Capítulo 5

1625 Palavras
Morgana Três meses depois Minha vida tá uma correria esses dias, meu pai tá sumido, a faculdade tá uma coisa maluca, o morro tá tendo vários ataques de outras facções e da polícia, que até toque de recolher tá tendo ultimamente. Me levanto da cama, e vou me arrumar, para sair de casa. Depois de pronta vou rapidamente tomar um café e após terminar o café já saio de casa. Hoje vou ir de ônibus, porque tô sem dinheiro hoje para a gasolina. Saio de casa e vou descendo o morro, então ouço uma moto parando do meu lado. Se for o traste casado ele vai ser só! Hoje já não tô boa, quebro o nariz dele aqui mesmo. Nem que eu fique careca depois. Me biro para ver quem é, e me assusto ao ver a maluca da Maitê. Arqueio a sobrancelha olhando para ela que sorria. - De quem é essa moto? E desde quando tu sabe pilotar? - Pergunto desconfiada e ela dá risada. - Eu sempre soube, idiot@! E essa moto é minha - Ela fala sorrindo orgulhosa. - Tá bom, né. - Falo e então paro para raciocinar no que ela falou e arqueio a sobrancelha novamente - De quem tu roubou essa moto, garota? Ela então cai na gargalha e eu contínuo esperando a resposta. Se ela soubesse que eu nem perguntei na brincadeira. - Ganhei de presente - Ela fala sorrindo e pisca para mim - De quem? - Pergunto curiosa. Sei que os pais dela não têm a melhor condição financeira para dar uma moto para ela, principalmente uma trezentas. - Adivinha ? - Ela pergunta e eu olho para ela sem ânimo para tentar adivinhar, poderia ser qualquer pessoa louca - Poxa, você nem tenta, garota. Foi o Felipe. - O QUE? - Pergunto assustada. - Ele não namora? - Cala boca, maluca - Ela fala - Ele namora, mas não vem ao caso agora. - Ela diz e balanço a cabeça em negação. - Como assim ele te deu? - Pergunto. - Na verdade amiga, eu que dei pra ele - Ela fala sorrindo maliciosa - Idiot@ - Digo e dou risada, então raciocino o que ela falou e arregalo os olhos. Hoje acordei meio lerda - Tu deu pra ele, Maitê? - Sim, cara! - Ela fala - Vai acabar ficando careca - Falo rindo e ela me dá o dedo do meio. - Ele tá se separando, pow - Ela diz e eu concordo entendendo. - E aí, quer uma carona? - Depois desse tempo todo que eu perdi aqui, você ainda pergunta?! - Falo indignada e ela da risada. - Deus é mais, parece que acordou virada hoje - Ela fala fazendo sinal de cruz e dou dedo para ela - Isso é falta de dar. Apenas ignoro ela e subo na moto, ela sai em alta velocidade, me fazendo segurar forte na sua cintura. - Filha da put@, se eu morrer, volto pra puxar seu pé - Falo desesperada e ela apenas dá risada. Passamos pela barreira e vejo o tal do GG na barreira, ele fica me olhando fixamente, então para provocar, dou uma piscadinha para ele que sorri e morde os lábios levemente. Filha da p**a gostoso! ...................... Já estou saindo do trabalho e estou completando exausta hoje, o dia foi uma correria, chegou mercadoria nova na loja, tive até que ir ajudar o pessoal a arrumar o estoque, minhas costas estão pedindo pela minha cama. Vou até o ponto de ônibus e por sorte ele chega bem na hora, já vou procurar um lugar para sentar e por sorte achei. Em alguns minutos ele já para no ponto do morro e eu desço. Vou subindo o morro e vejo alguns meninos indo para lá e para cá. Uma movimentação meio estranha. Então ouço barulho de fogos e me assusto. Será que é invasão? Começo a ouvir barulhos de tiros e começo a correr, outras pessoas também estavam correndo, uma cena horrível. Vejo alguns meninos que pareciam os rivais, e sinto meu coração acelerar, me escondo deles. Estava morrendo de medo, nunca passei por isso, nunca imaginei como poderia ser, sempre via pela tv, mas quando você tá aqui, passando na pele, é tudo bem diferente. É totalmente desesperador. Só queria estar na minha casa agora, meu Deus! Por sorte estou em um beco bem escondida, vejo na outra rua o pessoal correndo. Então ouço alguém gritar, e uma mulher foi atingida por uma bala perdida, ela então cai no chão e vejo o sangue escorrer. Reconheço ela, já vi ela pelo morro, ela é bem batalhadora e bem gentil. Ela deve ter cerca de 30 anos, tinha uma filha pequena, que deve ter uns 5 anos. Assumo que ver ela ali caída me abalou bastante, será que ela está morta? Só consigo pensar na filha dela agora. Deus ajude que ela não tenha morrido, mas duvido um pouco, não vejo mais ela se mexer, o tiro parece ter sido certeiro. Sinto algumas lágrimas caírem pelo meu rosto. Acabo me recordando da morte da minha mãe, sei muito bem como aquela menina vai se sentir. É a pior sensação do mundo, espero que ela tenha apoio de outras pessoas da família. Saio um pouco do beco para ver melhor se ela ainda está viva, quem sabe eu consiga trazer ela para o beco que eu estava. Então sinto alguém me puxar, me trazendo para o beco novamente, meu corpo gela completamente, não consigo dizer nada, apenas fico paralisada. - Morgana, caralh0. Tu tava fazendo o que ali no meio porr@? Tu quer morrer? - Ouço a voz de GG e me viro para ele. Nunca senti tanto alívio ao ver esse traste. Acabo abraçando ele no impulso, ver aquela mulher ali me abalou bastante. - Acho que ela morreu - Falo tentando não chorar - Ela tinha uma filha pequena, eu via ela pelo morro com a filha. - Fica suave, se acalma, eu também conhecia ela, a filha dela vai ficar bem, beleza? - Ele fala e eu concordo respirando fundo. - Tá bom - Falo e me recomponho. - Agora vou te levar pra casa, antes que tu também vá de vala - Ele fala aparente preocupado e eu concordo. Seguimos caminho até minha casa, tomando o máximo de cuidado possível e então demos de cara com um cara armado. Não parecia ser daqui. - Tá achando que vai sair inleso é p@u no c*? - O cara diz olhando para GG e os dois se apontam as armas. - Vai se fud€r, arrombado. Aqui vocês não vão passar - GG diz com ódio na voz - Acho melhor vocês ralarem do meu morro, se não quiser morrer. Então o cara nota minha presença e GG me coloca atrás do seu corpo, se fazendo de escudo meu. - Uma das tuas putinh@s? - O cara pergunta me olhando malicioso - Gostos@. - Tá ficando maluco, caralh0? - GG fala com raiva - Respeita a mulher, porr@. Vaza daqui Samuel. - Eu até vou, se tu liberar a putinh@ pra ir comigo - o tal do Samuel diz. Quem esse p@u no c* tá achando que é? Vejo GG tremendo de raiva. Chega me deu medo do que ele pode fazer. GG então rapidamente dá um tiro na não do tal do Samuel, fazendo ele deixar a arma cair. Então ele dá outro tiro no joelho e o Samuel cai no chão gritando de dor. GG vai até ele e pisa na sua mão machucada. - Tu agora tá fudid0 pra caralh0 - Ele diz sorrindo debochado e o cara olha para ele com medo. - Foi m*l, GG - Ele fala - Me libera, por favor. - Liberar? - Ele pergunta irônico - Tu vai ver só. Eu permanecia em silêncio, apenas observando ele agir. Assumo que fiquei um pouco assustada ao ver ele agindo assim. Então GG pega o radinho e chama algum dos moleques. Eles chegam e levam o cara embora. Então GG vira para mim. - Vou te levar em casa - Ele diz sério, balanço a cabeça negando e ele me olha confuso. - Tô de boa, vou sozinha - Digo meio cismada com ele. Saio andando e ouço ele me chamar, apenas ignoro e sigo até minha casa. - Qual foi, morena? - Ouço GG chegando de moto atrás de mim. - Por que ficou toda fechada assim? - Nada, pow. Só acho bem normal tudo aquilo que você fez - Digo irônica e olhando para ele. - Aqui na favela é assim, Morgana. Tem que se acostumar - Ele diz - Se não fosse eu com ele, era ele comigo ou até ele com você - Ele fala friamente e acabo acordando para vida, ele estava certo. - Realmente - Digo baixo. - Mas de qualquer jeito, vamo ficar longe, antes que tua mulher queira vir me bater. - Ela não vai - Ele diz - Sobe. - Não vou - Digo e volto a andar. - Sobe logo ou eu vou te fazer subir - Ele fala autoritário, olho para ele sorrindo provocando e ele arqueia a sobrancelha. Então ele desce da moto e começo a correr. Ele corre atrás de mim e logo me alcança. - Me solta - Digo me debatendo após ele me pegar no colo - SOCORRO - Ninguém vai te ajudar, surtada. Eu quem mando nessa merd@ aqui - Ele diz rindo e dou um tapa na sua cabeça - Se continuar assim vou descontar tudo isso em você, em outro momento - Ele fala malicioso e arregalo os olhos, fazendo ele rir. - Idiot@ - Digo e ele me coloca na moto.
Leitura gratuita para novos usuários
Digitalize para baixar o aplicativo
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Escritor
  • chap_listÍndice
  • likeADICIONAR