capítulo 16 continuação

1948 Palavras

Eu congelei. Ele também. Por um segundo, a sala virou uma pintura renascentista do Apocalipse Corporativo™. O café escorrendo lentamente pela lapela do terno caro. A gravata, antes digna de reunião com investidor gringo, agora parecia um paninho de chão usado em oficina mecânica. E eu? Eu fiz o que qualquer adulta funcional faria num momento de pânico: entrei no modo “resolver na força da burrice”. — “AI MEU DEUS, CALMA, CALMA, EU CONSERTO!” — gritei, já catando a primeira garrafinha d’água que vi pela frente, igual bombeira de boteco. — “Marina, não—” — ele começou, mas o universo não quis dar tempo. GLUP Sim. Joguei. Joguei a água nele como quem tenta apagar incêndio com gasolina. Molhou o terno. A gravata. A calça. O ego. E o tablet que ele tentou proteger com o reflexo de um

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