Alexa Nunes
Eram duas e pouca da madrugada. Esperei que ficasse de noite, para tentar fugir.
Destranco a porta do meu quarto, desço as escadas devagar. Olho em volta para chegar se não tem ninguém.
Na pontas dos pés, vejo a porta e a chave penturada ali.
-- isso!-- falo baixo.
Saio correndo, antes de conseguir chegar lá, sinto ser empurrada para a parede. Minhas mãos são presas a mesma.
-- acho que queria fácil!-- escuto sua voz grossa no meu ouvido.
Tento disfarçar o arrepio que sobe pelo meu corpo.
-- gosto de um desafio!-- retruco irritada.
-- correndo que nem louca pela noite?-- Perguntou ele.
-- só estava fazendo uma corrida noturna!-- falo sínica.
Ele da um suspiro, vira seu rosto, seu nariz fica encostado no meu. Seus lábios estavam a centímetros de distância do meu.
Seu alido fresco batia no meu rosto.
-- quando vai parar de fugir?-- Perguntou ele.
-- quando não estiver mais aqui!-- falo.
-- já disse que é minha!-- fala.
-- eu não sou mulher com preço. Deveria ter gastado seu dinheiro com outra!-- falo.
Ele me solta, vira de costas passando a mão nos cabelos.
-- vá dormir!-- fala ele.
-- me deixa ir embora, por favor!-- peço.
-- Alexa... Vá descansar!-- falou como se não fosse isso que iria falar.
Dou um suspiro e vou para meu quarto.
Olho para o dedo. Por um minuto desejei que ele me beijasse.
Queria saber qual era a emoção que ele carregava com tanta intensidade nos olhos. Aquele olhar de tristeza, como se implorasse ajuda.
(...)
Escovo meus dentes, desço as escadas.
Encontro nana na cozinha, Ricardo não estava em lugar algum.
-- sente-se menina!-- fala nana.
Me sento na frente do balcão, ela coloca torrada, Danone e bolo na minha frente.
-- Ricardo foi comprar algumas coisas pra você!-- fala ela.
-- Ricardo tem família?-- pergunto.
-- seus pais biológicos morreram. Ele só tem a mim, e agora tem você.
Ele pode ser meio rude as vezes, ou autoritário. É sua máscara para que não descobriram que por dentro, tem um homem implorando para ser amado!-- fala ela.
Mordo um pedaço da torrada. " Um homem implorando para ser amado".
A porta da frente se abre. Vários homens aparece com sacolas de roupas o que parece.
-- coloque no quarto dela!-- fala Rodrigo.
Ele se senta do meu lado.
-- bom dia, bonequinha!-- fala ele.
-- não me chama de bonequinha!-- falo seria.
-- tá bom, não vou chama... Bonequinha!-- fala.
Me levanto da mesa rosnando. Vou para meu quarto olhar as inúmeras roupas que ele comprou.
Vejo que tinhas roupas íntimas, roupas casuais.
Pego um dos vestidos que tem ali, dou um sorriso. É jogo de provocação que ele gosta, é jogo de provocação que ele vai ter.
(...)
Um gay chamando sachi apareceu para cuidar do meu cabelo.
-- como você prefere linda, solto ou preso?-- perguntou ele.
Olho para Ricardo que estava ali do lado, apenas observando.
-- o que prefere?-- pergunto.
-- tanto faz. Fica linda do mesmo jeito!-- fala saindo dali.
Solto uma risada.
Depois disso vou para meu quarto, entro no closet. Começo a procurar por vestidos, era um mais bonito que o outro.
Se foi Ricardo que escolheu, ele tem bom gosto.
Pego um que tem uma a******a para a perna direita, dou um sorriso.
Olho para o espelho. Por que será que ele me comprou?
Ele não quis me contar, mais eu ia dar um jeito de saber.
Penso também que na festa, posso tentar ligar para alguém, alguém pode vir me buscar. O problema que o único é o traidor do meu namorado, vou ligar e depois nos resolvemos com essa história.
Termino de me arrumar são 18:50. Vou para a sala e vejo Ricardo, esta sentando no sofá.
- Ricardo! Chamo ele.
Ele se vira e me olha. Me olha de cima a baixo.
- eu escolhi bem! Falou ele.
Reviro os olhos. Mais realmente ele mandou bem.
- parece que sim! Falo.
Ele estende a mão, mordo os lábios. Passo por ele sem pegar sua mão e vou para o carro.
- o motorista está a nossa espera! Disse ele.
Entro no carro, sem esperar por ele.
Logo ele entra e fica me olhando.
-- me acho bonita?-- pergunto.
-- sim, te achei muito bonita!-- fala ele.
Viro para a janela para não olha-lo, escuto sua risada.
Babaca.
-- vai me apresentar pra todos como seu amor?-- provoco.
-- não, mais já que você deu a ideia, posso usar a meu favor!-- fala ele.
Me viro e olho seria para ele.
-- não se atreva!-- falo.
-- calma amor, só vamos mostrar para todos como estamos cheios de paixão!-- fala ele.
-- tá sonhando acordado!-- falo cruzandos os braços.
Ele solta aquela risada que irrita mais é boa de se ouvir.
Chegamos em um casarão enorme.
Ricardo abre a porta do carro para mim e nos entramos juntos na festa.
-- vamos amor?-- Perguntou ele.
-- vamos b****a!-- falo.
Ele segura a risada.
-- você me diverte!-- fala ele.
Ele passa a mão pela minha cintura, me puxando para perto dele.
Olho torto pra ele, apoio minha mão no seu ombro.
-- b****a!-- sussurro.
-- boneca!-- sussurra ele.
Todos olham para nos, pareciam surpresos. Escuto sussurros falando: o grande Ricardo Carter está com uma mulher? Esse é Ricardo Carter? Quem é essa mulher com ele?
Fico um pouco desconfortável. Sinto a respiração de Ricardo no meu pescoço.
- está se sentindo incomodada? Perguntou ele no meu ouvido.
- n....na... Não! Falo tremendo.
Ele segura minha mão. Então é aí que percebo do que a festa de trata. Essa festa é a festa dos tubarões.
Em vários lugares tinha mulheres com pouca roupa dançando.
- preciso usar o banheiro! Falo.
- ali, vai logo! Fala ele e me solta.
Vou até lá e vejo uma mulher passando rimel.
- com licença! Falo para ela.
- sim? Ela fala e me olha.
- pode me emprestar seu celular? Pergunto para ela.
- tudo bem! Ela fala e me entrega o celular.
Digito o número do traidor e começa a tocar.
Ligação:
- alo?
- Lucas... Sou eu!
- alexa. Onde você está? Já fui na polícia
- uns caras me pegaram e a Alisha também
- tudo bem. Me fala on...
Sinto uma mão me puxar e vejo que é um dos tubarões.
- tá pensando que é o que? O que está fazendo aqui? Ninguém te comprou! Vou te levar de volta! Disse ele e me puxou para fora do banheiro.
- ME SOLTA! Grito.
- cala a boca! Falou ele apertando minha bochecha.
Cuspo no seu rosto e ele fecha os olhos impedindo que caia dentro do seu olho.
- v***a! Ele fala e ergue a mão.
O olho assustada, mais antes que sua mão chegar no meu rosto, outra mão o segura.
- nem ouse encostar um dedo sequer nela, ou você vai se arrepender de ter nascido! Vi que era Ricardo.
- hahahha senhor freitas, a que devo aqui honra de estar aqui defendendo essa p**a? Perguntou o tubarão se virando para o Ricardo.
Ricardo da um soco nele, ele me solta caindo no chão. Sem pensar duas vezes, Abraço o braço de Ricardo, ele coloca a mão nas minhas costas.
- ela estava ligando pra alguém... Não deveria confiar em putas, eu bato nela por você! Disse se levantando, enquanto limpa o sangue na boca.
- você não é nem loko de encostar a mão nela - Ricardo me solta e segura ele pela blusa - ela é minha é o que é meu ninguém toca, a não ser eu! Ele fala e joga o tubarão no chão novamente.
Ricardo passa os braços envolta dos meus ombros e fomos para fora da festa. Entramos no carro e fomos para casa.
Acho que estou um pouco encrencada.
Ricardo me pega pelo braço e entramos na casa, na sala e me joga nos sofá.
- pra quem você ligo? Perguntou ele me olhando.
- pra ninguém! Falei de cabeça baixa.
- NÃO MENTE PRA MIM! Ele grita e bate no sofá.
Levei um susto e olho para ele.
- o que falta pra você em? - ele pergunta e se senta do meu lado - eu te ofereci tudo, me mudei para uma das melhores casas que eu tenho, para você ter tudo do melhor. Eu te dei umas das melhores suítes dessa casa, você está sempre de barriga cheia, você tem liberdade pra fazer o que quiser nessa casa, eu não sou m*l pra você. E você me retribue tentando ligar pra alguém, pra fugir! Disse ele.
-- VOCÊ ERROU EM COLOCA PREÇO EM MIM, EU NÃO SOU MULHER QUE VOCÊ COMPRA COM A m***a DESSAS COISAS DE RICO!-- grito.
-- VOCÊ IRIA PREFERI O QUE ENTÃO? SE ALGUM DELES TIVESSE TE PEGADO, ESTARIA TE TRATANDO COMO LIXO, E EU TÔ FAZENDO ISSO?-- gritou de volta.
-- QUER QUE EU ME ACOSTUME EM FICAR AQUI? ENTÃO PARA TE TENTAR ME COMPRAR COM TUDO ISSO!-- grito.
-- SÓ TO ESTOU TE DANDO A VIDA QUE NEM EU TIVE!-- ele grita.
Ergo a sombrancelha. Ele passa a mão nos cabelos, olha pra cima e da um suspiro.
-- pra quem você ligou?-- Perguntou ele.
- liguei para um namorado, que já nem é mais, ele me traiu! Falei.
Ricardo deu um suspiro e toco nas pontas do meu cabelo.
- eu te comprei... Por que me sentia sozinho, precisava de alguma companhia. Você não sabe nada sobre tudo que eu passei, e se parasse de usar seu tempo pra fugir e me ouvir, hoje já sabia já bastante coisas sobre mim! Ele falou.
- pensei que você iria me fazer te dar prazer e me tranca no porão! Falei.
-- isso é o que eles iriam fazer com você. Alexa, eu não ia comprar ninguém, mais eu te vi assustada, com medo, a beira de lágrimas. Eu me lembrei da minha época de criança, quanto tudo aquilo ocorreu!-- fala ele.
Ricardo se aproxima de mim, me olha de cima a baixo.
Ele deu carinho em meus cabelos e deu um sorriso.
- Sei mio e sarai sempre mio! Ele fala.
- italiano? Pergunto e olho para ele.
Ele acena.
- o que significa? Pergunto.
- você é minha e sempre será minha! Ele fala olhando pra mim.
-- quem te deu essa certeza?-- pergunto.
-- vou conquista-la, dessa vez do jeito certo. Sem te " comprar" com coisas ricas!-- fala ele.
Mordo meu lábio nervosa. Por que ele me deixa assim?
- quer assistir alguma coisa? Perguntou ele.
Sorrio e ele vai colocar o filme na TV. Abro o sofá para poder deitada, Ricardo vai para cima e volta com um coberto. Ele coloca o coberto em mim.
- você quer pipoca? Perguntou ele.
Confirmo com a cabeça sorrindo. Ele faz e volta com um balde de pipoca. Ele se deita do meu lado se cobrindo, ele passa os braços por cima dos meus ombros e ficamos ali assistindo o filme.
-- é bom ver vocês se dando bem pelo menos uma vez. Deu pra ver seus gritos lá de fora!-- fala nana.
-- desculpa se atrapalhou a senhora nana!-- fala Ricardo.
-- senhora é seu passado, vou fazer mais pipoca!-- fala nana.
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