BEN
A adrenalina ainda tá correndo nas minhas veias, mano. Saio daquela reunião com os outros donos de morro da facção, aquele clima pesado que sempre rola quando tem divisão de biqueira ou treta de limite. Todo mundo querendo mostrar quem é mais macho, quem manda mais.
Eu, com meus 18 anos, o mais novo de todos, tenho que me impor o dobro. Saio de lá com a mandíbula travada de tanto apertar os dentes, o instinto ainda em alerta máximo. A rua escura, meus vapô me escoltando, mas minha cabeça já tá longe.
Tô indo direto pra casa da Keyla.
O coração tá batendo forte, mas não é só da reunião não. É um negócio mais quente, mais perigoso.
É ciúme.
Puro e simples.
Um dos caras lá, sem saber de p***a nenhuma, soltou que o Matemático, o marido dela, vai ser solto. Em pouco mais de um mês, o cara tá na rua. A notícia caiu como uma bomba no meu peito.
O maldito vai voltar.
E a Keyla… a Keyla é dele no papel. A ideia dela voltar pra ele, de ele botar as mãos nela de novo, me deixa louco. Um calor do c*****o sobe da minha barriga pro peito.
Chego na casa dela, bato na porta. Ela abre, surpresa. Tá com um roupão, linda, mesmo sem maquiagem, o cabelo meio solto. Meu corpo todo pede por ela, mas a raiva fala mais alto.
Entro, fecho a porta com um pouco mais de força que o necessário. Ela me olha, percebendo a tensão.
— Ben, tudo bem? Você tá estranho.
— Tudo ótimo — falo, a voz saindo grossa. Não consigo segurar. — Você ainda sonha com ele, Keyla? Ainda sente que é esposa do Matemático?
Ela cruza os braços, os olhos ficando sérios.
— Ben, nós já falamos sobre isso. É passado. Eu terminei com ele, oficialmente, antes mesmo de a gente ter algo. Você sabe disso.
— Sei p***a nenhuma! — grito, perdendo a linha. O ciúme tá me corroendo por dentro, igual um ácido. — O cara vai voltar, Keyla! E aí? Vai ser fácil esquecer o passado?
— Isso é insegurança sua, Ben! — ela revida, a voz firme. — Eu tô aqui com você, não é?
Mas eu tô possuído.
A visão dela, daquela mulher maravilhosa, me deixa cego.
Avanço, empurro ela contra a parede da sala de um jeito bruto que eu nem sabia que podia. Ela dá um suspiro ofegante, mas não me empurra, me encara me desafiando. Eu cravo meus lábios nos dela num beijo que é pura fúria, pura possessividade. Minhas mãos, desajeitadas pela emoção, percorrem o corpo dela por cima do roupão, sentindo as curvas que eu já conheço de cor.
— Quero que todo mundo saiba que você é minha — rosno contra a boca dela, as mãos apertando a cintura.
Ela quebra o beijo, ofegante.
— Ainda não podemos, Ben. O Douglas vai surtar. Seus pais não vão aceitar. Pensa!
Ela tem razão.
Na minha cabeça, eu sei que ela tem razão. Mas o corpo não obedece.
Volto a beijar ela, mas agora é diferente. É um beijo de desespero, de medo de perder ela. O roupão dela se abre, e minhas mãos encontram a pele quente. Eu levo ela pro quarto no meio de beijos e mãos urgentes.
A transa é possessiva.
Não tem delicadeza, não tem a dança lenta que a gente teve outras vezes.
É fogo puro.
Eu marco o pescoço dela com beijos e chupões, quero deixar minha marca naquela pele branca, quero que todo mundo que olhar pra ela saiba que ela tem dono.
Ainda em pé seguro as pernas dela ao redor do meu corpo e meto com uma força que é quase violência, mas ela geme alto, se entregando, arranhando minhas costas, me puxando pra mais perto. É como se a vida dela, a minha, dependesse daquela conexão brutal.
A cada estocada eu via nos olhos dela, o quanto ela tava adorando ser fodida em pé por mim.
No auge, com o suor escorrendo, o corpo dela tremendo de prazer colado no meu, eu sussurro no ouvido dela, a voz rouca e quebrada:
— Minha primeira transa foi com você… e eu acho que já tô completamente apaixonado por você, Keyla.
É a verdade mais pura que já saiu de mim. Mais pura que qualquer promessa, que qualquer ordem que eu já dei no morro.
Ela me beijou e eu senti ela contraindo no meu p*u, os espasmos indicavam que ela tava gozando comigo. Fiz mais rápido, mais quente, sem deixar de beijar aquela boca dela, abafando qualquer gemido que ela quisesse soltar.
Gozei também, jorrando tudo dentro dela, olhei nos olhos dela vendo o desejo dela, a satisfação de tá ali comigo.
A gente fica deitado depois, o corpo exausto, mas a mente ainda acelerada.
Aí, do nada, ela solta:
— Tem um baile lá na Árvore Seca hoje à noite. Tô com vontade de ir.
Eu me levanto num pulo, o sangue gelando de novo.
— Você não vai.
Ela franze a testa.
— Como assim, não vou? Eu posso ir num baile, Ben. Não tem nada de mais.
— Não pode não — falo, a voz saindo como um comando, a voz do chefe. — A gente ainda não tá junto perante o morro, ainda não sabem que você é minha agora. — Quando eu falei "minha" ela ergueu a sobrancelha e ficou vermelha. — Eu não quero você lá, rebolando, chamando atenção de um monte de cara. Não e ponto.
— Isso é ciúme doentio, Ben! — ela se levanta também, pegando o roupão. — Você não manda em mim!
— Na minha quebrada, perto dos meus vapô, eu mando em tudo! E você tá na minha quebrada, Keyla!
A discussão esquenta de novo.
É a segunda vez em poucas horas.
Com um intervalo de uma transa.
Ela quer liberdade, eu quero segurança. Ela quer viver, eu quero esconder ela do mundo.
Pela primeira vez, senti o veneno do ciúme correndo nas veias — e percebi que seria capaz de qualquer coisa para manter ela só para mim. A paixão que eu sentia por ela tinha um lado sombrio, e ele era perigoso.
Tão perigoso quanto qualquer treta no morro. E eu, o rei de olhos vazios, tinha acabado de descobrir que meu ponto fraco tinha nome, cheiro e um corpo que me tirava do sério. E eu não tinha a menor ideia de como controlar isso.
ESSE LIVRO É UM SPIN OFF DO MEU LIVRO: FILHA DO MEU PADRASTO
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