Helena Costa Vilar

1191 Palavras

Nos dias que se seguiram, o mundo ao nosso redor parecia andar mais devagar. Não por causa da calmaria — porque ela nunca existiu, não na minha vida — mas porque pela primeira vez, eu estava encarando tudo de maneira diferente. Helena continuava em casa, mais próxima de mim. Os olhos dela ainda carregavam marcas, não só da morte de Lucas, mas do que significou atirar em alguém, mesmo em legítima defesa. Ela dormia comigo todas as noites, mas raramente adormecia rápido. Acordava no meio da madrugada, com o corpo trêmulo, o olhar perdido. Eu a segurava firme. Como se com meus braços pudesse arrancar dela toda a culpa, toda a dor. Uma noite, com o céu desabando lá fora e trovões rompendo o silêncio da casa, ela me olhou fundo nos olhos. — Você já se perdoou, Nicolas? — Pelo quê? — Por

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