Os meus ombros curvam quando eu abro a porta da frente.
Certo. Papai não está mais aqui. Acho que ainda n**o tudo isso, porque todos os dias acordo pensando que vou encontrá-lo na cozinha ou que ele vai bater na minha porta, dizendo que estou atrasada para a escola.
Na minha cabeça, o meu pai ainda está aqui. Ele vai voltar, porque é isso que os pais fazem. Eles voltam.
Eles não vão embora como as mães.
O meu pai não vai me abandonar como ela fez.
— Que horas são?
Eu pulo, deixando as sacolas caírem dos meus dedos e atingir o chão com um baque retumbante.
O hall de entrada está escuro, exceto pelas luzes do jardim que entram pelas janelas. Mas parte disso é camuflado por uma figura alta e larga que está ali, bloqueando os tons suaves, massacrando-os e transformando-os em sombra.
Nã
