Durante meses, o agente foi obrigado a permanecer a margem da investigação, não entendia a morosidade de Lucas em agir, ainda não tinham nada e Dylan começou a desconfiar de que havia algo errado com o parceiro, o diretor também estava incomodado com a falta de informações, mas se mantinha apoiando o investigador.
- Wray, sei que gosta da bichinhα, mas ele vai afundar essa investigação, me dê dez dias e volto com Foster, tem algo errado, conheço Lucas, ele pode ser um arrogante de merdα, mas é um bom agente. Não está agindo porque não quer.
- Teoria da conspiração, não Dylan, chega! E se acha que está demorando o ajude porr@, não é por isso que está ai?
Dylan ouviu o som de fim da chamada, tinha passado os últimos meses atuando em duas frentes. Atrapalhar as operações de uma outra organização criminosa, tão grande e poderosa quando a chefiada por Ivan Bianchi e procurar por Zoey. A encontrou morando em um bairro de luxo da capital, estava como babá do filho de Marco, o vice-presidente do grupo empresarial Bianchi.
Naquela manhã a casa estava vazia, entrou, pretendia deixar um desenho na cama de Zoey, ficou olhando a garota brincar com o garotinho por horas em uma praça próxima a casa, mas não se aproximou.
Pegou um pequeno bloco de papel que sempre mantinha no bolso e desenhou a cena. Sua menina de olhos negrοs brincando com uma criança sorridente, desejou que eternizar aquele momento. Foi até a casa com a ideia de deixar o desenho e partir, seria como um ‘olá’, mas foi surpreendido ao descobrir que o empresário e a esposa estavam em casa.
O casal estava em uma interação quente e prazerosa na piscina da residência, fechou a cortina, não tinha interesse em assistir, mas sentiu o corpo reagir, a rigidez o fez arrumar o próprio mеmbro nas calças.
Ouviu um barulho, se escondeu e viu a garota chegar com o filho do empresário, o plano de deixar o desenho teria que ficar para outro dia. Caminhou pelo andar inferior da casa, talvez pudesse descobrir algo, encontrou o escritório de Marco, o computador estava bloqueado, teve algum trabalho, mas acessou, apenas pagamentos e burocracias, em outra tem o homem acompanhava a oscilação da bolsa de valores.
“Pessoa sem graça”
Pensou antes de sair do escritório.
Encontrou Zoey com a face corada, a boca levemente aberta olhando a intimidαde dos patrões, achou engraçado o olhar curioso da garota. Se aproximou e a puxou para si ao mesmo tempo em que segurava sua boca para que não gritasse.
- Xiu... eu só quero conversar, Zoey, para! Vou soltar, não grita, por favor.
O encontro foi uma catástrofe, ela não gritou, mas o acusou de várias coisas, entre elas de que ele agredia mulheres.
Não podia culpá-la, aparentemente ela desconhecia que tipo de pessoas eram aquelas, estava trabalhando como babá, realmente, sem nenhum envolvimento com a máfia. Quando realizou a prisão de Foster, a esposa do mafioso ajoelhou implorando pelo homem, para Dylan se tratava de algum truque sujo, mulheres da máfia costumam ser tão peçonhentas quanto seus homens, a afastou com um tapa e quando se comoveu, teve certeza de que Júlia era só mais uma putα traiçoeira, ainda carregava a cicatriz do ataque.
Sentiu que precisava afastar Zoey daquelas pessoas, a achava doce e pura demais para permitir que fosse corrompida pelo crime. Desejou que tivessem se conhecido de outra forma, quando ela se virou, mesmo com raiva a beleza e o mistério ainda estavam em sua face.
Esqueceu do treinamento, da precaução, de que estava em uma investigação, apesar de não estar no comando e entregou a garota o endereço do bar que costumava frequentar.
Precisava conversar, pensou que talvez, se explicasse que tipo de pessoas eram aquelas, se contasse a sua própria história, talvez ela o perdoasse, quem sabe aceitaria abandonar aquele castelo falso antes que desmoronasse sobre sua cabeça. Sentia nojo só de pensar o que fariam com alguém como Zoey, provavelmente ainda estava a salvo pela intervenção do irmão, mas acreditava que em breve nem isso a salvaria.
Entregou o endereço e deveria ter partido, mas o contato daquele corpo no seu o fez se perder, não quis pensar e a beijou a sentiu amolecer em seus braços por apenas um segundo, até que o mordeu, se fosse qualquer outra mulher teria levado uma bofetada, mas era Zoey e dela, até aquilo lhe pareceu erótico.
Provocou para não ceder a raiva.
- Parece que também gosta de sexo forte, linda, vamos nos dar bem, não precisa ficar assistindo. Vou te esperar!
Zoey ficou vermelha, ela soube que o agente a viu observando os patrões em suas aventuras sexuais na piscina, agora só restava saber o que ela faria com a informação, Dylan torcia para que a lealdade da babá não fosse de Foster, ou ele estaria em maus lençóis, mas agora era tarde para voltar atrás, saberia ainda naquela noite o seu destino.