capítulo 53

862 Palavras

O tempo ali dentro parecia um inimigo. O relógio no meu pulso já rodava além da paciência, e o palco seguia entregue a qualquer uma, menos à que importava. As luzes piscavam, os gritos subiam, corpos se esfregavam em ritmo ensaiado. Mas nada disso me tirava do estado de espera. Fumava devagar, tragando como se cada baforada fosse uma forma de segurar a fúria que crescia. Até que Adriel voltou. Se jogou de novo na poltrona da área VIP, rindo sozinho, mas os olhos denunciavam que vinha com notícia torta. — Falei com o gerente. — começou, pegando meu copo e virando de uma vez, como se fosse dele. — A mascarada não vai subir hoje. Meu olhar cortou o dele como lâmina. — Como assim? — a voz saiu baixa, grave, carregada de veneno. Ele deu de ombros, teatral, abrindo as mãos como se fosse i

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