Capítulo 37 : Entre Olhos e Labirintos

1047 Palavras

Carol Eu me perguntei, naquela manhã nublada, se o problema era o mundo à minha volta ou o que ele tinha feito comigo. A verdade é que, depois de tantos muros, grades e silêncios impostos, eu não sabia mais como me reconhecer. A imagem que o espelho me devolvia era a de uma estranha, com olhos que carregavam um cansaço profundo e um sorriso que raramente alcançava a alma. E, muito menos, sabia como reconhecer o homem que agora dividia minha cama em um silêncio que, por vezes, me parecia tão opressor quanto os gritos. Gabriel estava ali, deitado de costas para mim, os lençóis amassados marcando o contorno forte do seu corpo. O braço esquerdo estendido sobre o travesseiro vazio ao meu lado, como se tivesse me procurado durante a madrugada, e eu tivesse escapado por entre os dedos dele, inv

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