Neste momento eu não queria ser eu e ter que ser vizinho de uma pessoa que transa gemendo muito alto, mas claro, isso não vai ficar assim barato. Me levantei da minha cama e fui para o apartamento ao lado. Batia na porta… nenhuma resposta…
– Que droga!
– Algum problema? – alguém abre a porta, se tratava de um homem loiro de olhos azuis com um corpo incrivelmente bonito.
– Você é quem mora aqui?
– Sou eu.
– Olha eu sou sua vizinha e você está fazendo muito barulho, eu sei que deve estar muito bom mas eu preciso dormir.
– Tudo bem… – um silêncio constrangedor fica – Então licença…
Ele fecha a porta na minha cara, sério… nem mesmo um "sinto muito"?
Ao acordar na manhã me preparo para a minha volta para a faculdade, olho o celular e vejo uma mensagem do meu irmão dizendo para nos encontrarmos na cafeteria da esquina. Saio e pego o elevador onde dentro já havia uma pessoa.
– Oi! Tudo bom? Eu sou Jessica!
– Tudo bem. Sou Bianca é um prazer.
– Então… – ela parecia hesitante em falar – me desculpe por ontem à noite.
– Ah… entendo, tudo bem.
– Sabe eu não moro aqui então não precisa se preocupar.
– Tudo bem então – um silêncio constrangedor fica no elevador – Não quero ser intrometida mas você não parecia estar gostando… eu reconheço quando alguém finge estar bom, também já fiz isso.
– Hahaha… – ela riu sem graça – na verdade eu que não estava no clima e não queria que ele se sentisse m*l sabe… Faz tanto tempo que eu não sabia o que era dormir com ele.
– Olha se for para ser falso é melhor nem tentar, esfria sua cabeça por que um momento de prazer tem que ser aproveitado.
– Sabe ele é tão maravilhoso, eu não queria decepcionar ele.
– Nada disso! O mais importante é sua saúde mental, f********o com o psicológico fodido só faz mais m*l ainda.
– Muito obrigada, eu vou pensar nisso. Ah, eu desço aqui. Tenha um bom dia!
– Igualmente!
Eu não imaginei que essa seria a primeira conversa que eu teria com uma estranha na vida durante uma manhã no elevador, principalmente depois que acabei de mudar.
– Bianca! – vejo meu irmão ao sair do elevador no térreo.
– Bom dia Brendo. Achei que tivesse aula essa manhã.
– Não, eu mudei meu horário este ano.
– Mas o que foi? Você quer me levar para a faculdade? Inclusive eu tenho que te contar uma coisa sobre o apê.
– É sobre isso mesmo que eu queria falar agora. Eu chamei meu amigo para te apresentar, ele é o seu vizinho.
– O que? Ele está aqui? – vejo ele chegando na nossa mesa com uma bandeja de café.
– Bianca, esse é o Ryan.
– É um prazer, apesar de já termos nos visto ontem.
– Espera, vocês já se viram?
– Sim, eu dormi ontem no meu apartamento depois da mudança, mas isso não importa.
– Espero que não tenha atrapalhado seu sono.
– Cara tu levou outra mulher lá? Por isso que eu não moro mais com você.
– Bom, então eu suponho que isso vá acontecer com frequência… – olho no rosto dele.
– Na verdade não… eu não costumo estar em casa… – ele rebate.
– Na verdade eu não me incomodo tanto assim…
– Claro que não né, você é mil vezes pior Bianca – meu irmão fala.
– Sério? – Ryan mostra surpresa – Tem uma cara de santinha…
– Não sou assim tão vagabunda gente…
– Olha cara ainda bem que você m*l fica em casa, ela sempre está com um cara diferente, não sei a quem ela puxou…
– Não sou de namorar, apenas isso…
- Enfim, temos que ir se não quisermos nos atrasar, por sorte Ryan tem carteira de motorista.
Saímos da cafeteria e fomos para o estacionamento do apartamento onde tinha "apenas" uma Range Rover 4x4.
– Cara você é rico ou o que? – eu questiono.
– Ryan trabalha atualmente na empresa do seu pai que fica nos EUA mas atualmente ele está na sede que fica no Brasil.
– E por que voltou?
– Bom, eu pretendo ser o CEO da sede que fica aqui.
– Mas você poderia muito bem fazer faculdade fora.
– Eu gosto da universidade pública, até porque eu cresci aqui.
– Nossa, queria eu poder ter essa escolha.
Passamos o resto do caminho conversando como o Ryan era o****o por não ter ficado fora do Brasil.
– Espera, então você tem nacionalidade americana?
– Exatamente.
– Não é surpresa já que você tem um rosto incrivelmente bonito – ele ri suavemente ao terminar meu elogio.
– Agradeço pelo elogio.
– Sério, quando eu te vi eu pensei que cara gostoso – ele sorri um pouco envergonhado.
– Parem de flertar. Eu ainda estou no carro, ein.
– Se fosse para flertar com ele eu já estaria beijando sua boca – falo em tom de brincadeira.
– Você é bem atirada mesmo.
– Ora, vou considerar isso um elogio. Eu apenas falo a verdade.
Conversamos mais um pouco até chegarmos na universidade.
– Quais as suas aulas? – perguntou Ryan para mim.
– Eu tenho Literatura Inglesa.
– Você faz letras?
– Exatamente, e você?
– Economia.
– Ok, nada surpreendente para um futuro CEO.
Nos separamos para cada um ir para a sua respectiva aula. Durante as aulas me senti tranquila apesar de fazer um tempo que não venho a faculdade.
– Surpresa! – ouço uma voz familiar atrás de mim.
– Carolina! Quanto tempo – dou um abraço minha amiga de longa data, nos conhecemos no ensino médio e fazemos o mesmo curso.
– Faz tanto tempo que chamou até meu nome completo, nossa. Vamos comemorar sua volta?
– Claro. Quanto se está em um lugar novo tem que se conhecer pessoas novas. Sem falar que o cara que eu tava ficando está namorando agora.
– Então vou chamar o meu ficante e chamar um amigo dele, quem sabe vocês se dão bem.
– Escuta gata, tenho que contar tanta coisa, começando por ontem à noite – contei tudo que havia acontecido desde a noite anterior até hoje de manhã.
– Amiga, eu acho que sinceramente quem mais vai sofrer é claramente ele. Você é mil vezes pior, principalmente agora que mora só.
– Fazer o que se eu gosto disso.
– Nunca vi alguém mais p*****a que você.
– p*****a não!
Continuamos as aulas da faculdade até que terminasse nosso horário, saímos para a área externa e meu irmão está com seu amigo.
– Bianca! Eu falei com o Ryan e ele disse que está tudo bem em dar carona para você daqui em diante, já que vocês são vizinhos
– Eu vou sair hoje.
– O que? Pra onde?
– Não saio com minha amiga tem muito tempo e além de que é meu primeiro dia aqui, temos que comemorar, vamos na boate Vogue.
Ele deu um longo suspiro.
– Pode ir para casa Ryan, não vou para casa agora.
- Tudo bem… Na verdade, tem problema se eu for? – eu e Carol nos entreolhamos.
– Tudo bem – respondemos.
Nos despedimos do meu irmão que foi para a casa da namorada e nós fomos até uma boate.
– Conhece essa boate Ryan?
– Nunca cheguei a entrar… – a sua fala é interrompida por duas mulheres que correm para falar com ele.
– Ryan, quanto tempo não te vejo por aqui.
– Achei que o bonitão não vinhesse aqui – indago.
– Ele nunca entrou aqui antes mas já veio para todas aqui perto, essa foi construída recentemente! – explicou uma das mulheres.
– Realmente, não tive tempo para vir aqui – ele responde.
– Mas deve estar solteiro a muito tempo se já esteve em todas as boates por aqui.
– Digamos que sim.
Espera como assim digamos que sim? Eu não sou o melhor exemplo mas estar solteiro é sim ou não até onde eu saiba?
As mulheres se juntaram a nós e fomos ao bar pegar alguns drinks, Ryan se aproxima de mim.
– O que vai escolher senhorita Jordin? – Jordin era meu último nome que herdei do meu avô.
– Um martini.
– Uau, clássica, não tão forte mas elegante.
– Exatamente como eu sou.
– Por incrível que pareça você está certa.
Acabou ficando um pequeno silêncio.
– Aquela garota, vocês tem uma amizade colorida, um enrolo ou estão ficando sério?
– Como você viu ela?
– Acabei esbarrando com ela no elevador.
Ele pensa um pouco para responder.
– Hmm, quase isso, nós somos apenas algo casual, está mais para apenas ficantes.
– Se ela concorda com isso então… Mas por quê quando eu perguntei se estava muito tempo solteiro você respondeu que "Digamos que sim"?
– Na verdade faz um tempo que eu queria acabar com essa relação, eu sinto que ela está se apegando cada vez mais a mim mas eu não posso retribuir isso.
– É só dizer isso a ela e vocês dois seguem suas vidas.
– Eu já disse que não queria mas acho melhor dar um fim de uma vez – ele pede um copo de whisky para o barista.
– Que tal um novo começo comigo? – me aproximo dele e bebo um gole de seu copo, logo fecho o rosto com o sabor da bebida, ele ri.
– Não quero começos e nem fins, só quero curtir um pouco.
– Você pode curtir comigo – me aproximo novamente dessa vez para perto do rosto dele.
– Olhe, você está fora do meu radar.
– Você não gosta de mim? Isso realmente te impede de ficar comigo? É só uma ficada!
– Irmãs do melhor amigo estão totalmente fora do radar, entende?
– Ai que regra i****a! – ele sorri da minha pequena birra.
– Não se preocupe, tem vários caras que eu tenho certeza que adorariam começar algo com você.
– Bom, eu não posso desperdiçar a oportunidade – desço da banqueta do bar e caminho para o centro do lugar para dançar um pouco.
Começo a dançar sensualmente encarando o rosto de Ryan que em algum momento ao olhar ao redor se encontram com os meus. Continuo dançando encarando ele o tempo todo como se só tivéssemos nós dois ali, mas em algum momento uma garota chegou e levou ele embora, decepcionada eu me volto e danço sozinha até encontrar alguém.
Encontrei o date de hoje, um cara super gato de cabelos e olhos negros, corpo atlético e alto, o par perfeito para uma mulher frustrada.
Decidimos ir para um lugar melhor, não consigo encontrar Ryan em lugar algum e decido ir embora, mesmo assim, sugeri que fôssemos para a minha casa e nossas preliminares começaram em seu carro, nos seguramos para não fazer ali mesmo no estacionamento da boate.
Chegamos no apartamento e não havia nenhum sinal de Ryan, mas nesse minuto do jogo não é como se eu me importasse.
Meu parceiro tinha um corpo incrivelmente gostoso e uma preliminar maravilhosa, me fazendo chegar lá várias vezes durante nossa noite.
Quando amanheceu ele beijou minha testa e foi embora como um marido que sai para trabalhar cedo, quando levantei em seguida vi que havia deixado um papel com seu número.
Era terça-feira e eu tinha aula novamente, mas dessa vez eu estava completamente atrasada, corri para me aprontar e chegar a tempo para a aula.
Corri e cheguei a tempo para as duas primeiras aulas da manhã, encontrei a Carol no horário livre.
– Amiga, onde você esteve ontem? Se não tivesse mandado mensagem de manhã eu nem sei quão preocupada eu ficaria, eu já estava trilouca durante a noite não deu nem tempo de saber de você!
– Igualmente, não fiquei trilouca mas você não tem ideia do homem que fiquei ontem à noite, lindo e fazia gostoso.
– Sorte grande viu! Está de ressaca também?
– Eu estou mesmo com dor por todo o corpo, aquele homem me quebrou, minha nossa!
– É bom escutar que foi assim tão gostoso, apesar de eu ter visto como foi – olho para trás surpresa com uma voz familiar.
– Oi! Você é… de ontem? – gaguejei por lembrar que eu simplesmente não sabia seu nome.
– Não nos apresentamos, sou Ian.
– Ah sim, sou a Bianca.
– Ele foi o cara com quem você dormiu ontem? – perguntou Carol encarando o de cima a baixo.
– Bem, foi sim – dei uma risada sem graça, não acredito que ele me ouviu falando dele.
– Que coincidência te encontrar aqui, nossos departamentos devem ser diferentes já que nunca havia te visto antes.
– Na verdade eu me mudei recentemente mas eu sou do departamento de humanas, curso licenciatura em inglês.
– Eu sou do departamento de medicina.
– c*****o, bem distantes – Carol fala.
– Ah não tanto, eu e ela tivemos muita química ontem à noite.
Apresentei minha melhor amiga ao Ian, ela nos deixou sozinhos e conversamos sobre o que aconteceu noite passada.
– Olha, eu mesmo preciso admitir que foi incrível, eu nunca me conectei com alguém assim antes.
– Para mim também – admito – pena que o tempo passou tão rápido…
– Se quiser podemos nos conhecer melhor, você viu o bilhete que eu deixei?
– Eu vi sim, eu só não falei nada porque já estava bem atrasada.
– Eu também – ele ri – se tivesse tempo teria te chamado para tomar um café.
– Podemos sair qualquer dia desses.
– Claro, vou ter aula agora mas é só me mandar mensagem depois.
– Claro, também tenho que ir, tchau.
Vou caminhando para as salas quando vejo Ryan sentado num dos bancos que ficavam ali perto.
– Ryan tá tudo bem?
– Bianca? Nossa eu tô com uma ressaca…
– O que aconteceu ontem com você? – perguntei preocupada.
– Bebi demais e além disso quando voltei para casa tive o desprazer de te ouvir gemendo.
Gargalhei alto, o troco foi mais rápido do que eu mesma pensava.
– E por que não foi reclamar também?
– Eu estava tão morto que só deitei e dormi, saí muito tarde de lá.
– Espera aqui que eu vou te comprar algo pra ressaca, um lanche e uma bebida.
Fui correndo até um senhor, comprei uma água, um refrigerante de limão e uma comida e voltei para o lugar onde ele estava.
– Toma aqui, eu tenho que ir pra aula e quando eu voltar eu quero que não tenha sobrado nada ouviu bem!?
– Tá bom, mãe…
Satisfeita com sua resposta, vou correndo para minha próxima aula do dia, Carol não estava lá, isso me permitiu poder me concentrar um pouco mais na aula. Quando saí pude ver que o Ryan estava no mesmo lugar ainda.
— Se sentindo melhor? – perguntei.
– Estou, vou para a minha aula agora.
– Tudo bem, cochilou um pouco?
– Não estou com tanta dor de cabeça então não precisei.
– Tá bom… Se cuida viu!
Ele vai embora e eu sigo meu caminho para completar o resto do meu dia letivo, durante a saída eu ligo para Carol.
– Onde você está eu te vi na faculdade mas nada de você vir na aula.
– Eu encontrei com ex, sabe aquele chamado Fred? Ele voltou.
– O quê? Amiga tá tudo bem.
Fred, batizado assim por que seu pai era um grande fã do Fred Mercury, Carol namorou com ele por cerca de 2 anos e acabou por que ele teve a coragem de levantar a mão para ela, eu tive que intervir e meu irmão também ajudou, assim ele criou coragem e terminou com ele mas apesar disso ele perseguia ela pela faculdade, foi então que ele acabou indo para Portugal por causa da sua família, pensamos que nunca mais teríamos que ver ele, até agora…
– Eu estou indo aí agora!
– Não precisa amiga! – ela contesta.
– Como assim não? Uma covarde como ele não teria vergonha de lhe bater de novo.
– A gente está em um lugar movimentado, ele quer falar comigo, além de que eu tenho meus itens de defesa pessoal que você me deu, vai ficar tudo bem, certo?
– Tá bom amiga, mas me mande ao menos sua localização, não posso confiar nele.
Ela desliga a chamada e me manda sua localização.
– Oi Bianca, obrigada por ter me ajudado antes… – aparece Ryan.
– Ryan meu amor, pegue seu carro e me leve nesta localização.
– Posso saber o que você vai fazer?
– Vamos bater em filha da p**a hoje.