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1303 Palavras
Allie Stuart Nayra estaciona o carro na área vip do local e fico chocada por, até isso, termos direito. O som que ouvimos daqui mostra bem que a festa está agitada lá dentro e fico curiosa. Dá uma certa ansiedade e nervosismo já que há tempos eu não venho a locais assim. Posso dizer que ainda, sim, é algo novo. Com os meus 23 anos, eu não tenho bem um histórico de experiências como a Nayra, por exemplo. Eu comecei a trabalhar pouco antes de terminar os estudos e a faculdade se tornou um sonho distante. Mas, eu não acho rüim. Eu sempre tive uma incerteza sobre o futuro e sobre o que eu queria e quero da minha vida. Por enquanto, eu não me encontrei e estou nessa busca. — Vem! Vamos entrar que a festa começou, garota! — Saímos do carro e ela dá a volta vindo até mim. — Vou te dizer, eu duvido você sair desse lugar hoje sem ao menos beijar alguém... é impossível! — Só vamos, garota! — Ela me puxa e eu vou logo atrás dela. Outra vez, o meu celular toca na bolsa e pego para ver e para a minha total falta de surpresa, é o Ricardo. Agora, ele está usando o número de outra pessoa para enviar torpedos e faço como da última vez, já deixo bloqueado e tudo. Esqueço dele assim que chegamos na entrada e com os ingressos vips, não precisamos pegar fila e recebemos as pulseiras. O olhar de satisfação da Nayra é imediato. Realmente, o local está cheio e sorrio aqui parecendo aquelas pessoas que nunca saíram de casa. Música alta, jogos de luzes, gente dançando, bebendo e para passar entre eles é uma luta. O salão principal é uma loucura e como não tem lugares aqui, vamos logo procurando um jeito de subir. Nossa, eu adoro essa música! A área vip fica lá em cima e vamos subindo. Nayra dança a cada passo que ela dá e vejo bem a atenção que ela chama. Quando chegamos aqui em cima, a vista é muito melhor e o espaço nem se fala. Tem um bar aqui, mesas disponíveis e um local de dança bem parecido com o lá de baixo, mas aqui é muito melhor. — Quer beber alguma coisa? — Nayra grita na minha orelha e eu aceno. — Vem, é por aqui. Vamos diretamente ao bar e com as nossas pulseiras, fazemos o pedido de uma vodca. Nayra já começa a dançar daqui e mesmo acostumada com o jeito dela, é engraçado e até chocante. Eu tomo a bebida num gole só e peço um Martini. Eu dou uma boa olhada no local e a minha amiga aqui já identificou os homens bonitos do local. Ela não perde tempo! — Aquele ali é um gato e tem cara de que tem uma pegada gostosa. — Não seguro o riso, mas tento disfarçar. — Aquele outro ali também é bonito... e bem forte. — Olha só, vai com calma que chegamos agora. — Nisso, eu recebo o meu drink e vou bebendo. — Isso está bom! — Só não bebe demais para não aguentar dar nem uma rebolada depois. — Dou de ombros e fico grudada no bar. Ela tem razão, está cheio de homens bonitos aqui e vez e outra noto uns olhares. Eu queria muito saber paquerar, mas sou péssima nisso. Oi? Paquerar? De onde tirei isso? Da época da minha mãe? Enfim, logo estou no meu terceiro drink e já me sinto mais leve e com vontade de me mexer. A música já me faz querer me movimentar no ritmo e eu começo devagar com um balançado na cintura e uma mexida no cabelo. Quem escolheu essas músicas está de parabéns! Assim que o meu copo está vazio, Nayra, me puxa para o espaço de dança e nem me seguro mais. Entro no meio das pessoas e vou dançando com ela sem pensar em mais nada. Não lembro que estou ainda desempregada, não lembro que fui traída, não lembro de Ricardo e não lembro de mais nada. A música dançante me faz entrar em outra dimensão e movimento o quadril e os braços adorando esse momento. Nossa, como é bom dançar! Levanto os braços enquanto fecho os olhos e vou descendo passando as mãos no corpo. Nayra grita e balança a cabeça já estando longe daqui e nem ligo para mais para ela. Juro! Porém, pouco depois, ela já está aos beijos com um cara que chegou perto dela e ela e sorrio aqui chocada pela rapidez. Ela não se limita mesmo! — Opaa... — Exclamo ao sentir um impacto em mim. — Nossa! — Desculpa..., esbarraram em mim! — O cara grita perto de mim e apenas aceno. Volto a dança depois de lhe dar as costas e o álcool ainda está queimando dentro de mim. Efeito de quem não bebe há tempos. Mas, está bem gostoso! A música muda totalmente, mas ainda é uma dançante e vou aproveitando cada minuto. Nayra já sumiu aqui do local e aposto que foi para um local mais reservado. Ela não presta mesmo! Pouco depois, eu saio querendo beber alguma coisa e peço outro Martini no bar. — Nossa... eu estou bem fora de forma. — Como comigo mesmo. — Preciso dançar mais. Assisto as pessoas daqui e quando recebo o drink, eu vou para a barra do andar e vejo as pessoas de baixo curtindo a festa. Com certeza o ingresso disso aqui não foi nada barato e nem quero saber o que a Nayra fez para ganhar isso aqui. — Caramba... — As luzes mudam de tonalidade e fico perdidinha aqui. Roxo, vermelho, rosa, azul, verde e por aí vai. Tudo é muito bem sincronizado. Vou bebendo aqui e dançando ao mesmo tempo, deixando o álcool me dominar mais uma vez e sorrio aqui vendo tudo. Apesar de lá embaixo estar interessante, eu não iria conseguir ficar. É muita gente em cima dos outros. — Está sozinha? — Um rapaz chega em mim repentinamente e dou um passo para trás. — Oi, e não... eu estou com uma amiga. — Respondo vendo bem o olhar nada sutil e carregado. Não gosto disso e ele nem disfarça ao olhar para o meu corpo, focando bem nos meus peitös. — Então, está sozinha... — Nem tenho tempo de revidar. — Eu me refiro à companhia masculina. — Eu não preciso no momento... com licença. — Saio antes de ouvir mais alguma coisa e vou ao bar. Não sei se foi o nervosismo, mas eu não gostei da forma como ele me olhou. Tento esquecer isso e peço um Dry Martini para tomar e claro, uma garrafinha de água para equilibrar. — Voltei! — Nayra aparece e se senta. — Me dá uma Margarita, por favor. — Onde estava? — Questiono nem vendo o cara que estava com ela. — Bom, tudo estava bem com o gostoso ali, mas... o celular dele começou a tocar e era a mamãezinha dele. Eu vim embora e deixei por lá! — Sorrio aqui achando inusitado. — Beijou alguém? — Não e quero beber e dançar e espero que você me avise quando for sumir. — Já deixo o recado. — Bom, tem gatinho bem aí do seu lado de olho em você... vai! — Eu espero alguns segundos e dou uma olhada disfarçada. Nossa! Ele é mesmo lindo e fico até sem jeito aqui. Alto, pele alva, olhos levemente claros, braços fortes e vejo o sorriso largo dele por algo que o seu amigo falou ao lado. Não tem mulheres perto dele e vou bebendo e dando uma olhada. É o mais bonito que vi até agora aqui no local e a Nayra não para de dar umas investidas. Eu preciso beber!
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