***** JADE*****
O medo me definia, mas optei por permanecer e dançar, afinal, essa é a minha profissão e não estava realizando nada que me envergonhasse. Meu foco era dançar para o proprietário da boate, e não para os outros rapazes que tinham uma aparência intimidante.
Quando o Ravi me chamou para descer do palco e buscar bebida para elas, eu fiquei nervosa em servi-los, pois sentia que aqueles olhares pareciam querer me devorar. Senti um arrepio estranho, comecei a tremer e tive o impulso de sair correndo. Um deles até perguntou quanto eu cobrava para passar uma noite com ele; não queria passar pela humilhação que vivi hoje. Desejava muito sair dali, mas o Ravi não me deixou e ainda fez questão de dizer que estava me pagando muito caro pela minha dança. Engoli o choro, olhei para ele com raiva e subi no palco, mas, de repente, a situação ficou tensa um começou a se exaltar e apontou uma arma para o Ravi.
Fiquei paralisada de medo e só fui perceber o que estava acontecendo quando um rapaz começou a me puxar, me levando para o camarim.
Donatello: Calma, moça. Você pode parar de tremer, nada vai acontecer com você.
Jade: Parar de tremer? Quem são vocês?
Donatello: Acho que você está querendo saber demais. Se eu fosse você, não faria muitas perguntas. Já deu pra perceber que não somos exatamente amigáveis.
Me sentei e continuei tremendo até que Ravi chegou na porta e seu amigo saiu, nos deixando a sós.
Ele se aproximou de mim e a curiosidade de saber quem ele era na verdade estava me matando.
Jade: Quem você realmente é?
Ravi: Isso não importa. Se falar sobre algo que aconteceu aqui, eu vou atrás de você e mando alguém fazer uma visita à sua família.
Quando ele ameaçou minha família, eu recuei, não sei do que ele é capaz. Pelo pouco que vi hoje, percebi que ele se envolve em coisas perigosas e não queria arriscar a segurança da minha família por minha causa. À medida que eu me afastava, ele se aproximou, e eu acabei caindo sentada na poltrona. Foi então que ele colocou a mão ao meu redor, me prendendo.
Ele se aproximou e ficou com a boca bem perto da minha, e confesso que me senti nervosa. Não sei exatamente por quê, mas o olhar dele é tão intenso que me deixa confusa.
Ravi: O que foi, pantera? Está com medo do que eu possa fazer com você? Se você for uma boa menina, posso te proporcionar coisas que você nunca experimentou na vida.
Eu o empurrei e me afastei, enquanto ele ria do meu nervosismo.
Jade: Você está louco! Jamais quero algo que venha de você.
Ravi: Agora que você sabe que sou o proprietário, tem certeza de que não pretende mudar de ideia?
Jade: Não pense que, por ser o dono da boate, algo irá mudar. Jamais me deitarei com você. Se for esse o caso, solicito minha demissão imediatamente.
Ele me analisou de forma intensa e se aproximou ainda mais.
Ravi: Por que você esconde seu rosto atrás de uma máscara?
Permaneço em silêncio enquanto ele me observa. Ele desamarra meu cabelo, fazendo com que a fita caia no chão, e acaricia minha máscara. Ao tentar removê-la, seguro sua mão.
Jade: nunca tente remover a minha máscara, pois não importa quem eu sou por trás dela. Assim como você não precisa me explicar o que aconteceu hoje aqui, eu também não sou obrigada a explicar quem sou por trás da minha máscara.
Ele se afasta e senta na poltrona.
Ravi: Calma, pantera! Não há necessidade de ficar agressiva. Só fiquei curioso sobre a máscara.
Apreciei seu estilo de dança, e gostaria de contar com suas habilidades de forma exclusiva. Estou disposto a oferecer uma remuneração significativa, três vezes o que você ganha aqui. Você terá duas opções: tornar-se minha dançarina particular ou pegar suas coisas e se retirar da minha boate.
Jade: Por favor, não me mande embora. Eu preciso muito desse emprego para sustentar minha família.
Ravi: nada impede que você seja minha dançarina particular. Se você aceitar, terá a oportunidade de ganhar um bom dinheiro. Caso não aceite minha proposta, infelizmente, não poderá continuar trabalhando em minha boate nem em nenhuma outra da cidade.
Jade: Isso é uma ameaça? O que você pretende com isso?Você pode me ver dançando aqui todas as noites com minhas colegas.
Ravi: Sim, isso é uma ameaça, e sempre cumpro quando não aceitam o que eu ordeno. Se você não aceitar, farei com que você tenha dificuldades para conseguir um emprego em qualquer boate desta cidade.
Eu não quero compartilhar sua dança com outros homens. Estarei aguardando sua resposta e, se demorar, posso acabar desistindo. Assim, você ficará sem um trabalho e sem dinheiro, querida.
Ele se aproximou de mim, segurou meu rosto e tentou me dar um beijo, mas eu virei meu rosto. Ele saiu e eu fechei a porta.
O que eu faço agora? Eu realmente preciso desse emprego para sustentar minha mãe e meu irmão que dependem de mim. Contudo, me sujeitar a ser dançarina particular desse rapaz arrogante não faz parte dos meus planos. Se eu não aceitar, ele ameaçou que tornaria minha vida um inferno. Além disso, onde eu conseguiria outro emprego, se ele me afirmou que faria de tudo para que eu não conseguisse trabalho em outra boate?
Se eu aceitar, ele poderá tornar a minha vida insuportável, pensando que, pelo fato de eu dançar, sou uma vagabunda.
Em que situação me coloquei e como poderei sair desta sem comprometer meu emprego?