Capitulo 5

1076 Palavras
Ethan acordou assustado, olhou em volta e agradeceu por tudo aquilo não passar de um pesadelo, sentou-se na cama e ainda faltavam uma hora para o despertador começar a fazer barulho. Ouviu algumas batidas na porta e estranhou aquilo, ninguém nunca batia em sua porta. Julian devia, mas ao invés de fazer isso ele sempre entrava sem avisar. Ethan se levantou com a visão ainda ofuscada e saiu do quarto. Foi em direção a porta e a abriu, era uma jovem, usava uma calça preta de pano fino e uma blusa colada, bem decotada. Apesar de ter s***s médios, aquilo ainda era bem chamativo. Seu cabelo era preto e curto na altura do pescoço. — Oi — Disse ela dando um largo sorriso — Me mudei a alguns dias e não sei onde ficam os estabelecimentos desta cidade, poderia me ajudar? Me dizer em qual direção fica cada um? Minha dispensa está no zero e eu não quero passar fome. — Se não conhece o lugar então como encheu a dispensa antes dela se esvaziar? - Perguntou Ethan, desconfiado. — Eu trouxe no carro, da minha outra casa, da minha outra cidade. — E por que escolheu logo a minha casa para pedir ajuda? Vejo muitas outras na vizinhança. — Todas as portas são marrons, mas a sua não. Adoro padrões. — Todas serem da mesma cor e a minha não, isso não é um padrão e sim uma diferença. — Vai ajudar ou não? — Onde você mora? — Bem ali — Ela apontou para uma casa no fim da rua. — A antiga casa da senhora McGonoew. Eu te levo até o mercado. — Não poderia apenas dizer a direção? — Prefiro levar. – Você não é nenhum psicopata, ou é? — Sou, por isso pintei a porta de uma cor diferente das outras. Para poder atrair vitimas. — Acho que já vou indo... — Está com medo? — Eu não tenho medo de nada, só acho estranho alguém que não me conhece perguntar onde eu moro e depois se oferecer para me levar ao mercado. – Estranho é alguém bater na minha casa pedindo ajuda só por que minha porta é de uma cor diferente das outras, e o mais grave, nem dizer o nome. — Ah, estou com tanta fome que acabei me esquecendo de me apresentar. Meu nome é Kathy, prazer....Senhor? — Ethan, Ethan da fazenda — Dizer aquilo foi quase como que um impulso na mente de Ethan, por alguns segundos seus pensamentos vagaram por todo o seu passado. — Da fazenda? — Perguntou Kathy o despertando de sua paranóia. — Apenas Ethan. Ethan colocou uma roupa mais adequada para ir ao mercado e Kathy o esperou do lado de fora da casa. Pegou o dinheiro que precisava para repor alguns mantimentos e se encontrou com ela na porta. — Pronto, preciso comprar alguns mantimentos também - Disse ele indo em direção a calçada e ela o seguiu. — Você trabalha? — Sim. — Onde? — Em um hospital, tenho que estar lá em menos de uma hora, mas não é tão longe. Creio que chegarei a tempo. – E o que você faz lá? — Algumas coisas, sei um pouco de tudo pois já estive no exército, e lá você só tem duas opções. Aprender ou morrer, literalmente. — Exercito? Serio? — Sim. — E por que saiu? — Tive alguns surtos e fui diagnosticado com uma doença... — Sinto muito, sem querer ser intrometida. Mas, que doença? — Esquizofrênica. — Não sei muito sobre doenças. — As vezes eu vejo coisas que não existem, na maioria das vezes escuto vozes, principalmente vozes das pessoas mortas em combate durante as chacinas que presenciei em missões. - Também sou doente - Kathy deu um longo sorriso enquanto cruzavam uma faixa de pedestres. — Qual doença você tem? — Eu falo muito, e pergunto também. — Isso eu já percebi. — Tem namorada? Mulher? Filhos? — Não. — Pretendentes? — É complicado. Eu prefiro passar meus dias trabalhando ou dentro de casa, a sociedade e eu não nos damos muito bem. — Então não gosta de festas? — Não muito. — Vou dar uma ainda essa semana para comemorar a mudança, alguns parentes meus vão ir e teremos aquela conversa falsa enquanto fingimos que gostamos uns dos outros. Eu te aviso o dia e a hora, apareça caso mude de ideia. — É aqui - Disse Ethan parando perto ao mercado. — Então vamos as compras — Kathy adentrou no local sorrindo, parecia ser uma jovem bem feliz e animada. Talvez fosse uma boa pessoa, pensou Ethan, também adentrando no local. — Agora me mostre onde fica cada coisa — Pediu Kathy parando de andar e olhando em todas as direções, o mercado não era muito grande mas possuía quatro corredores. — Do que você precisa? — No momento só alguns pacotes de arroz, feijão, macarrão, essas coisas essenciais para não passar fome. — Me siga – Pediu Ethan indo em direção ao último corredor da direita. — Um dia ainda vou dizer isso, é tão sexy - Após falar isso, Kathy foi fuzilada pelo olhar de uma senhora que passava perto a ela- Cara feia prá mim é fome vovó — Disse ela em voz alta. Ficaram menos de vinte minutos dentro do estabelecimento e logo saíram carregando algumas sacolas. Ethan comprou apenas o necessário, pensou em pegar um litro de leite mas deixou pra outra hora. — Quer ajuda? — Perguntou ao notar que Kathy possuía sacolas de mais para o seu tamanho. — Eu consigo. — Não, você não consegue. Vai acabar deixando cair e ira chamar a atenção das pessoas a nossa volta. E isso é o que eu menos quero. — Você é sempre tão chato? — Sim, menos quando estou dormindo — Disse, pegando uma das sacolas de Kathy e esta estava bem pesada, sua sorte era que ambos moravam ali perto. Alguns minutos depois se aproximaram da casa de Kathy. — Obrigada — agradeceu ela enquanto pegava sua sacolas com Ethan. — Só não me incomode mais. — Está falando serio? – Não. — Por que se for eu juro que nunca mais bato na porta da sua casa. — Estou brincando. — Eu me mudo de bairro e você nunca mais verá o meu belo rosto por essas bandas. — Já disse que estou apenas brincando. — Está? E você sabe fazer isso?
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