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1437 Palavras
Canibal 2 anos atrás... Estava na maior tranquilidade em um dos meus morros quando o BN me ligou. Eu não gosto de atender ele de manhã porque ele só me pede coisas difíceis; na verdade, às vezes são impossíveis. Mas como eu sempre consigo fazer com excelência, ele sempre me pede novamente. Só que dessa vez foi um pedido especial: ele me pediu para viajar para Fortaleza. É claro que eu estranhei; pensei que ele estava me dando férias, mas não era algo complicado. **Ligação** Canibal: Fala? BN: Eu tenho uma missão diferenciada para você e ela precisa dar certo. Eu não aceito erros em relação a essa missão. Você sabe que nós estamos disputando os territórios e que muitas partes do Rio de Janeiro já são nossas. Mas nós vamos ter que enfraquecer as outras facções. Canibal: Complicado, levando em consideração que eles têm a maioria do Rio de Janeiro. É claro que nós podemos tentar tomar outros morros, mas nesse momento eu estou tentando tirar férias. BN: É isso mesmo que eu vou te propor: que você tire férias em Fortaleza. Canibal: E o que eu vou precisar fazer? Porque você não é bonzinho assim. Você não ia me mandar para o Ceará se não tivesse algo por trás disso. Então me diz logo o que eu tenho que fazer para poder aproveitar as minhas férias. BN: Eu quero que você mate o LC e a Cigana. Canibal: Mas eles já estão velhos! Por que você quer matar dois velhos? Eles já estão quase morrendo. BN: Para desestruturar as outras facções. A Cigana é a única líder viva deles nesse momento, e você vai ter que matar o LC porque provavelmente ele também vai para cima de você. Você pode achar que eles são velhos e indefesos, mas eles ainda estão na ativa. Ela liderou um roubo de cargas das minhas cargas e eu não posso deixar isso acontecer, senão eu acabo perdendo a minha moral. E eu não estou nem um pouco afim de ter que ensinar para os nossos aliados como as coisas funcionam e quem manda aqui. Canibal: Até parece que a gente não sabe quem manda na facção. Você deixa isso bem claro todos os dias. Mas se você quer que eu vá lá matar ela, eu vou. Não tenho nada para fazer mesmo. Vou aproveitar, vou beber água de coco e vou pegar uma praia. Você tem o endereço? BN: Claro que tenho. Não é um local muito movimentado, até porque ela é procurada. Você precisa entrar e sair no momento certo e acabar com isso de forma rápida. Canibal: Como seria acabar com isso de uma forma rápida? Porque se ela for reagir, não vai ter como, sem falar que ela deve estar cheia de vapores. BN: Se você quiser, eu posso mandar reforços para você. Canibal: Eu não gosto de reforços, eles sempre me atrapalham. E outra, eu só preciso do endereço dela. Depois eu dou um jeito. Você quer alguma prova de que ela está morta? BN: Não, porque onde você passa, a morte fica. Então eu tenho certeza absoluta que se você me falar que ela está morta, é porque ela vai estar. Não preciso de mais que a sua palavra, só quero a confirmação por telefone. Boa sorte e boas férias. Canibal: Já é. **Ligação encerrada** Fiquei com a missão de matar uma das traficantes mais perigosas do Rio de Janeiro. Mas é claro que isso não me assusta; na verdade, nada me assusta. Bom, deixa eu me apresentar para vocês, vai ser rápido. Podem me chamar de Canibal mesmo, porque eu acredito que nenhuma de vocês mereça ouvir meu nome. Até porque as últimas pessoas que ouviram morreram, no caso, os meus pais. Meu pai matou a minha mãe quando eu tinha 10 anos. Ele era um abusador. É como dizem por aí, hoje em dia. Ele espancava nós dois. Um dia ele bateu demais e ela acabou morrendo. E confesso que eu não senti nada vendo ela morta. Naquela noite, ele saiu e chegou bêbado novamente, mas não me bateu. Só ficou no sofá chorando, falando que estava com saudade dela. Depois que ele apagou, eu fui na cozinha, peguei uma faca e dei mais de 30 facadas nele. Fiquei morando um mês dentro da minha casa com os dois mortos, até que os vizinhos chamaram a polícia. Quando eles perguntaram o que tinha acontecido, eu disse que alguém tinha entrado na casa e matou ele. Vocês devem estar se perguntando: mas e a faca? Eu lavei ela e coloquei no lugar. Eu já tinha tomado banho e enterrado as roupas que eu usei para matar ele na praia. Fui levado para um abrigo e lá eu matei mais umas 15 vezes para sobreviver. Quando alguém maior tentava me bater, eu matava. Depois eu montei a minha própria gangue. Aos 12 anos, nós começamos a roubar. Na verdade, eles roubavam e traziam para mim. Eu dava uma porcentagem para eles e foi assim que eu comecei a ganhar dinheiro. Entrei para o tráfico de drogas aos 13, comecei como fogueteiro, mas o dono do morro era fraco. Ele era da facção do BN. Quando eu tinha 14 anos, eu vi a oportunidade de matar ele. O cara estava cheio de droga na mente. Eu simulei uma invasão com os vapores que estavam insatisfeitos com a gestão dele e mandei ele para a vala. Simples assim. É claro que o BN veio atrás da minha cabeça, mas quando ele me conheceu, ele desistiu de me matar. Até porque ele sabia que não encontraria mole. Os homens do morro estavam todos ao meu lado e foi assim que eu me tornei dono da chácara do céu, da Vila Parque do Margarida, do Horto, do Jardim Botânico e do Morro dos Cabritos. Sim, eu tomei todas essas favelas. Depois que eu assumi, agora eu e o CV estamos disputando alguns morros, mas eles têm medo de mim porque eles sabem que se eu entrar numa favela que eles estejam, é vala na hora. Eu nunca perdi nenhuma invasão e sou conhecido pela minha crueldade. E eu adoro ser c***l. Eu adoro ver as pessoas implorando pelas vidas delas. Isso me deixa muito feliz, por sinal. O prazer em ter a vida das pessoas nas minhas mãos e acabar com elas não tem preço. (...) Peguei um avião para Fortaleza e fui direto para onde a Cigana estava. Antes de ir matar ela, eu peguei uma praia. Eu nunca mais vou ter essa oportunidade de sair do Rio de Janeiro para aproveitar a minha vida. Está difícil no momento. Saí da praia e fui para o meu hotel dormir um pouco. Quando deu mais ou menos 3 horas da manhã, eu comecei a me preparar para matar ela. Passei de carro no local onde eles estavam morando e vi que tinha uns 20 vapores. Bom, não vai ser a missão mais fácil do mundo, só que eu também não sou o homem mais burro do mundo. É claro, senão não teria chegado onde eu cheguei. O local onde eles estavam era uma vila com poucas pessoas. Então eu fui para trás dessa vila, me afastei um pouco e coloquei uma sequência de granadas com dinamites. No começo, os vapores vão pensar que estão sendo atacados e vão ser obrigados a irem até lá para verificar. Quando deu mais ou menos 4:00 da manhã, eu acendi a dinamite e saí correndo. Me afastei, fui para perto da casa dela. As explosões começaram e eu vi os vapores dela saindo correndo. Entrei na casa pela janela dos fundos e, para a minha surpresa, fui recebido pela Cigana com a arma apontada para mim. Cigana: Quem é você? Canibal: Para você, a morte, mas também sou conhecido como Canibal. Cigana: Hahaha, não sou tão fácil de matar assim, menino. Canibal: Eu sei, sua fama é gigante no Rio de Janeiro, mas sabe como é, né? A idade chega para todos - falei atirando nela, fazendo ela cair no chão. - Atirar primeiro, Cigana, conversar depois - falei, dando outro tiro na cara dela. LC: Carol! Carol! - ele falou, se ajoelhando em frente ao corpo dela e começou a chorar. Canibal: A luta de vocês acabou - falei, dando um tiro na cabeça dele. Saí pela janela e fui andando tranquilamente, sem nenhum tiroteio ou alarde. Quando eu já estava bem distante, peguei meu celular e liguei para o BN. **Ligação** Canibal: Está feito. BN: Deu muito trabalho? Canibal: Eles já estavam velhos, tinham menos agilidade para atirar. **Ligação encerrada**
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