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1784 Palavras
Sua paixão é o combustível para as histórias! Vote, comente, compartilhe e juntos construiremos um futuro incrível para este livro. Estou ansiosa pelo feedback de vocês bjs Sofia Andei apressada até o banheiro daquele andar, a mente girando em turbilhão, sem prestar atenção em nada ao meu redor. As lágrimas embaçavam minha visão enquanto eu lavava o rosto na pia de mármore, a água fria escorrendo pela minha pele quente, tentando desesperadamente recuperar o controle. "Eu... eu preciso sair desse emprego..." murmurei para o espelho embaçado, a voz embargada, um sussurro de desespero. "Não posso ficar..." Respirei fundo, tentando acalmar o tremor que me consumia, mas era impossível. A realidade me atingia como um soco: como pagaria as contas? O tratamento da minha mãe? As consultas? A cada soluço, a pergunta ecoava em minha mente, c***l e implacável. "Eu... não posso jogar a toalha," declarei, a voz fraca, mas determinada, como um último suspiro de esperança. "Irei voltar ao meu posto e tudo será como antes...ele me deiara em paz...." Respirei minimamente, tentando me convencer daquela mentira, mas a imagem do Patrone, a voz dele, as palavras dele, me assombrava. Supondo que ele já tivesse ido embora, voltei caminhando pelo corredor, o silêncio pesado me envolvendo como um manto sombrio. As luzes fracas e indiretas lançavam sombras alongadas nas paredes revestidas de madeira escura, criando uma atmosfera opressiva. De repente, um estilhaço agudo cortou o ar, vindo de trás de uma porta entreaberta, no final do corredor. O que estava acontecendo ali? Onde estavam os homens? "Por favor, senhor!!! Piedade!! Eu fui ameaçado!!" gritava alguém lá dentro, a voz desesperada ecoando pelo corredor, um grito de pavor que me fez parar no lugar. "Então optou por me passar a perna? Achando que eu seria t**o o suficiente para não perceber!" a voz do Patrone, baixa e ameaçadora, contrastava com os gritos de pavor do outro homem, criando um contraste arrepiante. Espiei pela fresta da porta, o coração batendo forte no peito, como um tambor de guerra. A cena dentro da sala era caótica: móveis revirados, a luz já havu sido ligada , e o homem, ajoelhado aos pés do Patrone, implorando por misericórdia. "O que prefere? Uma morte lenta ou rápida?" perguntou o Patrone, a voz fria e calculista, como se estivesse escolhendo um vinho em uma adega. Ele parecia a própria morte, com o controle da vida em suas mãos. Decidi me afastar, aterrorizada com o que acabara de presenciar. A crueldade do Patrone me paralisou, a cena gravada em minha mente como um pesadelo. "José foi t**o o suficiente para me roubar e fugir... aquele brasileiro desgraçado... mas ele vai pagar de uma forma ou de outra," a voz do Patrone era carregada de ódio, um veneno que se espalhava pelo ar. "Era o nome do meu pai..." pensei, um calafrio percorrendo minha espinha. "Mas não tem como, são tantos Josés no Brasil... e pouco importa..." tentei me convencer, mas a coincidência me perturbava. De repente, um estrondo ensurdecedor ecoou pelo corredor, seguido por um zumbido agudo em meus ouvidos. Um tiro. Um grito de agonia, cortado abruptamente. O homem se contorcia no chão, o sangue manchando o tapete persa, a vida esvaindo-se de seus olhos arregalados. Eu olhava fixamente para a cena, paralisada pelo horror, incapaz de desviar o olhar. Os seguranças do Patrone me puxaram de volta para a sala VIP, a força bruta me arrancando da cena grotesca, como se me arrancassem de um pesadelo. A porta se fechou atrás de mim, abafando os sons da violência, mas o cheiro de pólvora e sangue impregnava o ar, um lembrete nauseante do que acabara de presenciar. "Achei que já tivesse mandado você ir..." ele disse normalmente como não tivesse um corpo agonizando no chão, a voz arrastada, carregada de uma lascívia que me fez tremer. Um gesto impaciente acenou para que eu me aproximasse, e eu, apavorada, sacudi a cabeça em repetitivos "nãos", os olhos fixos no chão, tentando desesperadamente ignorar a mancha escura que se espalhava sob o corpo do homem agonizante. "Eu já lhe disse uma vez... não importa o que os outros querem, sim o que eu quero! Agora aproxime-se!" ele ordenou, a voz cortante como uma lâmina, a mandíbula tensa, os músculos do rosto contraídos em uma expressão de impaciência c***l. As luzes da sala, antes tênues, agora iluminavam o ambiente com uma clareza perturbadora, revelando cada detalhe de sua expressão predatória. Ao me aproximar lentamente, cada passo uma tortura, ele deixou o copo de uísque de lado, o líquido âmbar balançando suavemente no cristal. Eu não conseguia imaginar o que ele queria, mas o medo me paralisava, prendendo-me em um pesadelo do qual não conseguia escapar. De repente, um puxão brusco na minha perna me fez perder o equilíbrio, os joelhos vacilando. Para evitar a queda, agarrei-me desesperadamente ao estofado de veludo do sofá, as unhas cravando no tecido macio. "Você é muito devagar..." ele murmurou, a voz carregada de impaciência, como se eu fosse um objeto inanimado, um brinquedo que não obedecia aos seus comandos. Eu m*l conseguia distinguir suas palavras, a mente inundada por um turbilhão de pensamentos aterrorizantes: "Ah, mas de sessenta garotas trabalhando nesse lugar e a sortuda tinha que ser eu..." "Aiii..." murmurei, um gemido abafado, segurando o grito que ameaçava escapar quando senti seus dedos agarrarem meus cabelos, puxando-os com força. "Eu te quero aqui, não presa em seus pensamentos..." seu hálito quente roçava meu rosto, a ponta do nariz tocando a minha, a proximidade sufocante. Eu sentia a mesma mão que antes prendia meus cabelos se enlaçar em meu pescoço, puxando-me para perto, como se me arrastasse para um abismo. Ele tentou beijar-me, mas a repulsa me fez selar os lábios, recusando-me a ceder ao seu toque. Em resposta, senti a dor aguda de uma mordida, seus dentes cravando em minha boca, um ataque animalesco que me fez cambalear para trás. A dor e o pânico me fizeram perder o equilíbrio, e eu caí do sofá, o corpo chocando-se contra o chão frio. Saia! - ele vociferou, a voz carregada de desprezo, e desta vez eu corri, tropeçando nos saltos agulha enquanto me precipitava para o elevador. Abri a porta com as mãos trêmulas e me joguei para dentro, tombando e caindo encolhida no chão frio da cabine, abraçando meu corpo como se pudesse me proteger do terror que acabara de vivenciar. Quando a porta se abriu no andar inferior, Ella e Marina estavam me esperando, os rostos tensos e preocupados. "Eu disse! Você não acreditou em mim!" gritou Ella para Marina, a voz carregada de raiva e um quê de "eu te avisei". Marina, pálida e com os olhos arregalados, parecia ainda em choque com o que estava acontecendo. "Ele fez algo a você? Nossa... quer um remédio?... ele lhe bateu?" Marina bombardeava com perguntas, a voz trêmula de ansiedade. "Não, Marina, ele não fez... ela está só com um corte na boca. Se tivesse feito, não seria só isso. O pessoal lá em cima é talvez pior que os das pistas e perigosos... Mamis, por que mandou ela lá!? Ela não iria aguentar, você conhece ela!" Ella gritava furiosa, direcionando o olhar acusador para Mamis, que acabava de se aproximar. "Ainda sou chefe de vocês, sabiam? Controlem esses escândalos! Por que se importar tanto? Não aconteceu nada! Amanhã ela volta para o bar aqui embaixo," Mamis dizia irritada, sem um pingo de empatia na voz fria e cortante. "Vamos," chamou Ella, pegando em meu braço com firmeza. "Hora de pegar o pagamento." Nos recebíamos semanalmente, e aquele era o dia. "Vem, senta aqui," disse Marina, me guiando para um canto mais reservado e vasculhando a bolsa com mãos nervosas. "Às vezes pode acontecer, então sempre trago..." Ela estendeu um cotonete com cuidado até minha boca. "É só uma pomada... quer falar o que aconteceu lá?" perguntou, os olhos cheios de uma preocupação genuína. "Ele... ameaça... assédio... morte..." eu não conseguia formar uma frase coerente, as palavras presas em minha garganta. "Só quero ir pra casa..." consegui murmurar, a voz um fio de sofrimento. Eram 3 da manhã, e nós três caminhávamos pela rua deserta, o silêncio pesado como o ar úmido da madrugada. Eu não queria falar, as palavras presas em um nó na garganta, revivendo a cada passo a humilhação e o medo. Ella e Marina estavam ali, eu sabia, para me confortar, para me levar em segurança até minha mãe, um porto seguro em meio à tempestade. Antes mesmo de chegarmos à entrada do meu bairro, o toque estridente do celular de Marina cortou o silêncio. Ela hesitou, o aparelho vibrando em sua mão, mas o deixou tocar. "Não vai atender?" perguntou Ella, finalmente quebrando aquele mutismo opressor. "Só pode ser o Luca..." Marina murmurou, um suspiro carregado de exasperação escapando de seus lábios. Parecia reunir coragem antes de finalmente levar o celular ao ouvido. "Estou saindo do trabalho!" falou irritada, revirando os olhos para nós duas enquanto caminhava. "Não, eu não vou hoje pra casa... mas você nem me deixou..... pode parar aí! Pare!.... c*****o, escuta aqui, eu estou cansada! Não foi você que ficou se esfregando entre pessoas duvidosas! Então pega a sua b***a e desgruda da cadeira gamer que me custou muito a pagar! E vaza!" Ela desligou o telefone com um clique seco, a raiva ainda visível em suas feições. "Ele ainda tá jogando?" perguntou Ella, com um tom de quem já esperava a resposta. "Sim, e não quer fazer nada em casa, o que não é novidade a vocês... Estou esgotada com essa situação... eu não sei o que fazer..." Marina suspirou, a frustração evidente em sua voz. "Olha, dinheiro ele não tem... Eu não aceitaria ser tratada assim por um pobre, é muita humilhação," empurrei Ella de leve com o ombro, tentando aliviar a tensão. "Você diz isso porque não gosta de ninguém e está solteira por opção!" retrucou Marina, um sorriso amargo nos lábios. "Por falar nisso, diz ao seu primo que quero sair semana que vem," soltou Ella, com um tom casual que não enganava ninguém. "Que!!!" eu e Marina exclamamos em uníssono, surpresas pela repentina mudança de humor. "É, ele me infernizou... ele tá tentando desde que esteve lá no clube como o João 'mijao' e 'emocionado'..." resmungava Ella, fazendo aspas com os dedos. "Acredita que ele conseguiu me achar nas redes sociais? Até aí tudo bem... mas aparecer nas minhas folgas do nada! Isso sim é um problema!" "Eu avisei..." sorri de canto, um sorriso fraco, mas genuíno, pela primeira vez desde que saímos daquele inferno. Aquele pequeno momento de normalidade, aquela fofoca trivial, era um sopro de ar fresco em meio à escuridão.
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