Novo Homem

1089 Palavras

Nos dias seguintes, algo em mim começou a mudar. Não foi como apertar um botão. Não foi repentino. Foi lento. Sutil. Mas perceptível. Acordava com mais calma. O café não tinha mais aquele gosto amargo da pressa. Eu não gritava com os empregados por qualquer deslize. E não sentia aquela ansiedade correndo no sangue, aquela que sempre me fazia andar com os punhos cerrados, como se o mundo estivesse sempre me desafiando. Helena notou. Na terceira semana, estávamos tomando café na varanda da mansão. Ela usava uma camisa minha, caída no ombro, e mexia o café lentamente, como se estivesse saboreando o silêncio ao meu lado. O cabelo preso num coque bagunçado, o olhar ainda sonolento. Era linda. Linda sem esforço algum. Foi então que ela olhou pra mim e sorriu de um jeito que me desmontou. —

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