Capítulo Sete

1714 Palavras
Sinos pendurados no canto da porta anunciavam sua entrada, despertando-a de seus pensamentos. Eleanor hesitou, debatendo se deveria sair antes que alguém percebesse, mas os filhotes chamaram sua atenção e ela se aproximou do cercado. Com gemidos ansiosos, eles se aproximaram dela enquanto ela se inclinava sobre a mureta que os continha e os acariciava contente. Sua pele era tão macia. "Oh, olá." Eleanor chamou a atenção e se virou para ver uma mulher sair da área do canil. Sua juba grossa de cabelo castanho escuro estava parcialmente contida em um r**o de cavalo com presilhas de borboleta cintilantes e seus olhos tinham um brilho caloroso e amigável. Ela usava leggings estilo jeans e uma camisa leve de mangas. Seus braços estavam envoltos em um número extraordinário de pulseiras, tudo, desde pulseiras a pedras naturais e cobre terapêutico. Ela tinha um ar leve e fácil que, por algum motivo, trouxe o título de Flower Child à mente de Eleanor. Mas o que realmente chamou a atenção de Eleanor foi o fato de essa mulher estar muito grávida. "Hum, olá", Eleanor assentiu. "Meu nome é Nailah e o seu?" "Eleanor." "É um prazer conhecê-la, Eleanor", Nailah deu um passo à frente para apertar sua mão. "Você estava interessado em adotar?" "Sim, quero dizer, não", Eleanor balançou a cabeça. "Atualmente estou morando em um B&B, então não tenho lugar para um animal de estimação." "Novo na cidade?" "Sim, eu estava apenas de passagem, mas eu realmente gosto daqui." "A serenidade tende a crescer em você", Nailah riu. "Eu morei aqui toda a minha vida, se você não incluir a faculdade. Eu não gostaria de morar em nenhum outro lugar. Definitivamente, não consigo pensar em um lugar melhor para criar meu bebê." "Quanto tempo você está? Se você não se importa que eu pergunte", Eleanor perguntou enquanto Nailah acariciava sua barriga. "Sete meses", respondeu Nailah, incapaz de esconder sua alegria. "Eu pensei que Gus ia cagar gatinhos quando eu disse a ele." "Gus?" "Meu marido", disse Nailah, e Eleanor finalmente notou os anéis em seu dedo. Ambos tinham um grande diamante e, quando usados juntos, pareciam girar um ao redor do outro como mundos em órbita. Eleanor ficou em silêncio e nem percebeu a carranca que tomou conta de sua expressão. Ela não conseguia contar o número de noites que ficou acordada esperando por um amor como aquele. Ao longo da faculdade, ela nunca duvidou que um dia teria uma família com um marido amoroso. Esses sonhos foram destruídos quando Arthur colocou o anel em sua mão e a reivindicou como sua. Mesmo que ela tivesse fugido, ela nunca poderia realmente escapar dele e do que ele havia feito com ela. "Algo errado?" Nailah perguntou, observando o rosto de sua convidada cair no momento em que ouviu as palavras bebê e marido. Nailah estudou a mulher que havia entrado em seu resgate e notou os hematomas que o corretivo não conseguia mascarar e a maneira como ela se abraçava. Não havia dúvida em sua mente de que esta era uma mulher que teve seus sonhos mais queridos esmagados. Gus pode tirar sarro de seu coração sangrando, mas ela nunca poderia recusar alguém necessitado, fosse ele animal ou humano. "Sabe, eu estava prestes a almoçar", Nailah verificou seu telefone, observando o ETA de seu pedido de Door Dash. "Você gostaria de se juntar a mim?" "Oh, eu não poderia." "Claro que você poderia. Além disso, odeio comer sozinho. Vamos, vamos comer no escritório", Nailah virou a placa de a******a na porta para fechar e trancou-a antes de levá-la para trás do balcão e por um corredor estreito até o escritório. Lá, Eleanor ficou surpresa ao ver montanhas de papelada espalhadas por todas as superfícies, ameaçando cair no chão. Nailah suspirou, juntou uma pilha enterrando uma cadeira e jogou-a para o lado antes de oferecer um assento a Eleanor. Uma batida ecoou de volta para eles e Nailah se desculpou, retornando alguns momentos depois com uma pizza média e uma garrafa de refrigerante de dois litros. Ela pegou guardanapos e um par de canecas de cerâmica da cozinha do lado de fora da porta do escritório para eles usarem. Arrastando a cadeira ao redor da mesa para que ela pudesse se sentar com Eleanor, ela fez uma grande revelação de sua refeição: uma pizza para amantes de carne. Uma súbita expressão de pânico cruzou seu rosto e Nailah exclamou: "Oh! Espero que você não seja vegano ou algo assim. Eu deveria ter perguntado isso primeiro. Por favor, não se ofenda se estiver." Eleanor não pôde deixar de cair na gargalhada: "Está tudo bem. Eu não sou vegano. Eu sou bom com qualquer coisa." Nailah ecoou sua risada, servindo a cada um deles uma caneca de refrigerante e oferecendo-a a Eleanor como se fosse champanhe, "Só não diga ao meu marido o que estou comendo." "Ele não vai aprovar?" "Ele tem lido todos os tipos de livros sobre saúde da mulher e gravidez", Nailah balançou a cabeça. "Me leva até a parede." Eleanor riu. Olhando ao redor do escritório, ela perguntou: "Então, o que é tudo isso?" "Meu segredinho sujo", Nailah suspirou. "Eu sou péssimo no trabalho de escritório. Cuidar dos animais, treinar, interagir com os adotantes - estou bem. Mas tudo isso - estou quase sem esperança. Se Gus não me amasse, tenho certeza de que ele me mataria. Ele é uma aberração muito legal, especialmente quando se trata de papelada." "Talvez você devesse contratar alguém? Eles poderiam organizar tudo isso para você. "Eu pensei sobre isso, mas quem eu contrataria? Quem trabalharia por amendoins com todo o trabalho que precisa ser feito? Um resgate não é como outros negócios. Na maioria das vezes, tenho sorte de manter minha cabeça acima da água. Gus ofereceu, mas essa era a minha bagunça antes de ele entrar na minha vida. “… Eu poderia ajudar, se você quiser." "Você?" "Eu sou um contador. Ou eu estava. E eu tenho minhas economias, então não é como se eu precisasse de um salário enorme, apenas o suficiente para me manter. Eu gosto de me manter ocupado." "Isso seria incrível!" Nailah exclamou. Ela havia ponderado sobre uma maneira de manter Eleanor voltando para que eles pudessem se conhecer melhor. Se ela pudesse organizar o desastre que era seu escritório, tanto melhor; dois pássaros, uma cajadada como disseram. "Ah, mas eu insisto em pagar-lhe um salário adequado. Não posso fazer mais do que o mínimo, mas é alguma coisa." "Isso vai ficar bem", Eleanor assentiu. "Bom. Você pode começar amanhã." Assim que as palavras saíram de sua boca, uma pilha precariamente empoleirada caiu em cascata pelo chão. Nailah gemeu enquanto compartilhava um olhar exasperado com Eleanor. "Ou posso começar hoje?" "Hoje parece bom." A dupla deu uma risada. * * * Depois que terminaram o almoço, Nailah reabriu as portas do resgate e ficou imediatamente ocupada com uma família olhando para os filhotes. Enquanto isso, Eleanor permaneceu no escritório e iniciou o processo de reorganização dos arquivos aleatórios. Fazendo uso do pequeno corredor, ela começou separando-os em diferentes pilhas: despesas com serviços públicos, contas veterinárias, pedidos e taxas de adoção, relatórios de arrecadação de fundos e registros de animais. Enquanto alguns podem pensar que era uma tarefa mundana, embora intransponível, Eleanor achou relaxante. Ela poderia deixar a maior parte de sua mente se desligar enquanto se concentrava no desafio à sua frente. Era algo em que ela se destacava tanto que, às vezes, era uma maldição. Talvez essa fosse a razão pela qual ela pudesse suportar tanta dor. No final do dia, ela conseguiu encontrar o andar do escritório. "Ei, hein, é hora de trancar. Como está indo aqui? Uau!" Nailah exclamou quando viu o progresso. "Na verdade, eu tenho um piso! E é acarpetado." Eleanor riu enquanto colocava a pilha que estava separando no momento, "Sim, você faz. E um arquivo." Ela caminhou até a b***a de metal amassada e deu-lhe um tapinha. "Então é aí que estava", Nailah suspirou. "Bobagem minha." Eles compartilharam uma risada. Eleanor não conseguia se lembrar de quando ria tanto. Ela recuperou o fôlego e disse: "Na verdade, eu estava pensando que seria uma boa ideia comprar um segundo". "Outro?" "Sim, um pode ser para despesas relacionadas a negócios, serviços públicos, arrecadação de fundos e tal e o outro pode ser para os arquivos dos animais, registros veterinários, pedidos de adoção e tudo isso", Eleanor de repente ficou em silêncio, percebendo que estava pedindo a seu novo empregador para gastar dinheiro. "Claro, isso não é necessário..." "Não, eu gosto dessa ideia", disse Nailah. "Comecei a organizá-los em um ponto, mas não tinha certeza de como separar as despesas comerciais dos cães e vice-versa. Se você vai fazer algo, é melhor fazê-lo da maneira certa. Vou pedir outro armário. Eleanor assentiu, segurando a maçaneta da gaveta de cima. Ela o puxou para encontrá-lo preso. Franzindo a testa, ela puxou com mais força apenas para a gaveta voar de repente e cair no chão quando a maçaneta se soltou e permaneceu na mão de Eleanor. Ela olhou para a maçaneta por um longo momento antes de olhar para Nailah. Olhando para a maçaneta na mão de Eleanor, Nailah hesitou por um momento e disse: "Por que não peço dois?" "Dois parece bom", Eleanor acenou com a cabeça e eles compartilharam outra risada. "Algum outro pedido?" Nailah disse, pegando o telefone. "Pessoalmente, gosto daqueles com laterais altas para pendurar pastas", disse Eleanor. "Eles são mais limpos, eu acho." Nailah acenou com a cabeça enquanto examinava um site e encontrava armários que atendiam à descrição de Eleanor. Ela adicionou algumas caixas de pastas suspensas e de papel pardo para ajudar no processo de organização dos arquivos. "Tudo pronto", ela anunciou. "Eles deveriam estar aqui amanhã. Que tal encerrarmos o dia?" "Parece bom", concordou Eleanor, fazendo uma pausa no ato de organizar os arquivos da gaveta. Ela seguiu Nailah para fora, hesitando na porta do escritório para examinar seu trabalho. Eleanor sentiu-se satisfeita com o que realizou e ansiosa pelo amanhã. Mais tarde, ela perguntaria a Nailah sobre a possibilidade de adicionar um computador e talvez uma impressora. Arquivos rígidos eram bons, mas nos dias de hoje era difícil administrar qualquer negócio sem acesso digital. Mas isso era uma preocupação para outro dia.
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