📓 NARRADO POR MARINA ALVES — A MOCINHA QUE NÃO USA COLETE À PROVA DE BURGUESIA Tava indo embora. Meus saltos castigando o chão como se estivessem pedindo arrego, minha marmita vazia pendurada no braço e o juízo esfarelado lá no fundo da cabeça. O elevador já tinha chegado. Portas abertas. A liberdade me chamando com voz de GPS: “Siga em frente. Fuja enquanto há tempo.” E aí... Ela apareceu. Um vulto de seda bege e julgamento m*l passado. — “Você é a Marina Alves?” A voz veio seca. Seca como taça de cristal que não brinda por ninguém. Me virei devagar. O mundo desacelerou tipo cena de novela das seis quando a vilã entra no salão com vestido caro e veneno nos cílios. Ela tava parada ali. No meio do hall do décimo sétimo andar. Bolsa Chanel no antebraço, coque de viúva rica, pérol

