Sabor de Perigo

1410 Palavras
KEYLA Meu mundo virou de cabeça pra baixo em questão de segundos. Um beijo. Um único beijo tinha sido capaz de desfazer trinta e três anos de regras, de "fazer o que é certo". Quando eu consegui me soltar dele, saí correndo pro meu quarto como uma adolescente pega no flagra, trancando a porta e encostando as costas nela, o coração batendo tão forte que eu achava que ia sair pela boca. Respirei fundo, tentando me acalmar. E então me vi. No espelho do guarda-roupa, a mulher que me encarava era uma estranha. Lábios vermelhos, inchados pelo beijo selvagem dele. Cabelos despenteados. Olhos vidrados, brilhando com um fogo que eu não via há uma década. Uma mistura de pânico e puro t***o. — Que droga tá acontecendo comigo? — sussurrei pra reflexão, a voz trêmula. A culpa veio como um tsunami. O Douglas. O Eduardo. A mãe do Douglas, a mulher de respeito, estava aqui, com a boca queimando pelo beijo de um menino, do melhor amigo do seu filho. Eu era uma piada de mau gosto. Toc, toc, toc. A batida na porta foi suave, mas firme, e fez eu pular de novo. — Keyla. — a voz dele era baixa, um rosnado do outro lado da madeira. — Abre. Me deixa entrar. Vamos conversar. Conversar. A palavra soou tão inocente, tão ridícula, considerando o que a gente tinha acabado de fazer. Minha mão tremeu no puxador. Cada célula do meu corpo gritava que era um erro, uma loucura. Mas outra parte, mais profunda, mais sombria e há muito tempo adormecida, sussurrava "abre". Eu abri. Ele entrou rápido, como se temesse que eu mudasse de ideia. E trancou a porta. O clic do trinco ecoou no quarto silencioso como um tiro. Estávamos trancados. Sozinhos. No meu quarto. A realidade da situação caiu sobre mim, pesada e perigosa. Ele não disse nada. Só me olhou, aqueles olhos que normalmente eram um deserto, agora ardendo em chamas. E então se aproximou. — Só mais um. — ele sussurrou, e não era um pedido. Era um aviso. Antes que eu pudesse protestar, a mão dele desceu pelo meu corpo, do ombro até a curva do meu quadril, num toque que fez meu corpo todo pegar fogo. E os lábios dele encontraram os meus de novo. E, meu Deus, como ele beijava. Era diferente de tudo. Era fome, era desespero, era uma entrega total. Eu queria resistir, eu sabia que era errado, que cada segundo ali era um prego no caixão da minha moralidade. Mas eu não era capaz de afastar ele. Minhas próprias mãos traidoras subiram e se enterraram nos cabelos curtos dele, o puxando mais para perto. Eu sentia o t***o dele pressionando contra a minha barriga. O p*u duro, feito pedra, roçando, eu já imaginava ele exatamente no lugar que mais precisava, mesmo que fosse através das roupas. Era uma tortura deliciosa. Ele foi me empurrando para trás, com passos lentos, até sentar na beirada da minha cama. Eu não pensei. Não hesitei. Coloquei as mãos nos ombros dele e sentei no seu colo, encaixando meu corpo no dele, sem nunca desconectar nossos lábios. Era onde eu queria estar. Onde eu precisava estar. — Sua boca é tão gostosa — ele rosnou contra meus lábios, antes de mergulhar em outro beijo, mais profundo, mais devorador. Aquilo era tão errado quanto gostoso. Me senti uma adolescente de novo, descobrindo o desejo pela primeira vez, mas com a intensidade de uma mulher que sabia exatamente o que queria. Minhas mãos exploravam o corpo dele, o peitoral duro, os braços fortes. E então, desci até a cintura, onde a coldre da glock estava presa. Sem quebrar o beijo, eu abri o fecho, tirei a arma pesada e a joguei num canto, no chão. Ele riu, um som baixo e rouco contra a minha boca. Achei que ia morrer de t***o na hora. Embolada por aquela coragem nova, minha mão desceu mais, tentando tocar o volume duro que pressionava entre as minhas pernas. Queria sentir ele, chupar, provocar. Mas ele travou. Parou o beijo de repente, as mãos firmes no meu quadril, e me tirou do seu colo, me colocando de pé na frente dele. Ele se levantou, se afastando, visivelmente incomodado. A atmosfera, que era quente e pesada, esfriou instantaneamente. — O que foi? — perguntei, ofegante, confusa. Ele virou as costas para mim, andando de um lado para o outro no quarto minúsculo, passando a mão nervosa pelos cabelos curtos. — Você é mesmo virgem? — a pergunta saiu antes que eu pudesse pensar. Era a única explicação para aquela reação. Ele parou, mas não virou. — Eu não minto. — a voz dele saiu grave, carregada de uma tensão que não era só s****l. — Eu quero muito fazer com você. Te desejo demais, Keyla, cê não tem ideia. Mas… eu quero que seja especial. Eu quase caí. Especial? A palavra soou alienígena, vinda de um homem, ainda mais no contexto em que a gente estava. Na minha cabeça, homem só queria meter e pronto. Era o que eu conhecia. Era o que o Douglas, meu filho, fazia diariamente. — Eu sei, soa estranho. — ele continuou, finalmente se virando. O rosto dele estava sério, os olhos queimando com uma intensidade que me prendeu. — Homens nunca se preocupam com isso. Mas eu… eu já esperei tanto. E com você… não pode ser qualquer coisa. Não pode ser só isso. Pra mim, tem que ser especial. Eu fiquei sem reação. Olhei para aquele homem, o "dono do morro", o temido Ben, confessando uma vulnerabilidade que eu nunca, em um milhão de anos, imaginaria. Ele era diferente. Era real. E aquilo era a coisa mais sexy que eu já tinha vivido. A minha abordagem mudou na hora. O desejo deu lugar a uma curiosidade profunda, a um… carinho. — Entendo, Ben. — falei, a voz mais suave. — Podemos ir com calma, então. Eu não te toco. — disse, e então, deixando a provocação tomar conta, me sentei na cama e abri minhas pernas para ele. — Mas eu quero muito ser tocada por você. Os olhos dele faiscaram de um t***o tão bruto, tão puro, que eu senti um calafrio. Ele se aproximou, não com a fúria de antes, mas com uma determinação que era ainda mais eletrizante. — Levanta daí. — ele ordenou, suave, mas firme. Eu obedeci, me movendo na cama até ficar de pé para ele. Ele se sentou na cama, puxando e virando o meu corpo para que eu sentasse no seu colo, minhas costas coladas no peitoral dele. E então, ele me orientou para que eu olhasse para a frente. Para o espelho do guarda-roupa. Lá estávamos nós. Eu, de rostinho corado, lábios inchados, sentada no colo do Ben. Ele, com a cara enterrada no meu pescoço, beijando, mordiscando, enquanto suas mãos grandes deslizavam pelas minhas coxas. — Tira sua roupa. — ele mandou, o comando saindo como um sussurro quente no meu ouvido. Dessa vez, não havia hesitação. Minhas mãos tremulas puxaram a roupa e joguei no chão. Fiquei só de sutiã e calcinha, encostada nele, nossa pele se tocando. Ele gemeu baixo no meu ouvido, e o som vibrou dentro de mim. E então, uma das suas mãos desceu. Lentamente. Deliberadamente. Passou pela barriga, pelo osso do quadril, até chegar à borda da minha calcinha. Ele não tirou. Sua mão grande cobriu toda a área, e então, seu dedo médio encontrou, através do tecido molhado, o meu centro. Um choque. Um arrepio. Um gemido preso na minha garganta. O olhar dele grudado em mim através do espelho. Ele afastou minha calcinha de olho em casa detalhe, dava pra ver o olhar de satisfação dele. Quando seus dedos encontraram meu centro molhado da minha bucetinha, eu mordi o lábio para não gemer — mas meus olhos no espelho contavam toda a verdade que minha boca negava. Eles estavam escuros, vidrados, cheios de um prazer tão intenso que era quase dor. E eu via, refletido, o olhar dele no espelho. Ele me observava, observava a reação que ele provocava em mim, e havia uma satisfação primal, um poder, naquela expressão. Ele estava me comendo com os olhos, e eu estava me deixando devorar. E no fundo, eu sabia: aquilo era só o começo. ESSE LIVRO É UM SPIN OFF DO MEU LIVRO: FILHA DO MEU PADRASTO ADICIONE NA BIBLIOTECA COMENTE VOTE NO BILHETE LUNAR INSTA: @crisfer_autora
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