da porta ele abre e vejo algo como uma luz azul passar pela maçaneta e automaticamente meus olhos se arregalam.
As portas se abrem e posso ver uma parte do interior deste prédio, damos um passo e entramos no edifício.
Pessoas passam por lá e para cá e eu fico observando tudo, algumas pessoas falam com o Halaf e ele com a simpatia de sempre responde com muita alegria. Passa um grupo de pessoas e elas são bem estranhas, pálidas e com olhos bem chamativos, me agarro no braço do meu professor de inglês e ele sorri.
— Não fique com medo, aqui ninguém vai te machucar.
— Não me julgue por me sentir totalmente assustada.
— Vem, vou te mostrar algo bem interessante.
Subimos uma escada e agora estamos em um corredor, ele abre uma porta e entramos em uma sala onde tem milhares de livros. Sério? Uma biblioteca?
— Ipsum revelare historic Nathaway — Ele fala e uma das prateleiras praticamente expulsa alguns livros e os mesmos vão direto para a mesa.
(Revelar hitórico, Nathaway)
— O que foi? — Pergunto totalmente petrificada.
— Um jeito fácil de achar os livros certos.
Ele anda até a mesa e se senta, ele puxa uma cadeira e me olha, ando até a ele e me sento ao seu lado, ele abre um dos livros e ali eu vejo fotos de várias mulheres.
— Provavelmente você não sabe quem são essas, mas essas aqui você sabe. — Ele diz e bota na página que tem fotos da minha avó, minha mãe e.. eu?
— Mas... — Fico sem saber o que dizer.
— Agora você acredita? — Ele pergunta. — Você é uma bruxa, Sarah, e não só eu, como todo esse mundo espera que seja a escolhida e a portadora da mágica ancestral.
— Que?
— Diana Nathaway quando deu à luz a sua única filha deu a ela todo o seu poder, fazendo a magia verdadeira e pura correr nas veias de todas as Nathaway’s desde então, mas até hoje nenhuma conseguiu desenvolver esse poder. Você, você até agora é a última Nathaway, você pode ser a última esperança.
— A magia não seria todas iguais? — Pergunto.
— Não, cem bruxas com poderes puros criaram a barreira, a maioria morreu logo depois que a barreira foi erguida, então foram poucas as pessoas que herdaram esse poder puro, e a única que tem registros que procriou depois da barreira foi uma Nathaway, todas as cem bruxas estão mortas. Entende o que eu quero dizer?
— Entendo que vocês estão achando que eu tenho um poder que claramente eu não tenho, calma, a minha mãe é realmente uma bruxa? — Ele riu.
— Sim, a sua mãe é uma bruxa, uma bruxa magnífica.
— Como pode ter tanta certeza que eu tenho poderes? Eu nunca tive nenhum... — Ele me corta.
— Os poderes costumam ativar quando o bruxo completa os seus dezessete anos.
— Hoje eu faço dezessete anos. — Falo pensativa..
E se eu realmente for uma bruxa? Eu sou uma bruxa e eu nem sei?
— Sim, e é por isso que está aqui.
— E como vocês.. Como eu vou saber se tenho poderes?
— Isso acontece quando o seu corpo quiser, quando ele quiser se libertar.