Capítulo XVII

1190 Palavras
Eu estava na área de esportes encolhida entre os puffs, no mesmo lugar em que Taehyung e eu ficamos quando ele destuiu meu trabalho de geografia. Eu gostava daqui, as vezes ficava sentada nos puffs observando ele treinar, as vezes ficavamos aqui conversando até cehagar a hora de comprir nossa punição, de qualquer forma era um lugar que me trazia sensação de carinho, de conforto por alguma razão. Não entendo por quê um lugar que me traz memórias associadas a Taehyung me fazem sentir assim.  Eu estou desolada, completamente perdida e me sentindo a pior pessoa do mundo. Como estavamos em horário de aula não havia problema em me permitir chorar aqui, ninguém veria. Não achei que em duas semanas minha vida pudesse virar de cabeça para baixo. — Sook? - Era a voz de Taehyung. Eu olho para frente e o vejo com as sombrancelhas unidas numa clara feição de preocupação e não entendimento. Eu desvio meu olhar para baixo e limpo as lágrimas desesperadamente, eu não queria que ele me visse chorar, não queria ouvir suas provocações agora. — Você não deveria estar na aula? - Tendo desviar o possível assunto que se instalaria ali. — Em três anos você ainda me faz essa pergunta? - Revira os olhos e senta-se ao meu lado em um dos puffs. - A questão é por quê você - enfatiza o pronome - não está na aula. Na verdade, a pergunta é: por que você está chorando? — Não 'to chorando. - Digo e um soluço escapa. — Tá. - Seca as lágrimas que caiam por minha bochecha direita. - Por que tem água escorrendo pelos seus olhos? Um sorriso pequeno e rápido se forma em meus lábios diante de sua tentativa. - A minha vida... Tá tudo errado.  - O choro vem mais forte quando começo a falar e minha voz está completamente embargada. - Não chore pabo, você fica feia quando chora. - Seca novamente o meu rosto. - Tasc. i****a. - Viro meu rosto. - Quer falar o que aconteceu? — Não precisa fingir que se importa. - Fungo. — É claro que eu me importo, pabo. A gente briga de vez em quando, mas não precisa agir como se eu te odiasse. Eu estou aqui para escutar você. - Seu tom me transmitia conforto. No fim, acho que eu precisava falar sobre isso com alguém e apesar de tudo, eu me sentia segura ao lado de Taehyung, sentia como se pudesse conta- lo qualquer coisa. Eu sei, o tempo que estou passando com ele deve estar me deixando doida. - Meus pais brigaram e mais sério do que eles tem feito ultimamente. - Pais sempre brigam. — Eles falaram em divórcio. - As lágrimas me atingem com ainda mais intensidade e minha voz está completamente distorcida. — Eu estava doida para falar fcom meu pai, para pedir desesperadamente para ele mudar as coisas com a minha mãe e quando ele finalmente volta para casa eles brigam, brigam feio. O meu pai até mesmo foi para um hotel! Ele passou um mês fora e quando volta ele vai para um hotel? Eu ainda posso escutar os gritos deles ecoarem por minha mente. Me lembro perfeitamente de estar trancada no quarto encolhida em um canto qualquer enquanto eles soltavam palavras de ofensa um para o outro... Enquanto eles magoavam um ao outro... Até que eu posso ouvir o choro da minha mãe e a frase que fez todo o meu corpo tremer... " Acho que já não damos mais certo". Taehyung suspira e acaricia minhas costas. — As vezes isso acontece... As vezes as pessoas que amamos vão embora, as vezes as pessoas que amamos precisam de certos caminhos para serem felizes e precisamos aceitar mesmo que isso nos machuque. - Sua feição estava entristecida como se ele já tivesse sentido tudo o que está falando. - Não é fácil, pabo, mas a gente aprende a lidar. Senti que deveria mudar de assunto, ele parecia estar sendo afetado por essa conversa. — A Sun não fala mais comigo. - A essa altura que sentia meus olhos tão inchados que m*l conseguia deixá-los aberto. — Por que? - Fala nitidamente surpreso. — Eu... Eu denunciei o pai dela. — Denunciou o pai dela? Como assim? - Você não percebeu que ela não tinha vindo para a escola essas últimas semanas? Ele assente. — Eu fui na casa dela. Eu sei que o pai dela não gosta que ninguém vai lá, mas eu estava muito preocupada para me importar com isso. Eu precisava saber o motivo da ausencia dela, embora eu já suspeitasse. - As lágrimas caem novamente e eu quase não consigo respirar. - Ela tava tão machucada. — O que aconteceu com ela? - Seus olhos saltam as orbitas. — O pai dela. Ele tem toda aquela pose de homem rico e poderoso, mas não passa de um i****a com problemas de raiva e bebida. Ele costumava bater na Sun e na Sr. Choi. Eu não sei como, mas acho que ele descobriu que a Sun estava saindo com o Yoongi e ele tem uma espécie de ciúme doentio, uma obsseção... Sei lá. Ele não gosta da ideia que a Sun namore. Acho que ele não gosta da ideia de que a Sun e a Sr. Choi tenhsm uma vida. — Eu não fazia ideia que a Sun passava por essas coisas. Ela está chateada por você tê-la ajudado? — Ela disse que eu não deveria ter me metido na vida dela, na relação que ela tem com o pai dela, que eu não tinha o direito de estragar a vida do pai dela. Foi a primeira vez que eu vi ela ter raiva. Eu devo ter feito besteira mesmo, quer dizer, ele é rico e esse tipo de gente não costuma pagar por seus crimes. Eu devo ter complicado ainda mais a vida da Sun e talvez até mesmo a minha. - Fito o chão. Quando fui a casa da Sun, a Sr. Choi não estava confortável com a minha ideia de vê-la, porém, ainda assim me permitiu entrar. Quando eu vi a Sun com dificuldades até de se mover.... Para mim foi a gota d'água. Também posso escutar a voz dela ecoar na minha mente quando os policiais levaram o pai dela. " Como ousa?! Era a minha vida e você não tinha nada a ver com isso! Eu te odeio! Eu te odeio e não quero te ver nunca mais! Some da minha vida!". Essas palavras também me destruíram. - Pabo... - Ele me encara aflito e puxa minha cabeça para seu peito. Taehyung começa a acariciar meus cabelos e eu molho sua farda com minhas lágrimas. O garoto começa a cantar baixinho me surpreendendo. Ele tinha uma voz profunda e gostosa de ouvir, uma voz que curava onde dói. O abraço de Taehyung era aconchegante e confortável, eu sentia vontade de ficar para sempre ali sentindo o calor do corpo dele e aquele afago tão gostoso e ouvindo aquela voz maravilhosa. Nesses raros momentos Kim Taehyungn nem parecia ser o filho da p**a que é.
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