A maçaneta girou lentamente, e meu coração pareceu parar por um segundo. Eu ergui os olhos e vi a porta abrir, revelando Helena. O rosto dela estava cansado, os olhos ainda vermelhos pelas lágrimas, mas havia uma serenidade nova ali. Não era perdão, nem aceitação — era apenas um cansaço calmo, o tipo que vem depois de muito lutar por dentro. Ela me encarou por longos segundos, e eu continuei ali, sentado no chão, sem conseguir dizer nada. — Levanta, Nicolas — ela disse, num tom baixo, firme. Obedeci. Me levantei devagar, esperando que a tempestade viesse. Mas não veio. Não daquela forma. Ela cruzou os braços e respirou fundo antes de começar. — Eu errei. Errei feio. Errei em tentar te atingir, em provocar, em buscar dor como resposta pra minha própria mágoa. Errei em deixar o Heitor s

