Grazi entrou em casa e foi direto ao quarto para falar com Lindsay. Porém, Lindsay não estava no quarto, quem estava era uma menina sentada na cama de Lucy.
–Desculpe, mas quem é você? Amiga de algumas meninas?- perguntou ela, chegando perto da menina bem devagar.
-Na verdade, não sou amiga de ninguém daqui. Estou de passagem!- respondeu a garota , que tinha suas vestes estranhas, usava uma saia preta, blusa preta deixando a barriga de fora e luvas pretas na mão. Seu cabelo era loiro, com leves tons roxos, olhos pretos e tom de pele clara, sua maquiagem era pesada. Ela andou por volta de Grazi e olhou ela de cabeça aos pés.
–Você é bem esquisita, pra ser quem você é.- comentou a menina.
-Eu esquisita? Você já se olhou menina? Afinal, quem é você? E quem você acha que eu sou?- falou Grazi já irritada.
-Certo, eu sou a Victoria. Ou melhor, Vick. E eu sou como você.- respondeu Vick.
-Como eu? O que você quer dizer como eu?- perguntou Grazi sentando na cadeira, Vick abriu as mãos e não demorou muito para bolas de fogo aparecerem e com a outra mão, ela arrastou o criado-mudo que estava junto delas. Grazi se levantou no mesmo instante e ficou olhando assustada para Vick. Ela deu um passo para trás.
–Como você faz isso? Como você me achou? Porque você está aqui?- Grazi tinha muitas perguntas para fazer, com muita curiosidade ela não parava de perguntar.
–Garota, fica calma. Eu sei que você descobriu a pouco tempo que têm poderes e eu te achei por que todos nós temos uma conexão, sentimos a presença um do outro. Você obviamente não sabe, porque veio descobrir a pouco tempo que era bruxa e acredite, você vai ter mais visitas por aqui.- Vick começou a mexer nas coisas dela.
-Porque de repente, todo mundo sabe de mim? De onde você saiu?
-Sabemos, porque você começou a fazer magia, começou a fazer feitiços, a saber controlar e o Rafael também te achou primeiro, o que levou todos nós a te achar. E eu não sou daqui, só estou de passagem, para te alertar sobre algumas coisas.- falou Vick, deitando na cama de Lucy,
-Alertar sobre o que exatamente?- Grazi sentou na cama de Grace que era do lado da de Lucy.
-Sobre várias pessoas, principalmente sobre o Rafael e o irmão dele. Eles vão tentar te convencer a se juntar a eles e não deixa eles te enganarem. O Rafa acredita que o Yuki pode voltar a viver, mas ele n******e, isso foi o Erik que inventou para tomar os poderes do Rafa, porém ele não sabe de nada, ou melhor, não quer acreditar. E quando fomos avisar a ele, ele nos deixou e se mudou para cá e então te encontrou.- Vick se levantou e foi até a janela.
-Mas o Rafael não disse que tinha um irmão e também disse que não conhecia nenhum de vocês. Ele falou que só existia 4 ou 5 de nós e contando comigo, você, ele e o irmão dele já somos 4, como você diz que existe mais? Você também tem a cicatriz? Porque o Rafael está mentindo para mim? Não tem porque ele estar mentindo.- Grazi ficou mais confusa ainda e não parava de falar.
-Existem mais 3 de nós, ao todo somos 7 contando com você é claro e todos temos as cicatrizes, foi uma maneira que o Yuki fez, para nós podermos nos achar. O que exatamente o Rafael te contou? - Grazi respirou fundo, Vick sentou ao seu lado e ela começou a contar tudo que Rafael a havia contado, Vick não negou a parte de Yuki, porém o resto era tudo mentira. Após esclarecer algumas coisas, Vick disse que já estava na sua hora e que ela praticasse bastante seus poderes, porque entre eles, ela e o Erik eram os mais fortes.
Após a saída de Vick pela janela, Grazi não sabia mais em quem acreditar. Estava atordoada, com pensamentos vazios e distantes, dentro de seu corpo parecia que estava tudo fervendo, ela resolveu ir tomar um banho.
Na saída do banho, ela avistou um papel em cima de sua cama com códigos e ela tentou decifrá-los. (E4L6P9P2) Como não conseguiu, resolveu descer e pedir para Tomy dar uma olhada, porém Tomy também não entendia. Na cozinha, ela esbarrou com Jennie e deixou o papel cair, Jenni pegou o papel, abriu e leu.
–Procurando alguma coisa Grazi? Quer algum livro?- perguntou Jennie com o papel em mãos.
-Livro? Na verdade eu quero decifrar isso. Sabe o que significa?- perguntou ela.
-Sim sei. Olha só, Estante 4, Livro 6,Página 9, Parágrafo 2.- respondeu Jennie como se fosse algo bem óbvio.
-Jennie, você é genial. Brilhante! Vou agora mesmo procurar esse livro. Obrigado!- Grazi deu um beijo em Jennie, pegou o papel e correu para a biblioteca. Chegando na biblioteca, ela foi direto pegar o livro, ela estranhou por ser um conto de criança, mas pegou para ler. O livro se chamava “O escorpião e o sapo”, ela o leu, e ficou pensando na moral da história, sabendo que Tomy estava em casa, ela foi atrás dele novamente.
–Tomy! Tomy! – gritou Grazi, batendo na porta do quarto dele, ele abriu a porta.
-De novo? Posso te ajudar em alguma coisa? -perguntou ele, com a porta aberta.
-Sim baixinho. Preciso que você me explique a moral desta história.- falou Grazi mostrando a capa do livro para Tomy, ele acenou positivamente com a cabeça, eles entraram no quarto de Tomy, ela se sentou na cama e ele na mesa do computador.
–Você já deve ter lido e já sabe mais ou menos a história. A moral, basicamente, é que o escorpião tem uma índole, uma propensão natural e ela não muda. E nisso o sapo e o escorpião eram iguais, nenhum podia mudar sua verdadeira natureza, o sapo era bom e o escorpião m*l e traiçoeiro. Mesmo que eles queiram, não vão mudar. Resumindo é isso.- terminou Tomy, Grazi ficou olhando para seu rosto e ele foi para junto dela. –Pra que você quer saber dessa história? Algum trabalho do colégio? - perguntou ele, pegando o livro da mão dela.
–Não do colégio, é um trabalho de vida. Obrigado lindo. Agora tenho que ir resolver umas coisas.- Grazi deu um beijo na testa de Tomy e saiu de seu quarto. Grazi correu para seu quarto, e ali ficou durante horas pensando na história do sapo e do escorpião.
–Ai sabe de uma coisa, não quero mais saber dele.- falou Lucy entrando no quarto, e logo atrás Grace e Tina, Grazi não se moveu e as meninas entraram.
–Como você não quer mais saber dele, se ele vive bem aqui na frente?- falou Grace sendo óbvia com a amiga.
-Vou esquecer. Simples assim. – falou Lucy, mexendo nas suas coisas.
-Tudo bem Grazi? - perguntou Tina, sentando na cama de Grazi, ela respondeu que sim com a cabeça, mas não tirou os olhos do teto. Grazi levantou e foi até o quarto dos meninos.
– Posso entrar?- bateu ela, na porta que estava meia aberta.
–Sim.- respondeu Eze, se levantando na cama, ela entrou no quarto e logo ele falou. -Como você ver, só tem eu aqui. Então pode dar meia volta e depois você procura quem está procurando.
-Tudo bem. Realmente eu não queria falar com você, mas também não precisava me tratar desse jeito. Eu não te fiz nada.- falou ela, chegando junto dele.
-Tem certeza que você não me fez nada? – falou ele chegando cada vez mais junto dela, a encarando. - A partir de agora, cansei de ser o bonzinho com você, vou te tratar do mesmo jeito que você me trata, sem dó nem piedade. E aquele seu namoradinho também.
–Do que você está falando? Eu não tenho nenhum namoradinho, você está ficando louco e com ciúmes, mas, tudo bem. Se é assim que você quer, quem sou eu pra falar alguma coisa. Até mais, Ezequiel. – Grazi olhou para Eze e saiu, ele ainda quis chamá-la e pedir desculpas, porém o orgulho foi maior e de qualquer forma Grazi já havia ido embora. As coisas entre os dois estavam balançadas agora.