Tava tudo lindo. Tudo poético. Tudo digno de post no close friends com legenda estilo “me perdi de mim, mas achei o rebolado”. Até que meu estômago fez um barulho. Um barulho que não era humano. Não era socialmente aceitável. Era um som que dizia, com todas as letras maiúsculas e caps lock da existência: “OU TU LEVANTA AGORA, OU A TEQUILA VAI SAIR DANÇANDO POR CONTA PRÓPRIA.” Parei. No meio da pista. Com o olhar perdido, o vinil suando, e o joelho tremendo como vara de pescar na beira da desgraça. — “Rebeca…” — falei com a urgência de quem viu Jesus, Cazuza e a ex-tia da cantina do colégio tudo ao mesmo tempo. — “Que foi?” — “Preciso…” — “Precisa o quê?” — “...ir no banheiro.” — “Banheiro número um ou número doze?” — “Número tequila.” Ela arregalou os olhos. — “TU VAI GORFAR?”

