Primeiro perigo

1638 Palavras
Eu apaguei, apaguei completamente nas mãos daquele alfa. O alfa que abandonou tudo que carregava apenas para me segurar em seus braços. Minha vista estava turva desde o momento que cheguei próximo ao meu apartamento, algo estava diferente ali, mas não ao ponto de me incomodar. No dia seguinte ao abrir meus olhos me dei conta de que estava em um lugar diferente. O cômodo em que eu estava era clareado pela luz forte do sol, que havia acabado de nascer. Ainda não era tarde, então a primeira coisa que pensei era que não me atrasaria para a escola. Agora eu só precisava sair daquele lugar. - Preciso ir.. - Ameacei me levantar, mas levei um susto ao sentir meu pulso sendo agarrado e eu fui puxado para trás, caindo novamente na cama. - Ainda está cedo, por que tanta pressa? - O alfa me abraçou, impedindo qualquer chance que eu tinha de fugir - Você me deu muito trabalho ontem, então me recompense um pouco! - O que exatamente aconteceu ontem? - Sem coragem de lhe olhar, eu me abriguei em seus braços. Ainda acho essa necessidade de carinho muito estranha em mim, mas meu corpo pede e me obriga a estar na presença desse alfa ridículo. Afinal, o que está acontecendo? - Você chegou aqui quase desmaiando, com uma cartela de remédios em mãos. Aparentemente, necessitava deles para conseguir continuar vivendo.. então eu tive que fazer você engoli-los de alguma forma. - Suspirou pesadamente, deixando claro que ele estava mais que cansado. - E por que exatamente tinha que ser você a estar aqui? - Bufei. Sinceramente não entendo o que o Park está fazendo no meu prédio. - Eu vou morar aqui.. - Disse simplista, me fazendo encará-lo desacreditado. - Serei seu vizinho agora. Muito legal, não é? Legal?? Legal?? O que isso tinha de legal? - Park i****a! - Gritei, dando um chute no mesmo, aproveitando a deixa para fugir dali. O que havia de legal em ser vizinho daquele retardado? Isso só me prova que eu estou certo em achar que ele me persegue, pois sempre da um jeito de fazer as mesmas coisas que eu. Agora até morar perto de mim ele vai, mas que droga! [...] Depois daquela manhã turbulenta, eu fui para casa e não saí de lá até o momento de ir para a escola. Tudo me parecia melhor do que ter que me encontrar com aquele maldito de novo, e tudo estava se saindo bem também. Voltei a me encontrar com Jisoo e ela disse que estava feliz por me ver bem. Durante dois dias seguidos ela tem me perguntado o que houve no restaurante, mas eu apenas disse que estava m*l do estômago e ela sossegou por saber que era só isso. Bem, e agora.. eu, o garoto incrível que sou, estou no meu trabalho. Já mencionei antes, mas, Park Jimin trabalha junto comigo também. Ele e eu estamos trabalhando juntos no mesmo turno em uma loja de roupas – o que vai da tarde até o anoitecer. De pouco em pouco, os clientes vão indo embora e logo restarão apenas os empregados aqui. Youngjae – meu colega de trabalho – disse que o fechamento da loja ficaria por conta dele e de Jimin. Por isso eu e os outros saímos primeiro, e cada um seguiu por seu caminho. Estava realmente tudo bem, apesar de ter aquele alfa como vizinho agora, ainda me sentia bem com tudo. E nada tiraria minha felicidade pelo fato de todas as coisas com minha namorada estarem resolvidas – eu realmente adorava Jisoo. Como eu disse; ESTAVA tudo bem. Pois foi só eu pensar nisso que meu corpo começou a ficar estranho novamente. Droga, aquilo estava me atormentando! Eu consegui me manter bem por dois dias, por que agora estava voltando tudo de novo? Maldito alfa! Minhas ilusões começaram outra vez, me mostrando um cenário completamente diferente do que eu estava. Agora, na minha consciência eu estava perdido e sozinho em ruas solitárias, onde nem sequer uma alma viva passava – e claro, eu estava nu também. Park está aqui agora, ele acabou de chegar. Ele tem em mãos um vibrador e está parado a minha frente. - Novamente aqui, huh? - Aproximou-se, segurando os fios de meu cabelo me prendendo na parede - Está necessitado novamente? - Passeou com sua língua mais uma vez por meu pescoço. E novamente, tudo se repetia. - Apenas me toque logo! - Pedi manhoso, rebolando contra sua virilha. Aquele não era eu, obviamente não era eu. Nunca que eu iria pedir por algo assim, isso estava fora de cogitação. Ainda mais para mim que já tenho namorada! Mas mais uma vez, imaginar aquele alfa abusando de meu corpo me fez ficar quente. Eu estava começando a me excitar no meio da rua, e isso não seria nada bom. - Se alguém passar por aqui eu estarei morto! - Rodeei meu corpo com meus braços, como se quisesse me esconder de mim mesmo. - Ahn - Aquilo veio de forma involuntária. Como isso estava acontecendo? Eu apenas encostei minhas pernas uma na outra. Pra falar a verdade, a situação agora não era muito diferente da de minha ilusão. Só agora reparei que estou em um beco qualquer e céus, como cheguei até aqui? De qualquer forma, eu deveria voltar para casa. - Droga! - Murmurei, me encostando sobre uma parede. Eu sentia minhas pernas fracas, talvez não fosse r**m parar um pouco para descansar. Jimin finalmente começava a me penetrar, me tendo totalmente rendido a si. Ele ia forte e bem fundo, da forma que eu havia pedido. Enquanto com sua língua travessa percorria desde minha face até meu peito, ligeiramente pousando sua boca ali para me satisfazer. Em troca, eu gemia como um louco, como uma c****a no cio que estava precisando se satisfazer a muito tempo. - C-cio.. - Me segurei para não gemer ao roçar minhas pernas uma nas outras. Eu não podia mais, se isso continuasse.. eu iria acabar me masturbando em meio a rua. Com as pernas bambas e fracas, deixei-me escorregar até o chão. E infelizmente a rua não estava tão vazia quanto pensei. - Você está bem? - Uma voz me perguntou, ela não me era estranha, mas certamente não era Jimin ali. - Ei, respond— O rapaz ao meu lado cortou sua fala ao se aproximar, soltando um sorriso de orelha a orelha quando eu olhei para si - Hmpf.. é o mesmo cheiro de outro dia! - Seus dentes estavam à mostra pelo fato do mesmo não parar de sorrir um segundo sequer. Sua voz finalmente alcançou meus ouvidos quando ele gargalhou, aquela era a mesma risada. A risada que eu ouvi no restaurante, estava ali, bem próxima a mim. - Olha pra você.. - Sorriu rodeando meu corpo - Tão frágil, até parece que está enfrentando seu primeiro cio. Sabia que ômegas não deveriam sair por aí nesse estado? Por que não se preveniu e não ficou em casa? - Sussurrou em meu ouvido, o que me fez tremer. Eu realmente detesto alfas, mas os cheiros que vem deles são tão.. chamativos. Apenas fiquei em silencio enquanto ele erguia seu tom de voz para me intimidar. Por que caralhos tinha que ter um alfa bem ali? - O que pretende fazer? - Tentava não parecer afetado, mas minha voz ia contra mim e saia baixa, quase sussurrada. - O que você acha? - Rosnou contra meu pescoço, deixando meus sentidos a flor da pele. - Só um alfa pode te ajudar em uma situação dessas e por sorte, eu sou um! - Gargalhou em meu ouvido - Aqui, sinta meu cheiro também - Se aproximou mais ainda, colocando meu nariz em seu tórax. Aquele cheiro era igual o de outro dia, igual ao cheiro daquele alfa que era meu vizinho. - N-não quero. - Empurrei o mesmo, exigindo que ele ficasse longe de mim. Mas de nada adiantava, eu não tinha força o suficiente para lhe afastar por completo, por isso ele sempre voltava a se aproximar. - Deixa de ser i****a! Já que está no cio, seja útil pelo menos para uma coisa - Droga! Por que aquele maldito estava me estapeando? Era tão difícil entender que eu não queria ser abusado? Eu não queria que ele se aproveitasse do meu estado só para me ter e “acasalar” comigo. - Nós poderíamos ter lindos bebês; - Usou a ironia. Nada estava mais claro do que o fato de que ele me abandonaria depois que me usasse. Por que alfas são tão insistentes e ômegas tem que sempre abaixar a cabeça? Aquele cara decifrou de primeira que o cheiro vinha de mim – justo quando eu pensava que era de outra pessoa – eu era o imaturo que estava no cio ali. Meu primeiro cio estava acontecendo e sempre em lugares vergonhosos onde não posso nem ao menos fugir. - E então, ômega? Acha que pode se satisfazer sozinho? - O maldito aproveitou sua deixa para se aproximar novamente. Agora ele beijava meu pescoço farejando todo o lugar. Não me diga que ele tinha planos de me marcar também? - S-saía, por favor! - Tentei me levantar, mas fora em vão, novamente eu estava caído no chão. - Pobre ômega, não vê que é inútil correr? - O alfa se levantou, caminhando até onde eu estava. Eu não quero que meu primeiro cio ocorra assim e bem no meio da rua, muito menos quero ser abusado logo de cara. - Seu cheiro me leva até você! - Exclamou por fim, pondo um ponto final em tudo ao me deitar sobre o chão Estava acontecendo, realmente estava acontecendo. Meu destino estava traçado e eu não tenho força para mudá-lo no momento. - Continua -
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