capítulo 20- Lara

1302 Palavras
Lara narrando capítulo 20 O sol já estava alto quando a gente decidiu sair de casa. Eu sentia o calor bater no meu ombro, um sol pra cada um , mas o dia tava gostoso de feriado de natal , a prainha da gloria que geralmente costuma ser mas calma tava cheia de gente aproveitando , por um segundo fechei os olhos só pra respirar o cheiro de maresia que eu tanto senti falta. Cheiro de liberdade… e de começo novo. Cauê tava super animado , nem parecia a mesma criança que queimou de febre a noite , eu segurava a mão dele porque eu sentia que a qualquer momento ele ia sair em disparado igual foguete. - Mamãe! Dindinha! OLHA O MAR! ele gritou, apontando como se tivesse descoberto o oceano pela primeira vez na vida. Eu ri, e por um segundo eu soltei só pra aperta a tirinha do meu biquíni vermelho que eu nunca tinha usado . Tanto tempo que não usava biquíni que to até insegura , olhar pra mim agora assim depois de tanto tempo sem usar esses tipos de roupa , shorts curto parte de cima me faz sentir esquisita. E horrível se sentir assim. Mas a preocupação com meu corpo , durou exatamente dois segundos, porque no terceiro eu já tava correndo atrás do meu filho igual uma doida. -Cauê, NÃO VAI PRA ÁGUA SOZINHO! gritei, alcançando a mão dele antes mesmo dele chegar no limite da areia molhada. Tatinha gargalhou do meu lado. -Calma, mulher! ela disse, ajeitando o óculos escuro. -Nem respirou ainda e já tá surtando. -Sou mãe, né? respondi, puxando Cauê pra perto, mesmo enquanto ele tentava se soltar todo suado e risonho. - E além disso, olha essa praia… tá lotada. E tava mesmo. Lotada do jeito típico de feriado gente vendendo cerveja, salgado, criança correndo, gente passando com caixa térmica, barraca pra tudo que é lado. A areia parecia viva, fervendo de tanta gente andando pra cima e pra baixo. -Dindinha! Me leva no mar! Vai, vai, vai! Cauê implorava, pulando no mesmo lugar. -Calma, amor.abaixei até ficar da altura dele. - Primeiro protetor. Segundo você não pode correr assim pra não se perde . Terceiro… você não sai de jeito nenhum de perto da gente entendeu? Ele assentiu com tanta força que quase caiu pra trás. - O mar é perigoso , não pode ir sozinho . Passei protetor nele, no rosto, no ombro, nas costas… parecia que eu tava plastificando a criança. Tatinha riu de mim . - Tá parecendo o gasparzinho já amiga . - Branquelo assim , não tem como deixar sem . respondi, empurrando de leve o ombro dela. - Vou lá com ele um pouquinho. falei enquanto ela estendia a canga, ajeitava as nossas coisas em cima . Segurei a mão dele com firmeza e caminhei até a beirinha..O mar tava lindo, azulão, com umas ondas suaves que quebravam no nosso pé ele gritou como se tivesse ganho o campeonato mundial dele imaginário de altinha. - Tá gelado mãe!!! HAHAHA! E eu sorri , vendo ele feliz totalmente diferente do que ele estava ontem, ele tinha um sorrisinho sapeca no rosto , os olhinhos brilhando todo realizado por estar na praia. Meu coração parecia estar dando piruetas , afastando todas as lembranças ruins que vivem rondando meu pensamento. Olhei na direção da tatinha e ela tava rindo da gente, tirando foto escondida, filmando ele bater água com o pé e eu segurando firme o braço dele como se o mar fosse puxar de propósito só pra me irritar. - Mamãe eu posso ir até ali? Só ali! ele apontou dois passos pra frente. - Não. respondi na hora. - Você fica grudado em mim. Grudado. Tipo chiclete. Ele bufou, mas aceitou eu sou uma mãe protetora mesmo. E eu não sei nadar no mar tenho medo , as ondas puxa e eu não tenho confiança de entrar com ele sozinha por isso prefiro ficar aqui na beirinha . O meu maior medo na vida , não é nem comigo mas, é com meu filho ainda mas depois de tudo que meu filho já viu… A gente ficou um tempo, só molhando os pés, sentindo a onda bater, e eu não parava de olhar pro rosto dele. Ele tava bem, tava feliz, livre. Isso pra mim era tudo. Voltamos pra onde a Tatinha tava sentada , e aí o Cauê começou a encher o saco querendo jogar , aí foi a hora da dinda entrar em ação. Eles dois começaram a jogar , eu fiquei um pouco na sombrinha a cabeça tava latejando de tanto calor , prendi o cabelo num coque alto bagunçado. - Laraaaaaaaaa! Tatinha gritou lá de trás . Olhei ao redor várias pessoas me olhando , e eu morta de vergonha . - Vem jogar ... - Depois, Tatinha! deixa eu esfriar a cabeça um pouco , o sol tá quente demais . O Cauê veio correndo e eu aproveitei pra pegar o bonezinho dele do Mickey e colocar na cabeça dele pra proteger .Ele me abraçou pela cintura e disse baixinho. - Mamãe… hoje tá o melhor dia. O melhor de todos. Meu coração derreteu, senti meus olhos marejados mais segurei , hoje não era dia de chorar, mesmo que fosse lágrimas de alegria. - Também acho amor. Você tá gostando ? - Muito Mamãe eu vou ganhar da dindinha. Me deu um beijo estalado e voltou correndo na direção da Tatinha que já tava de papo com dois caras , ela me olhou e deu uma piscadinha o Caue chegou tomando a bola dela e começaram a jogar entre eles, eu fiquei só observando da sombrinha , ouvi uns cara passando e jogando gracinha eu fingi que nem era comigo. A fase nova tava começando mesmo. E dessa vez… Eu não ia deixar nada nem ninguém arrancar isso da gente. Decidi tomar um sol , pegar uma marquinha tava precisando , tirei o short e coloquei de travesseiro , deitei na canga de frente pro sol sentindo o calor esquentar a minha pele, sei que não vou durar dez minutos de cada lado se não eu vou torrar . Fechei os olhos , e por um instante meu pensamento foi pra noite passada, eu vi aquele homem na minha frente , o olhar de puro desejo , o jeito que ele me carregou , o beijo , a droga o beijo, os arrepios que ele me causou , o cheiro , aquele cheiro marcante parece que ficou empreguinado no meu nariz. E por um segundo, eu jurei que o sol tinha se escondido atrás de alguma nuvem . A claridade sumiu de uma vez. Pisquei os olhos devagar, pronta pra xingar a Tatinha achando que ela que tava fazendo gracinha parada bem na minha frente só pra encher o saco. Mas não era ela. E por um instante, eu realmente achei que meu cérebro tava pregando peça… porque o que eu tava vendo paracia coisa da minha cabeça. Abri os olhos ,esfreguei os dois e só aí tive a certeza . Eu levantei de uma vez , ele abaixou na minha frente me olhando com a mesma cara de safado , cafajeste que me olhou ontem .Era ele. O dono do morro da noite passada. O homem que me pegou no colo como se eu não pesasse nada. O mesmo que me beijou como se tivesse direito sobre a minha boca… e que me deixou respirando errado até agora só de lembrar. - Coe po? deveria ser preso quem inventou uma p***a de roupa desse tamanho . Falou passando o olhar por todo meu corpo até chegar no meu rosto . 150 comentários.... vamboraaaaa add na biblioteca minhas lindas deixe seu voto e me sigam no insta @autor_avehlima
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