O tempo não existe aqui. Só os sons. Goteiras. Portas rangendo. Vozes abafadas. Passos longos no concreto. Às vezes acho que já ouvi o mesmo som cinco vezes seguidas, mas não sei se foi real... ou só a minha mente voltando ao lugar que mais dói. Estou deitada. As cordas apertam os pulsos, os tornozelos já perderam a sensibilidade. A garganta arranhando. Os olhos, secos. Mas a mente... A mente ainda está acordada. Porque ele vai vir. Jace vai vir. Aquela ligação não foi só uma armadilha. Foi uma promessa. Eu ouvi na voz dele. Na urgência. Na forma como ele disse meu nome. Na forma como ele disse que me ama. Eu me recuso a acreditar que aquilo foi o fim. ⸻ A porta abre de vez em quando. Eles vêm, me observam, às vezes dizem algo entre si e saem. Um deles chutou uma garrafa pl

