Capítulo 8

912 Palavras
Michelli. Acordei com uma p**a dor de cabeça, nem lembro quem me trouxe ontem. Fazia tempos que eu não bebia assim, uma vontade de vomitar, minha cabeça explodindo. Vi a Marcela dormindo do meu lado, toda descabelada e babando. Fui no banheiro, tirei minha roupa, entrei debaixo do chuveiro, senti a água gelada cair sobre meu corpo. Escovei meus dentes e quando sai do banheiro, enrolada com uma toalha, a Marcela já estava em pé se olhando no espelho. -Acabadinha né- falei e ela deu o dedo- Credo, já acorda atacada. Marcela foi pro banheiro e eu coloque minha roupa, sai do quarto, fui direto pra cozinha, vi a minha mãe almoçando e me perguntei que horas já deve ser. -Hora bonita de acordar em- falou a minha mãe. -Ai mãe, eu tô acabada- falei colocando a minha comida no prato. -Quem manda se matar de beber?- perguntou e eu neguei com a cabeça. -Meus 18 tá chegando mãe, vamo fazer uma festa né?- perguntei maliciosa. -Por mim a gente faz sim, porém tu tem que falar com o teu pai, ele que é o banco- falou e eu assenti rindo. Comecei a comer e não demorou pro dragão (Ma) vim devorar tudo. Peguei um remédio pra dor de cabeça e tomei sem água mesmo. -Que garganta boa em amiga- falou Marcela rindo e eu bati na cabeça dela quando vi o Miguel entrar bem na hora. -Vocês são muito safada, credo- falou o Miguel. -Safado é tu que entendeu oque eu falei- falou a Marcela incrédula. -Essas crianças viu- falei rindo. -Deixa só o pai saber das baixarias que vocês fala- disse o Miguel. -Deixa só a mãe saber que tu já sabe das baixarias- falei e ele fez careta. Saí da cozinha e fui assistir na sala, coloquei o filme, por lugares incríveis, prevejo que vou chorar horrores. Hoje vou na igreja, pois é, milagres acontecem, vou chamar a Ma, se ela não for, eu vou sozinha mesmo. -Qual a boa de hoje?- perguntou a Marcela sentando ao meu lado. -Vamos na igreja- falei e ela me olhou tipo "que milagre". -Eu vou, mas bora ver se Deus vai me deixar entrar, tô com tanto pecado- falou e eu neguei rindo. -Ele deixa mulher, é só você se arrepender dos seus pecados e não repetir. -Mas nem me arrependo de todos sabe- falou com um sorrisinho. -Safada- falei voltando a atenção no filme. No fim do filme eu e a Marcela já estava abraçadas e chorando horrores, eu nunca vou superar a morte do Finch. -Oxi, tão chorando porque?- perguntou o meu pai entrando na sala. -Ô Finch morreu- falei com os olhos molhados. -Amigo de vocês é?- perguntou e eu dei risada. -É o carinha do filme- falei e ele revirou os olhos. -E eu aqui preocupado achando que era alguém que vocês conhecia- falou indo pra cozinha. Ué, a gente conhece, porém é um personagem, tipo em livros, a gente se apega tanto, e quando morrem o nosso coração quebra em 100 pedacinhos. Eu e a Marcela somos duas fanfiqueira, sonhando com um romance que só se acha nos livros e filmes, triste fim. Saí dos meus pensamentos e fui pro meu quarto, resolvi arrumar essa bagunça, tá parecendo um cabaré aqui, recolhi as roupas do chão e guardei no closet, ajeitei a banquinha de maquiagem, passei uma vassoura no quarto. Enfim tudo um brilho, assim que eu gosto, pena que não dura um dia pra voltar a bagunça, fui pro meu closet e arrumei minhas roupas, sapatos e bolsas tudo direitinho. Uma coisa que eu amo é fazer compras, meu robe gente, quem não gosta né?. Peguei meu celular é vi que já é 17:50, entrei no banheiro, tomei um banho, escovei meus dentes e já saí do banheiro enrolada na toalha. Coloquei um vestido azul marinho, uma rasteirinha preta, cachiei o meu cabelo, passei um gloss, e desci até a sala, a Marcela logo correu pro quarto, provavelmente foi se arrumar nas pressas. Fui na cozinha tomei um suco, fui pra sala e avisei a minha mãe que iria até a igreja. Vi a Marcela descer as escadas com uma saia longa minha e um cropped, não deixa de ser quenga nunca, vai de cropped pra igreja. -Nem tomou banho né?- perguntei e ela negou. -Se o povo desmaiar lá, é culpa sua- falei e já fui correndo pq sei que o cão ia me bater. A gente parece duas irmãs, senhor. Ela apareceu perto de mim já na esquina de casa toda ofegante, isso se chama sedentarismo. Fomos até a igreja em silêncio, como é perto logo chegamos. Entramos na igreja e logo olharão pra gente com cara feia, devem saber que sou filha do dono do morro né, enfim povo preconceituoso, o pastor começou a pregar e eu apenas prestei atenção em tudo. Fazia anos que eu não ia na igreja, e as vezes é bom, tirar um peso de você sabe? Psé. A Marcela ficava encarando de volta às mulheres que olhavam com cara feia, ó menina afrontosa. Com um tempo o culto acabou e fomos embora, a Marcela foi o caminho todo dizendo que as irmãs da igreja são recalcadas porque elas falam da gente mas queria estar no nosso lugar, talvez tenha uma pontinha de verdade. Uma vez o Gui disse que tava pegando uma mina da igreja e que ela era mais safada que as p**a do morro, fiquei passada.
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