Capítulo 04

1286 Palavras
Autora 16 anos atrás. Fazia três anos que Camila e Felipe estavam morando juntos. Não houve tempo para o casamento, já que ambos queriam fazer faculdade e achar um emprego que sustentassem os dois. Embora quando novos já estivessem pensado em qual faculdade cursar, optaram por fazer algo mais rápido e que tivesse um acesso no mercado ainda maior. Felipe começou cursar Administração que eram apenas três anos de curso e se formava agora. Enquanto Camila acabará de se formar em Maio. Os dois estavam felizes, ainda mais com a chegada de um novo m****o para a família dos melhores amigos Gabriel e Amanda. Amanda estava grávida de apenas dois meses, mas já era o suficiente para ter ganhado vários presentes e escolhido os padrinhos, seus melhores amigos. Camila estava passando por dias difíceis... Primeiro com essa agitação de formatura Felipe quase não parava em casa e também pelo trabalho. Durante a manhã Camila trabalhava. Durante à tarde Felipe trabalhava e no período noturno estudava. Ou seja, não estavam se vendo praticamente nenhum horário, só pela noite quando o mesmo preferia ir se deitar exausto ou pelos finais de semana que preferia ficar em casa ou sair com os amigos da faculdade/empresa. Naquela noite de sexta—feira Camila estava magoada e ainda por cima doente. Sabia que Felipe só teria três aulas no dia e estava atrasado 30 minutos. De dez em dez minutos Camila corria para o banheiro e colocava tudo para fora, depois de um tempo chegou a sair apenas água. Foi nessa situação que Felipe encontrou sua mulher. Ela estava dormindo abraçada no vaso sanitário, a boca suja e todo o vômito dentro. — Amor? — Chamou baixinho para que não a assustasse. — Vai embora. — Choramingou, fechando os olhos com força. — Está doente? — Tentou levantá—la, mas não conseguiu. — Não quero conversar com você. — Pediu manhosa. Felipe não entendia o porque do modo que estava sendo tratado pela mulher. Resolveu esperá—la sair do banheiro, cansado. — Está mais calma? — Ela não o olhava nos olhos. — Quero dormir. — Não houve um "boa noite" ou um "como foi a aula" naquela noite. [...] Camila já havia levantado para ir ao trabalho quando Felipe despertou. O café estava pronto, mas dessa vez sem pão ou bolo. Como estranhou o comportamento da sua mulher resolveu ligar para alguém que a entendia melhor do que ninguém. "LIGAÇÃO ON" — Amanda? — Chamou mesmo sabendo que estava na linha. — Camila te tirou da cama hoje? — Estava com a voz engraçada. — Bem que ela fez. — Ela está estranha. — Contou. — Estranha como? — Perguntou interessada. — Ontem quando cheguei ela estava dormindo abraçada com a privada, havia vomitado. — Começou a explicar. — Não me deu nenhuma explicação, ainda falou que não queria falar comigo. — Você aprontou alguma coisa? — Ela parecia estar desconfiada de que Felipe houvesse f**o algo. — É claro que não. — Negou. — Por isso estou te ligando. — Explicou. — Pode vir hoje à tarde ver ela? — Claro. — Amanda não negaria nada aquela família. — Muito obrigada. — Ele agradeceu com esperanças. "LIGAÇÃO OF" Felipe imaginou milhares de hipóteses que pudessem explicar os humores estranhos que Camila tinha. Como não chegou a nenhuma solução, acabou por deixar um bilhete na porta da geladeira e ir se arrumar para o trabalho. [...] Camila chegou em casa às 13:30, como de costume. Encontrou o bilhete do seu marido colado na geladeira. "Como foi o trabalho? Espero que tenha sido bom! Amanda irá vir te ver hoje, espero que possam se divertir. Já estou com saudades. Melhoras, quero a minha mulher para mim hoje à noite. Eu te amo." Os olhos de Camila deixaram em evidência a emoção que sentiu apenas lendo um simples bilhete de Felipe. Ela sentia falta desses pequenos detalhes em suas vidas e por mais que fossem novos, esperava que tudo se acertasse. Como iria receber à visita de sua amiga logo à tarde, procurou dar aquela ajeitada básica na casa e fazer um bolo de laranja que eram seus preferidos. Ouviu a campainha tocar diversas vezes, a grávida estava na sua espera já impaciente. — Essas mulheres que ficam grávidas e ficam impacientes. — Foi o que Camila falou quando abriu a porta. — Me abraça e fica quieta. — Amanda pediu, abraçando a amiga. — Posso saber por que devo a honra da minha melhor amiga? — Perguntou Camila, enquanto iam até a cozinha. — Digamos que um homem chorão me ligou implorando para que eu viesse conversar com você. — Amanda fez questão de fazer uma voz de homem imitando um pouco das coisas que Felipe falou ao telefone. Camila preocupou—se com o fato de Felipe ter envolvido sua melhor amiga na história, mas entendeu que ele não estava acostumado com a sua mudança de humor e não sabia dos seus sentimentos atuais. — Não estou me sentindo bem esses dias. — Camila explicou com cuidado. — Ele está tão distante. — O seu problema é à distância? — Amanda sabia bem como sua amiga era e não queria vê—la daquela maneira. — Só nos vemos meia noite quando chega do seu trabalho ou nos finais de semana, isso é quando não resolve sair com seus amigos. — Camila relembrava de todos os problemas envolvidos na sua vida. — Já procurou conversar com ele sobre isso? — A amiga aconselhou—a. Foram inúmeros os conselhos, mas tiveram que parar no meio da conversa para que Camila pudesse ir ao banheiro como de costume para vomitar. Sua amiga segurou seu cabelo preocupada, mas logo esboçou seu melhor sorriso. — Estou quase morrendo e você está sorrindo? — Camila não fazia ideia do que sua amiga estava pensando. — Preciso sair por um momento. — Amanda não se explicou, apenas carregou sua bolsa no ombro, correndo para fora. [...] Em busca de alguma coisa que a distraísse, Camila trocava os canais rapidamente em busca de achar algo interessante. Porém, foi interrompida por Amanda que adentrou seu apartamento como um furacão com uma sacola da farmácia em mãos. — Trouxe umas coisas para você. — Amanda estava risonha. — Por que trouxe testes de gravidez? — Camila às vezes era a pessoa mais ingênua da face da terra. — Entre logo nesse banheiro e descubra o motivo dos seus enjoos. — Arrastou—a para o banheiro. Quinze minutos haviam se passado, Amanda andava de um lado para o outro na espera do resultado. Como trouxe três testes diferentes, imaginou que sua amiga estava esperando o resultado de todos. Bateu a porta incomodada. — Amiga? — Chamou. — Está tudo bem? A porta se abriu de repente com uma Camila totalmente chorosa. Estava vermelha, os olhos inchados e em sua mão os três testes com as duas linhas em cores fortes. — Deu positivo. — O olhar era vazio e triste, Amanda não entendia o motivo. — Isso é maravilhoso! — Amanda estava mais empolgada. — Por que está triste? — Eu e o Felipe estamos em crise. Você não entende? Ele não tem tempo comigo, imagina com irá agir com uma criança? — Estava decepcionada com ela mesma. — Amiga!!! — Amanda chamou a atenção de Camila. — Você será mãe. A ficha de Camila não havia caído até o momento, quando a mesma parou de repente assustada. Analisava os testes em sua mão, esboçando um enorme sorriso. Passou as mãos na barriga, como se já pudesse sentir o bebê lá dentro. — Vou ser mãe. — Sua voz saiu fraca e chorosa como o esperado.
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