cap 06 muito bom

805 Palavras
Rayssa . . . Hoje meu dia já começou bem corrido. Primeiro que eu tive que acordar às 6 horas da manhã pra ir pra academia. Depois, aproveitei pra dar uma passadinha lá onde estão construindo meu salão e chorei horrores quando vi que agora só falta colocar portas, janelas e puxar um miau. Nossa, eu nunca fiquei tão feliz em ver uma construção, sério. Daqui a mais ou menos dois meses meu salão já vai estar pronto e funcionando, c*****o! Meu maior sonho, p***a, meu cantinho! Nossa, não tenho palavras pra descrever a felicidade que tô sentindo nesse momento. Sério, não tem sensação melhor do que ver todo o seu esforço e trabalho duro finalmente ganhando vida e ficando quase pronto. Dou um sorriso enorme pra construção na minha frente e depois bato uma foto — pra quando estiver pronto fazer aquele antes e depois. Tranco tudo e monto na minha PCX, partindo pra casa. Ganhei ela de aniversário do meu padrinho no ano passado, foi meu presente de 18 anos — e claro que eu surtei, né? Eu aprendi a pilotar com uns 12 anos ou menos. Meu pai era doido da cabeça e às vezes me dava a moto dele pra levar ele pra casa. E eu nem gostava, né? Quê? Me sentia a própria Taís Araújo da favela, meu amor! Quando meu padrinho me deu a moto, não demorou dois dias pra mulher dele aparecer com uma igualzinha. Até a cor, acredita? Mas Deus não dorme! Não levou uma semana e ela caiu de moto e se ralou todinha. Também, nunca mais andou. Vendeu a moto e gastou o dinheiro com besteira. Burra! Quem manda ser invejosa? Botou tanto defeito na minha moto, desejou tanto que eu caísse... que o jogo virou. Ela que se fudeu bonito, porque ainda ouviu esculacho do Tito. Estaciono a moto na calçada da minha casa, abaixo o descanso e pego as sacolas — já que aproveitei e passei na padaria pra comprar pão e umas besteiras pra tomar café. Abro o portão, cumprimento os vigias e entro em casa, indo direto pra cozinha. Verifico o horário e confirmo que não tem ninguém acordado ainda. Rayssa: — Também, quem é o doido que tá acordado às 7 horas da manhã, Rayssa? Só você mesmo, bicha doida. — falo sozinha enquanto arrumo as coisas na mesa. Às vezes gosto de fazer um agrado pra minha família. Eles são meus tudo e me apoiam em tudo que eu faço. Nada mais justo. Fora que eu amo esses momentos que a gente cultiva em família. São lembranças que vou guardar eternamente no coração e na memória. Então gosto de aproveitar ao máximo e fazer quem eu amo feliz. Mesmo que seja com um simples café da manhã. Graças a Deus minha família sempre valorizou os pequenos gestos, e às vezes são esses que mais importam pra gente, muito mais do que grandes presentes, dinheiro ou carros. Eu amo isso na minha família! Termino de arrumar tudo, faço um stories, posto no i********: e depois pego um pouco de cada coisa pra levar pros meninos lá fora — que estão desde a madrugada aqui fazendo a contenção do meu pai. Eles agradecem e eu ainda fico um pouco com eles, conversando. Na verdade, eu que converso, porque eles dificilmente falam comigo. Não podem. Meu pai não gosta. É super ciumento e vive trocando de vigia por causa disso. Velho paranoico. Depois de um tempo, minha família acorda e a gente se reúne na mesa, tomando nosso café da manhã com muita conversa e gargalhada. Comento com eles sobre meu salão, e meus pais comemoram felizes pela minha conquista. Rafaela logo solta que vai querer unhas e cabelos grátis. Rio da minha sapequinha e murmuro um "pode deixar". Olhando de longe assim, nem parece que nossa família é toda errada. Meu pai é traficante e procurado no RJ inteiro. Minha mãe é mulher de bandido e, nos tempos vagos, é dona de um bordel. Pois é, ela é dona de uma casa de prostituição aqui em SG. Minha irmã? Bom, Rafaela é a própria secretária do d***o: fofoqueira mirim enviada pra fazer o inferno na sua vida. É... minha família não é perfeita nem fudendo, mas é minha, e eu amo eles do jeitinho que são. E é isso que importa! O dia depois segue normal. Faço tudo o que tenho que fazer e, mais tarde, minha mãe me chama pra ir num churrasco de um conhecido do meu pai. Coloco um vestido tomara que caia, uma sandália plataforma no pé, faço uma make bem basiquinha, sem muita presepada, e tô pronta. Parto com meus pais e minha irmã pra casa do tal FP, e não demora muito pra eu me entrosar no meio do povo e começar a dançar ali.
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