A Prisão do Afeto

898 Palavras

KEYLA Mano, o barulho da porta batendo quase arrancou a dobradiça. Eu tava na sala, tentando assistir uma novela que não tava entrando na minha cabeça, quando o Douglas entrou. Meu Deus, o estado dele. Os olhos vermelhos, vidrados, a respiração ofegante. E nas costas, um fuzil. Um troço preto, pesado, que parecia sugar toda a luz do cômodo. O coração gelou na hora. Ele nem me cumprimentou. Foi direto pro quarto dele. Ouvi o armário abrindo com força, as gavetas sendo puxadas. Corri atrás dele. — Douglas! Que que é isso? Pra onde você vai? — perguntei, a voz saindo trêmula. Ele virou pra mim. O olhar era gelo. Não tinha meu filho ali. Era um estranho. — Vou embora desse morro. Mas não se preocupa não, mamãe — ele cuspiu a palavra com um deboche que doeu mais que tapa. — Eu

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