Capitulo 114

1432 Palavras

Gordo narrando O suor escorria pela minha testa como se eu tivesse corrido a favela inteira a pé. A p***a do baile lotado, música estourando nos alto-falantes, todo mundo sorrindo e vibrando, e eu aqui sentado no camarote, com o coração batendo na garganta. Eu, que sempre fui linha de frente, antigo no corre, respeitado nas quebradas da Leste, agora estava encurralado feito um moleque pego roubando bala no mercado. Muralha tava de cara fechada, olhando pra mim com aqueles olhos de predador. Lobo ao lado dele, calado, mas fumando o baseado como quem só espera o bote do chefe. E a pergunta veio seca, sem espaço pra migué. Na mesma hora senti a boca secar. Peguei o copo de whisky só pra disfarçar, mas até a mão tremia. Como é que eu ia responder? Se eu abrisse a boca demais, assinava a min

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