CAP 2

1011 Palavras
Johanna Ritter A cada passo que dou em sua direção, sinto as minhas pernas tremerem e engulo a força toda e qualquer vontade de surtar. Mas estou em pânico por dentro. A única coisa que me impede de realmente reagir de forma negativa a isso, é que eu sei que será muito pior se fizer. Seria um escândalo e ninguém aqui presente poderia me ajudar. Literalmente ninguém! Posso ser condenada por traição ao me recusar depois das negociações e posso ser morta bem aqui. Bem nesse salão diante de todos como prova de que as leis funcionam. E quem me mataria? O meu próprio futuro marido. Seria direito dele! Eu não tenho o que fazer e confesso que, a morte pode ser tentadora. Convenhamos, é melhor morrer de uma vez do que morrer aos poucos por causa do poder de um homem. Eu vi esse poder dentro da casa dos meus pais. Ryder, é maior que eu, consequentemente muito mais forte e pela sua experiência com a organização, pode muito bem inventar uma desculpa por algo que fizer a mim. Em alguns minutos, serei literalmente propriedade dele e não consigo ver isso de uma forma positiva. Eu não o conheço, mas ele tem um olhar que me deixa apavorada. Desde que o vi pela primeira vez, ele tem aquele olhar obscuro e fechado. Completamente negrö! Não vi nada além da escuridão e é o mesmo olhar que a maioria dos homens da organização. Fagner, muitas vezes teve aquele olhar. Eu lembro bem. Nunca me esqueceria e sei também a dor que aquele olhar causa. Estarei morta mais cedo do que pensei. Mas não falo de morte física. Tudo que eu apenas almejei, foi não ter um final como o da minha mãe, mas estou vendo que o destino não liga para isso. Por mais que o contrato de casamento possa me “proteger” em certos pontos, é como mencionei. É ele que tem o poder e pela sua experiência e influência, pode dar qualquer desculpa. Todos acreditariam! Porque iria se importar com mais uma mulher morta sendo que, a organização pode lhe dar outra? Ao chegar no fim do tapete vermelho e chegar perto dele, seguro o buquê de flores com força pelas minhas mãos estarem suando frio. Ryder, não diz uma palavra como se é esperado e a cerimônia é iniciada. Não consigo digerir nada do que é falado, porque sei bem as palavras. Ao contrário da civilização normal, o dia do casamento na máfia é o dia do homem. Pessoas comuns e mulheres comuns comemoram como se fosse o dia delas. O dia em que elas precisam de tudo o cuidado, atenção, dedicação, preparação e claro, o dia em que são mimadas para o momento da sua vida. Aqui, o dia é deles. É só uma amostra de que eles estão cumprindo a lei e que vão se manter em seus postos. É o dia em que eles mostram o poder sob qualquer coisa e também mostra que, apesar de estarem casados, nada muda. Eles podem tudo! A cada minuto, eu aperto o buquê com mais força e sinto o suor escorrendo pela minha nuca. Está difícil de respirar e por isso, abro levemente a boca para tentar me sentir melhor. Sinto a minha boca seca e fecho os meus olhos. Puxo o ar lentamente e depois, solto da mesma forma. O tempo parece literalmente ter parado e sinto até um certo desequilíbrio. Porém, não tenho tempo para isso. — Senhor Ryder Drummont, aceita tomar a senhorita Johanna Ritter como a sua legítima esposa? — A pergunta oficial toma a minha atenção e nem percebi que já estamos nesse ponto. — Aceito! — Ryder, tem uma resposta firme e muito convincente. — Senhorita Johanna Ritter, aceita receber o senhor Ryder Drummont como o seu legítimo esposo? — E o homem olhar para mim em busca da resposta. — A-aceito! — Faço de tudo para não mostrar hesitação e espero ter conseguido. Não quero dar mais motivos para algo de rüim. Quando é falado ser oficial a nossa união, é dado a permissão para o beijo e o temor me domina. Por sorte, Ryder, disfarça bem e beija o canto da minha boca de forma demorada. É oficial. A partir de hoje, não sou mais Johanna Ritter. Sou Johanna Drummont, esposa de Ryder Drummont. Sou uma mulher casada! Os aplausos dos membrös aqui presentes ecoam pelo salão e vejo bem cada um deles. Porém, tento focar em Mayla. Devo muito a ela por tudo que fez depois que voltou e estou pedindo muito que ela esteja certa. Que os seus conselhos funcionem e que eu me sinta forte de hoje em diante, porque sinceramente, não sinto nada bom. A parte de assinatura logo começa e vou uma breve olhada em tudo. Vejo os papéis sobre a minha herança e o que é descrito sobre o que é meu, é mais do que eu cheguei a pensar. É loucura saber que eu terei total controle disso tudo aqui. O valor em dinheiro é grande, tem propriedades e até investimentos. Estou chocada! Vou aprender mais um pouco sobre como administrar isso tudo. Quando chega a parte de assinatura do contrato de casamento, eu fico tensa, mas passo os olhos no documento por completo e é o mesmo que vi antes. Não tem outro jeito a não ser assinar. Em cada movimento da minha mão, eu juro que, por mais que possa parecer paranoia, eu posso ver a tinta ser vermelha. Um vermelho sangue mesmo. Pisco várias vezes para fazer a minha vista voltar ao normal e no fim, o meu nome já está completo. Eu posso literalmente jurar ter visto a cor vermelha na tinta, um vermelho fechado e intenso, o que lembra bem um sangue. O meu! Estou ficando louca, mas se for um sinal de algo, só consigo pensar que assinei com o meu sangue como prova de ser irredutível. Um contrato normal já não pode ser quebrado e um contrato de sangue, nunca será esquecido ou apagado!
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