Daiana narrando Eu andava de um lado pro outro no pequeno quarto, com o telefone em mãos e o coração disparado. Lá fora, o som da rua seguia como sempre barulho de moto, conversa alta, funk estourando em alguma caixa de som velha mas, por dentro, eu estava desmoronando. Paro em frente ao espelho da cômoda, olho para me mesma com os olhos vermelhos e os cabelos presos às pressas. — Eu coloquei a Layla nessa — digo, num sussurro rouco. — Fui eu. Sento na cama com as mãos no rosto, os ombros tremendo de leve. — Eu jurei dava tempo. Que dava pra sair do morro antes do Tito descobrir. Mas aquele filho da puta... descobriu rápido demais. Fecho os olhos, tentando controlar o choro que ameaçava transbordar. — Ele já sabe que fui eu que botei fogo na moto. Que fui eu que perdi o controle e

