Selma narrando Eu passo o dia com o coração nas mãos. A cada hora que passava, meu peito apertava mais, e o meu pensamento em Layla não me dava trégua. Desde que ela saiu de casa naquela hora, com o rosto calmo, mas os olhos carregados de medo, eu não conseguia pensar em outra coisa: o maldito presídio. Eu olhava pela janela da cozinha, a caneca de café esquecida entre os meus dedos, e a minha mente rodava sem parar. Pensava na decisão que tomei semanas atrás, quando fiz aquele acordo silencioso, aquela conta suja com gente que nunca devia ter cruzado o caminho. Achei que conseguiria quitar essa conta para trazer minhas sobrinhas, dando um jeito de aliviar a sua dor, garantir comida na mesa e o básico que elas precisavam. Mas no fim… eu joguei minha própria sobrinha num buraco fundo dem

