O ESTÁGIO

1988 Palavras
Alice - “Que cara tosco, quem ele pensa que é para apertar meu braço e ainda falar que sou noiva dele, e ainda ser seco comigo, só porque falei umas verdades na cara dele.” - falo isso enquanto estou com o celular na mão olhando para a foto dele. Pego meu celular e jogo contra o sofá. Subo as escadas, chego ao quarto de hóspedes, e a Maria entra reclamando como sempre. - Alice, as vezes você é extremamente chata. - Eu não sou chata Maria, o que ele fez não se faz com ninguém. Já pensou se eu fosse uma iludidinha que acreditasse nas palavras dele, e consequentemente me apaixonasse? - Falo esbravejando. - Se eu não te conhecesse Alice, diria que você está sim apaixonadinha por ele, e olha que você conhece ele por dois dias apenas. - Você é insuportável Maria. - bato a porta do quarto na cara dela. - Calma Alice, eu só estou brincando com você, você está muito estressada, o que está acontecendo em? - ela volta, ficando no batente da porta me olhando. - Eu vi o Arthur com outra menina.- demonstro tristeza. - Mas você nunca gostou do Arthur. - Sim, mas… - Mas nada Alice, você acha que ele iria correr atrás de você para o resto da vida? - Não, eu só achei que ele tentaria um pouco mais. - Achou errado, o bom é que você nunca deu esperanças para ele, pelo menos ele não está com o coração partido, porque a donzela da Alice não deu moral para ele. - Você é muito c***l as vezes Maria. - Somos criadas juntas Alice, não sou c***l. Sou realista. - Ela fecha a porta do quarto. - Boa noite Alice. Dorme bem! - Boa noite Mari. - Meu semblante e meu pensamento já estava longe. Ela realmente me fez parar para refletir. Deito na cama, fico me revirando no colchão, não consigo dormir pensando no que falei para o Henry, sei que não deveria pensar nele, e sim no Arthur, mas ele não sai da minha cabeça, sabe aqueles chicletes grudentos? É o Henry. Já são quase 2:00 da manhã e ainda não consegui dormir. Lembro que estou com os documentos do Henry na minha bolsa, e penso em ir levar para ele. Pego meu celular, as chaves do carro da Maria que está em cima do aparador da sala de jantar, me olho no espelho gigante que tem atras desse aparador, reparo que nem me troquei, vou com o pijama dos minions que eu estava vestida. Chegando na casa dele, toco a campainha, e ninguém atende, toco de novo, e o Henry aparece na porta. - O que você está fazendo aqui menina? Tá doida? São quase 3:00 da manhã. - Desculpa Henry, eu preciso que você me desculpe pela forma que te tratei hoje cedo. - 3:00 da manha!, você de pijama!, tudo isso para você vir me pedir desculpa? Sério? - ele pergunta surpreso. - Sério Henry, por mais que eu pareça grossa, eu me preocupo com as pessoas. Ele me segura pelo braço, e nossos rostos ficam frente a frente por centímetros. - O que você está fazendo Henry? - Estou meio ofegante. Não posso negar que acho ele sedutor. - Você não ia me dar meus documentos? - ele sussurra. - Por que está sussurrando? - Porque você me deixa desse jeito. - ele continua me segurando. - Que jeito?. - estou começando a cair na dele. - Sem reação Alice. Você é a menina que tem a voz mais doce, o sorriso mais lindo, e o olhar mais encantador que já vi. - eu olho nos olhos dele, e meus olhos enchem de lágrimas. - Por que você está chorando? - Ninguém nunca falou isso para mim. - Ele me aperta, e me beija, seu beijo é calmo, sútil, e respeitoso. É como se tudo que eu pensasse dele, fosse o contrário. Eu retribuo o seu beijo, meu beijo é necessitado, repleto de amor e emoção. Eu paro nosso beijo. - Henry.... nós não podemos fazer isso! - Sussurro em seu ouvido. - Podemos sim Alice, você precisa se permitir. - ele sussurra de volta em meu ouvido. - Deixa que o futuro nós escrevemos. - Não, eu não posso... desculpa... - Por que Alice? sou tão errado assim? - ele coloca as duas mãos nos meus braços. - Não é isso Henry. - Eu saio de seu aperto. - Eu preciso ir... já esta tarde. - Então é o que Alice? Você complica tudo! deixa a vida te levar. - Eu preciso ir Henry. Se cuida. - vou embora deixando um beijo em seu rosto. Confesso que meu coração está apertado, por deixa-lo sem respostas. Mas é melhor assim. Quando volto para a casa da Maria, ela estava na cozinha comendo bolo, meio estranho a Maria comer bolo de madrugada. - Quem esta ai? - Ela se assusta. - Sou eu Mari. - Que susto garota. Onde você estava essa hora? Sabe que horas são? - Eu peguei seu carro e fui ver o Henry. Fui pedir desculpas para ele. - Essa Hora? - Ela fica extremamente surpresa por eu falar que fui atrás do Henry as 3 da manha. - Você podia ir pedir desculpas para ele quando amanhecesse. - Eu sei Maria, eu precisava... - ela me interrompe. - Vocês ficaram no bar do Arthur? - Ela coloca as mãos no rosto ficando Boquiaberta. - Não... - Dou uma pausa para falar. - Mas ficamos agora. Foi só um beijo. - Eu sabia que estava rolando alguma coisa. Vocês estão ficando então? - Não estamos não, eu interrompi o beijo, ele queria me beijar mais, e eu queria beijar mais ele , muito mais, só que fiquei com medo. - Amiga, nem todos são como o Paulo. - Ela me abraça forte. Eu não tenho reação. - Eu preciso dormir amiga, amanha tenho que ir para a faculdade, tenho prova. - Ela me olha com um olhar de proteção, e preocupação. - Vai lá Ali, dorme bem! - ela beija minha testa e pega o copo de agua em cima da ilha da cozinha. - Boa noite Mari. - Me despeço, e vou em direção as escadas, que dão para o quarto. Quando o dia amanheceu, me levantei, tomei um banho, vesti meu macacão mais confortável que tinha, e fui para faculdade. Hoje eu preciso ir a casa da minha tia, não sei se serei forte o bastante para voltar lá e não encontra-la. Sei que ainda não é o dia de devolver a casa para aquele banco, mas preciso tirar algumas coisas minhas de lá, e hoje mesmo ir atrás de um lugar para morar e um emprego. "Calma Alice, respira, não vai fazer tudo ao mesmo tempo", eu penso comigo mesma. Hoje não consegui me concentrar na prova que tive, fiquei o tempo todo pensando nos problemas que tenho que resolver. Falta apenas 1 ano, para eu terminar a faculdade e conseguir meu diploma, e também faltam alguns meses para eu completar 22 anos. Eu sinto como se meu aniversario não importasse mais. Como se não fizesse sentido fazer aniversario. Independentemente de tudo que esta acontecendo, eu tenho a Maria, ela esta comigo sempre que preciso, ela sempre me ajuda. - Alice.. - Ouço alguém de fundo me chamando, olho para trás e vejo meu professor. - Oi Professor Brian. - Professor Brian é loiro, olhos claros, alto, musculoso, e por falar Professor, ele não é velho, ele escolheu dar aulas de anatomia na faculdade, ele também é medico no Hospital Houston methodist. O melhor hospital que existe aqui em Houston. - Você foi aprovada para o estagio, parabéns. - Eu me inscrevi para fazer uma prova no hospital onde ele trabalha, por indicação dele. - Serio professor? - Eu pulo de alegria. Eu não acredito que consegui passar na prova do melhor hospital. - Sim, é serio Alice Sheppard. Eu sabia que você conseguiria. - ele fala sorrindo, demonstrando estar feliz por mim. Eu dou um abraço bem forte nele, olho para ele agradecendo. - Obrigada professor, preciso contar para a Maria. - Grito indo em direção ao corredor da faculdade. A Maria não estudava lá, mas sempre me buscava, por ser do lado do escritório dela, quando olho em frente ao carro dela, ela esta acompanhada do Henry. - O que ele faz aqui Maria? - Oi para você também, Alice. - O Henry fala segurando minha cintura, eu realmente nao gosto quando encostam assim em mim, ainda mais quando eu não estou preparada, então tiro sua mão da minha cintura. A Maria nota nitidamente que fiquei incomodada. - Oi amiga, você demorou hoje - Maria fala me abraçando. - Alice esqueceu de ontem? - O Henry pergunta com aquela cara de p*u dele. - Não Henry. Maria preciso muito te contar uma novidade que vai mudar minha vida. - Eu falo muito animada, dando pulinhos. - Fala logo garota. - ela fica curiosa. - Eu fui aprovada para o estagio no Hospital Houston methodist. - Serio, Alice? - O henry esta surpreso e feliz ao mesmo tempo. - Mentira amiga?, estou tão feliz por você, eu tenho tanto orgulho de você menina, você não sabe o quanto.- Maria me abraça forte, e não mede esforços para demonstrar estar feliz por mim. - Sim gente, estou tão feliz, era tudo que eu queria. - Que Legal Alice, agora temos uma medica na roda da amizade. - Que? O Henry é meio estranho, parece estar forçando demais, estou começando a ficar preocupada. - Alias, meu pai faz tratamento neste hospital. - Vai demorar muito ainda para eu ser medica, falta 1 ano para pegar o diploma, e 1 ano para me especializar. - Vocês vão ficar ai conversando, ou vamos almoçar? - Ele vai também? - Pergunto apontando para o Henry. - Claro que eu vou, e pode deixar que a conta eu pago. - ele roda a chave do carro no dedo indicador, e vai em direção a uma lamborgini branca. - Quer dar uma volta Alice? - Ele me pergunta sorrindo, com cara de safado. - Não, eu vou com a Maria, pode ir na frente! - Então vamos logo Alice. - Maria grita de dentro do carro. Jogo minha mochila no banco traseiro do carro, e entro. Dentro do carro, no caminho do restaurante. - Maria, o que ele estava fazendo na frente da minha faculdade? - Ele queria te ver, então passei o endereço. - Eu não permiti isso. Isso é muito invasivo Maria, não se faz essas coisas. - Alice, da um tempo, o cara só esta afim de você. - começa a tocar nossa musica no carro (Kati Perry - Last Friday Night). Fomos cantando todas as musicas ate o restaurante. Eu estava tão feliz, e a Maria mais ainda. Chegando no restaurante, o Henry é bem cavalheiro, ele puxou a cadeira para a Maria, e depois para mim. Nosso almoço foi bem agradável, demos tanta risada, o Henry contou que quando era criança, ele costumava puxar o cabelo das meninas da escola dele. A Maria e eu somos amigas desde quando nascemos, nossos pais eram muito amigos. Maria sempre me defendia dos valentões. Ela nunca deixava eu contar para meus pais o que os meninos faziam conosco na escola, ela dizia que isso era ser inferior a eles. É patético, mas para duas meninas era sinal de força. Continuamos conversando, vários assuntos legais, como as viagens que o Henry faz todo ano para uma praia isolada lá em Los Angeles. Ele diz que nunca foi na calçada da fama, eu acho que é mentira, todos gostariam de conhecer a calçada da fama. Ele parece muito good vibes, aquele tipo de cara que prefere se isolar na natureza e apreciar, do que estar no meio de multidões;.
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