Prólogo

502 Palavras
– Tens que ir atrás dela – diz a minha irmã pela centésima quarta vez. – Eu sei – dou de ombros, colocando os meus pés por cima da mesa do escritório e encaro os seus olhos azuis pegando fogo. – “Eu sei”, foi o que disseste há dois anos e até agora nada. Meche as mãos nervosamente. – Eu sei o que disse – Solto um suspiro passando a mão pelo meu cabelo nervosamente. – Então? – Levanta a sobrancelha para mim. Leslie é tão irritante que se não fosse minha irmã já a teria matado há muito tempo, só pela boca grande. – Então, que ainda não é a hora – Levanto e caminho em direção a janela do escritório, de onde posso ver todo o meu reino. – Eu não escutei isso – dá uma risada amarga. – Eles irão atrás dela, e mesmo assim você fica aí sentado, nessa cadeira, sem se preocupar com a sua prometida. Eleva o tom da sua voz, mais baixa assim que a encaro. – Eu não me preocupo com aquela piralha, mandei os meus homens a protegerem. Isso já basta! – digo e ela balança a cabeça discordando. – Você está se esquecendo de algo, todos nós dependemos dela e o nosso povo está perdendo as esperanças – me viro para ela. – Oque achas que eu deva fazer? – Ir atrás dela e trazê-la para nós. Nunca viste sequer uma foto dela – diz e mexe nalgo na bolsa em cima da mesa. – Eu não preciso de ver uma foto dela. Minha opinião não irá mudar sobre ela. – Digo exasperado sem olhá-la. – Estás mais frio, não pareces o meu irmão e sim o Cavaleiro n***o que todo o mundo teme. Com um rápido movimento a prendo na parede com a minha mão ao redor do seu pescoço bloqueando a respiração. – Nunca mais me chame assim aqui dentro, você sabe o que acontece quando eu perco o controlo. – digo rugimente, sentindo os meus olhos tentarem mudar de cor. Olho para Lesley e vejo medo em sua face. Os seus olhos estão brilhando com as lágrimas acumuladas. Solto o seu pescoço e ela o acaricia olhando-me magoada. – Eu estou a voltar para o nosso irmão que está lá, a cuidar da sua prometida e da nossa empresa. Diz séria levando a sua bolsa e indo embora. Caminho em direção a janela, mas algo me pára no caminho chamando minha atenção à mesa. Caminho até lá e vejo uma fotografia. “Deve ter sido a Leslye que esqueceu” – sobressalta-se em mim este pensamento. Pego na foto e viro-a. Espanto, admiração e um pouco de orgulho, são os sentimentos que me tomam assim que vejo a sua foto. A sua beleza era tão surreal, sensível e tão inocente que me perguntei se ela era para mim. Que a pora de destino está brincando comigo por me dar como prometida alguém tão oposto! Mas de uma coisa eu tinha a certeza. Eu iria buscá-la, porque me pertence. Nem que eu tivesse que mostrar ao mundo quem é o Cavaleiro n***o de verdade.
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