57

596 Palavras

Os dias seguintes se arrastaram como se o tempo estivesse preso na mesma hora. Jace me mantinha dentro da casa. Cortinas fechadas. Portas trancadas. Celulares desligados. Não recebíamos ninguém. Nem mesmo a mãe dele sabia que eu estava ali — só ouvia os passos no segundo andar e aceitava o silêncio do filho com o mesmo respeito assustado de quem entende que algo muito errado está acontecendo. Ficamos escondidos. Juntos. Mas ainda distantes. Porque a cabeça da gente... ainda estava no c*******o. ⸻ Na primeira manhã em que consegui levantar sozinha, encontrei Jace sentado na cozinha, com uma xícara entre as mãos e os olhos fixos na janela fechada. Ele não dormia direito. Eu ouvia. Virava na cama. Saía do quarto. Voltava. Às vezes, murmurava nomes. Outras, ficava só em silêncio. Mas

Leitura gratuita para novos usuários
Digitalize para baixar o aplicativo
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Escritor
  • chap_listÍndice
  • likeADICIONAR