Passion For Fear

Το πρώτο φιλί - PARTE UM

Peço que escutem a música Over – Honors na hora certa, é de extrema importância para dar o clima necessário para a cena.

Boa leitura!!!

________________________________

Atenas, Grécia

2018 - MMXVIII

[...] agora preciso conversar com você, Khloe. - Sentou-se no sofá, trazendo a morena para sentar ao seu lado, uma de frente para a outra. - Você entende o que aconteceu aqui hoje, não é? - Perguntou enquanto vestia a camiseta branca, com o cheiro afrodisíaco da mulher.

- Sim, entendo.

- Então sabe que teremos que ter todo o cuidado possível a partir de agora, ainda mais que sei que estão atrás de nós, mais uma vez.

- Então o que quer fazer, Katarina?

- Quero te levar para ficar na minha casa, em Santorini.

Khloe olhava fixamente para a mulher a sua frente, tentando compreender a última frase que saiu dos lábios de Katarina.

- Você quer me levar para a sua casa? Em Santorini? É isso? – Khloe murmurou lentamente, depois de alguns minutos que permaneceu calada.

- Sim, Khloe. Quero te levar para ficar alguns dias lá, até vermos que está tudo seguro por aqui. – Katarina falava pausadamente, entendendo o estado lento de Khloe. Ela havia passado por muitas coisas esses dias. – Você prestou atenção em alguma coisa que eu disse agora? – Sua frase saiu risonha, mesmo estando ansiosa pela resposta da morena.

- Sim. Mas como...

- Eu sei que você tem sua vida aqui em Atenas, tem sua faculdade e seu emprego, mas não posso te colocar em risco deixando você aqui.

- Não sei o que dizer, estou tão assustada que sinto minha mente mais confusa do que o normal.

- Entendo você, meu amor, mas precisamos agir rápido, tenho que nos tirar daqui hoje ainda. Ele vai saber que eu matei o híbrido e ficara furioso. – A mais velha ergueu sua mão, levando-a para a bochecha rosada de Khloe, e passou a ponta de seus dedos na pele branca e macia, acariciando calmamente. Seus olhos castanhos e brilhantes seguia o movimento de seus dedos.

- Ele? Ele quem, Katarina? – Khloe assistiu a grega respirar fundo e colocar ambas as mãos sobre os joelhos, apertando-os e observou seu peito subir e descer lentamente.

- Daniel Dragomir. O maldito vampiro que vem nos atormentando desde que meu pai morreu!

Khloe se sobressaltou com o tom raivoso da voz de Katarina, vendo seus olhos castanhos escurecerem por completo, até surgirem as veias pulsantes abaixo dos mesmos e os caninos afiados ficarem amostra. Katarina abaixou o rosto, até que seus cabelos formassem uma cortina sobre ele, não deixando a morena ter a visão de sua expressão assassina.

- Julian Vasile era só mais um fantoche de Daniel, apenas mais um peão nesse jogo c***l que vem durando por séculos. Daniel é o chefe do bando, mandando e desmandando a hora que bem entende. Já matei quase todos os seus aliados, mas restou apenas quatro, agora que matei Julian. Ele está ficando desesperado por não atingir seu objetivo e vai voltar com força total. – A voz de Katarina estava extremamente rouca, saindo em meio de lufadas pesadas de ar.

- Ele quer nos matar porquê? – Khloe perguntou com a voz saindo em um sussurro, e logo escutou um riso debochado sair da boca da grega.

- Ele quer me matar! Mas achou um jeito mais divertido de fazer isso durante os séculos, que foi matando você e assistindo minha dor.

- Sádico!

- Muito pior que isso, Khloe.

- Mas por qual motivo ele tem esse ódio por você? – Katarina ajeitou sua postura depois que ficou mais calma e seu rosto voltou ao normal, soltando todo o ar que prendeu em seus pulmões.

- Por causa do meu pai.

- Não entendi. – A confusão estava estampada no rosto de Khloe.

- É uma história longa para eu te contar agora, mas prometo que te contarei logo mais. Precisamos sair daqui.

- Tudo bem. Estou de folga pelo resto do final de semana e já que hoje é quinta-feira, faltarei na aula amanhã.

- Isso não irar te prejudicar?

- Não. Pegarei o conteúdo com algum colega depois.

- Certo, agora faça uma pequena mala e então partiremos.

As duas mulheres se levantaram do sofá e caminharam até as escadas que levariam para o segundo andar da casa. Assim que chegaram no quarto de Khloe, a mais velha se sentou na ponta da cama, cruzando as pernas e se apoiando no colchão com as mãos um pouco atrás de seu corpo, fitando a morena entrando em seu pequeno closet para separar umas mudas de roupas e seus documentos junto de sua carteira.

Khloe não demorou mais que 10 minutos para arrumar tudo, colocando suas peças de roupas na pequena mala preta que estava sobre uma cadeira no canto do closet. Voltou para o quarto e se deparou com Katarina sentada elegantemente em sua cama.

A grega, mesmo usando roupas casuais como uma calça jeans escura e justa ao corpo, uma blusa branca estampada e tênis all star preto, exalavam poder e elegância. Sua postura ereta e confiante a deixava ainda mais bela. Os cabelos castanhos escuros moldando seu rosto lhe dava um ar misterioso e sexy. Khloe estava hipnotizada por Katarina.

- Khloe? Está tudo bem?

O tom baixo e calmo de Katarina fez com que uma lembrança atingisse a mente de Khloe como uma bala, levando-a para uma noite especifica.

“Atenas, Grécia - 1515 d.C — POV Khloe

... Eu podia sentir sua pele febril contra a minha, deixando tudo ainda mais prazeroso. Seus gemidos baixos em meu ouvido atiçavam-me profundamente, fazendo com que meus dedos trabalhassem com mais vigor em seu interior.

- Khloe... – Eu ficava louca quando ela gemia meu nome com o tom manhoso e baixo.

Sentia meus dois dedos sendo esmagados cada vez por seu canal quente e extremamente molhado, tamanho o seu prazer. Suas unhas curtas descendo como laminas afiadas pelas minhas costas me fez gemer e morder seu lábio inferior com força, puxando-o em minha direção até solta-lo, fazendo um estalo soar pelo quarto.

- Tão b-bom.

Katarina soltou um gemido manhoso jogando a cabeça para trás quando desci um pouco meu corpo para sugar seu mamilo rosado intumescido, e puxou meus cabelos embolados entre seus dedos, trazendo meu rosto para mais perto de seu seio pequeno.

Suas pernas torneadas cruzaram em minhas costas, puxando-me para si e com o movimento, aumentei a velocidades de meus dedos em seu interior, sentindo-o pulsar de um jeito alucinante.

Beijei e lambi seu pescoço, subindo com a língua em sua pele suada até alcançar sua boca, tomando seus lábios para um beijo errático e afobado, devido as nossas respirações ofegantes.

Minha mulher interrompeu o beijo para gemer alto de prazer quando rocei meus dedos em um lugar especial em seu sexo e massageei rapidamente seu c******s inchado com o polegar.

- K... – Katarina fixou seus olhos castanhos nos meus verdes enquanto gemia baixinho, deixando-me ver sua expressão de luxuria, e a sensação de prazer que eu sentia aumentou a ponto de quase me fazer gozar. Seus olhos estavam quentes, numa aparência quase líquida hipnotizantes. Lindos.

- Venha, meu amor, goze para mim. Agora! [...]”

Khloe se assustou com o toque delicado em seu ombro, piscando várias vezes para ajustar sua visão embaçada.

- O que aconteceu?! – A voz de Katarina estava alarmada e suas mãos no rosto da morena. – Me responda, Khloe, por favor.

- Está tudo bem, Katarina. – Khloe engoliu em seco pela proximidade da grega. Seu corpo fervia pela lembrança que teve, deixando toda sua pele arrepiada e sua boca seca, e a ligação de seus olhares deixava-a ainda mais nervosa. – Eu só tive uma lembrança. – Sussurrou a última palavra, desviando seus olhos e fitando o chão de madeira escura.

Katarina observou a morena a sua frente com o cenho franzido, passando seus olhos por todo o rosto de Khloe. Viu que ela estava com suas bochechas vermelhas, sua testa um pouco suada e sua respiração ofegante. Desceu seus olhos para o pescoço e viu a pele arrepiada. Notou as mãos da morena fechadas em punho, deixando-a curiosa sobre a lembrança.

- O que lembrou desta vez? – O rubor que estava apenas nas bochechas da morena, foi para seu pescoço e orelhas. Katarina soube o motivo. - Lembrou-se de uma das nossas transas, certo?

Khloe ficou tão envergonhada que grunhiu, escondendo o rosto completamente vermelho entre as mãos, escutando Katarina soltar uma risadinha enquanto descia os dedos para sua nuca, arranhando a pele da mesma com as unhas curtas.

- Sim. – Khloe pigarreou alto, recuperando-se e voltando a fitar a mulher em sua frente, sentindo um arrepio percorrer sua coluna pela carícia de Katarina.

- Isso é normal, baby.

- Eu sei. Não me ache esquisita ou algo do tipo, mas normalmente tenho muitas lembranças parecidas como esta.

- O sexo sempre foi uma prática constante entre nós, desde o começo. – Katarina sussurrou aproximando-se ainda mais, colando seu corpo no de Khloe, essa que estava tremendo com os olhos fixos nos movimentos de Katarina.

A grega deixou seu rosto muito próximo ao de Khloe, sem nunca quebrar a ligação que prendia seus olhos nos verdes, que agora estavam num tom escuro de desejo. Quentes. A grega deixou um beijo demorado no canto dos lábios da morena depois de passar a ponta de seu nariz lentamente pela bochecha rubra, sentindo-a suspirar discretamente.

- Vamos?

Khloe ficou desnorteada com o afastamento brusco de Katarina, seguindo com os olhos o momento em que a mulher mordeu o lábio inferior, segurando o riso.

- Vamos logo sair daqui.

A morena saiu apressada do quarto, podendo ouvir a risada de Katarina, que apressou seus passos para lhe alcançar já nas escadas.

(...)

Katarina dirigia seu carro calmamente pelas ruas escuras em direção à praia onde Deimos lhe espera em seu barco, com Khloe ao seu lado, quieta, observando as pessoas se divertindo pela cidade. O som ligado tocando uma música baixinho era o que quebrava o silêncio mortal dentro do veículo. A de olhos verdes sentia-se cansada, a semana tinha sido pesada, e somando com o dia de hoje, seu corpo exigia por uma cama macia e uma boa noite de sono. Depois do momento que tiveram no quarto de Khloe, foram para o carro na rua detrás da casa da morena num completo silêncio, aproveitando a presença marcante uma da outra, e assim se ficaram até agora.

- Porque não me contou? – A voz baixa e rouca de Khloe soou pelo carro silencioso, após a morena ter respirado profundamente, pensando se seria uma boa opção perguntar o que lhe passava pela cabeça.

- Contar o quê? – Katarina devolveu a pergunta, observando pela visão periférica a postura tensa da morena no banco ao lado, mas ainda prestando atenção na rua a sua frente.

- Que as causas das minhas mortes eram por culpa daquele homem e seus cúmplices. – Khloe murmurou, virando-se um pouco de lado para olhar a grega.

- Não achei necessário naquele momento, quando lhe contei aquelas coisas no hotel, sendo que houve várias coisas para você absorver de uma vez naquele dia. Achei que estaríamos seguras por um tempo. Mas, eventualmente, te contaria tudo, quando estivesse pronta. Não queria que soubesse daquele jeito como ocorreu hoje, queria lhe contar com calma e em uma outra situação.

- Certo. – Khloe disse. – Mas, como você mesma disse, eles me matam por diversão. Então por que eu senti como se Julian tivesse um ódio profundo por mim?

- Porque ele realmente tinha. – Katarina murmurou enquanto passava a marcha do carro, virando em uma rua menos movimentada.

- Mas qual o motivo desse ódio todo? Eu já fiz alguma coisa contra ele? – Khloe perguntou curiosa.

- Você nunca fez nada, meu amor, mas somente por estar ao meu lado já era motivo do ódio. – Katarina virou o rosto para a morena, vendo sua expressão ainda mais confusa. – Julian era apaixonado por mim. Ele sempre teve raiva de você por “tomar o lugar dele ao meu lado”. – Fez aspas com os dedos quando parou o carro em frente a um galpão no final de uma rua sem saída.

- Oi? – Khloe indagou incrédula.

- Julian era tão sádico quando Daniel é, e achava que matando você, conseguiria ficar comigo. Ele tinha uma obsessão doentia por mim e me perseguia desde o início desse jogo.

Desceram do carro ao mesmo tempo, depois que Khloe pegou sua pequena mala no banco de trás, e fecharam as portas em sincronia, após Katarina estacioná-lo dentro de seu galpão, e foram para a rua. A grega apertou um botão no pequeno controle que estava em sua mão e as grandes portas do galpão se fecharam.

- Katarina?

- Sim? – Katarina respondeu virando seu corpo em direção ao de Khloe, após a morena lhe chamar.

- Por que você guardou o carro?

- Porque não precisaremos dele mais. – A grega respondeu como se fosse óbvio, se aproximando de Khloe.

- Então como iremos para Santorini?

- K, você sabe que Santorini é uma ilha, certo?

- Claro que sim, mas não precisaríamos do carro para chegar ao porto?

Katarina soltou uma risada divertida olhando a expressão confusa de Khloe.

- Talvez. Agora pare de falar e suba nas minhas costas.

- O que? – Khloe perguntou vendo Katarina se virar e abaixar um pouco, o suficiente para Khloe subir em suas costas sem dificuldades.

- Anda logo, Khloe.

A morena de olhos verdes, mesmo confusa e receosa com o pedido de Katarina, subiu em suas costas, passando os braços envolta do pescoço moreno e entrelaçou suas pernas na frente do corpo da mulher. A grega segurou firmemente nas coxas grossas de Khloe, e suspirou, sentindo o corpo quente em contato com o seu.

- Agora, meu amor, peço que se segure firme. Irei correr um pouco até uma praia não muito longe daqui. Não precisa sentir medo, ok?

- Por que eu sentiria med-

A frase de Khloe foi cortada quando Katarina tomou impulso para correr, logo ganhando mais velocidade que a morena sequer imaginava. Khloe prendeu em sua garganta um grito escandaloso que queria sair e se segurou com mais firmeza, fechando os olhos e travando a respiração nos pulmões.

Alguns segundos depois Katarina parava em uma praia mais deserta, avistando Deimos deitado na areia olhando para o céu, parecendo muito perdido em pensamentos. Ele não se importava em sujar suas roupas, só queria aproveitar a oportunidade de observar as estrelas naquele ponto menos iluminado da cidade, fazendo com que o brilho dos pequenos pontinhos no céu escuro ficasse ainda mais intenso.

Não percebeu quando, mas começou a chorar em silêncio, ao se lembrar de infância perturbada que tivera, devido ao seu padrasto abusivo que tocava em seu corpo sem sua permissão até seus 14 anos de idade. Isso o traumatizou de um jeito quase irreversível, se não fosse por Katarina, que apareceu em um momento em que ele mais precisava, matando seu padrasto e salvando sua vida.

A grega lhe deu uma casa em que finalmente ele se sentiu bem, depois que ela pagou um tratamento completo com os melhores psicólogos e psiquiatras. E hoje, com seus 25 anos, Deimos amava Katarina como se fosse sua mãe, do mesmo jeito em que a grega o amava como se fosse seu filho, e ele faria de tudo por ela, até mesmo dar sua vida para proteger Katarina. Ele era grato a tudo que ela lhe deu.

- Baby, já pode abrir os olhos. – Katarina murmurou risonha quando sentiu que Khloe havia escondido seu rosto em seu pescoço e lhe apertava com força, temendo cair.

Khloe tirou seu rosto do lugar onde o escondia e levantou a cabeça, olhando tudo em sua volta. Viu ao longe uma lancha enorme um pouco longe da praia e um pequeno barco sobre a areia, e um pouco distante do barco, um homem deitado olhando para cima.

Ao perceber que ainda apertava Katarina com força, afrouxou os braços e desceu lentamente das costas da grega, até tocar seus pés no solo.

- Desculpe.

- Não se preocupe, eu gosto quando me abraça assim.

Khloe abaixou a cabeça envergonhada e abriu em pequeno sorriso tímido. Katarina mirou o homem deitado na areia e se aproximou lentamente. A morena de olhos verdes a seguiu, curiosa para saber quem era o homem.

- Deimos?

Deimos se levantou rapidamente ao ouvir a voz de Katarina, passando as mãos nas roupas para retirar a areia e tentou discretamente enxugar as lágrimas para a grega não ver, obviamente falhou, pois nada passa despercebido pela mulher com visão de águia.

- Por que estava chorando, anjo? – Katarina perguntou carinhosa, se aproximando rapidamente e o puxou contra seu corpo, abraçando-o apertado. Khloe achou o gesto fofo, vendo o homem alto enterrar seu rosto no pescoço da grega como um menino amedrontado.

- Pensamentos. – Ele sussurrou somente para Katarina ouvir, sentindo as mãos da mulher acariciar seus cabelos castanhos e sua nuca.

- Está tudo bem, Deimos, eu estou aqui com você. Não se esqueça disso.

- Obrigado por tudo que fez para mim. Eu amo você, Kat.

- Eu também amo você, meu pequeno anjo. – Katarina se afastou com um sorriso doce nos lábios, tirando a cabeça dele de seu pescoço, e enxugou as poucas lágrimas que escorriam pelas bochechas coradas de Deimos. – Agora pare de chorar que eu quero lhe apresentar uma pessoa.

Katarina puxou Deimos pela mão até que eles tivessem próximo o suficiente de Khloe, que olhava timidamente para o homem atrás da grega.

- Então a senhorita que é a famosa Khloe Angely? – Ele estendeu a mão em direção a morena, que deu uma risadinha com a pergunta feita a ela. Deimos sorriu ao escutar o som da risada de Khloe e apertou delicadamente a mão da morena. – Muito prazer, senhorita.

- O prazer é todo meu. – Ela recolheu a mão com as bochechas coradas. Não entendia por que estava com tanta vergonha.

- Ela é mesmo adorável, Katarina.

A grega abriu um lindo sorriso em direção a Khloe, que a olhava com admiração estampada nos olhos verdes brilhantes.

- É sim. – Sussurrou puxando Khloe pela mão para mais próxima de si, deixando seus corpos quase colados. – Mas agora temos que ir, estamos muitos expostos aqui.

- Claro, vamos logo.

Os três andavam em direção ao pequeno barco e quando chegaram, Deimos ajudou ambas as mulheres a entrarem no mesmo, erguendo as duas pela cintura para evitar molharem seus pés na água gelada. Ele empurrou o pequeno barco até que o mesmo estivesse flutuando na água e subiu no mesmo, pegando os remos que estavam no chão e remou até que estivesse na parte traseira da lancha.

O barco era prateado e amadeirado, com os bancos de couro branco, deixando a lancha ainda mais luxuosa.

Khloe olhava para a lancha com a boca levemente aberta, fazendo com que Katarina a olhasse divertida. Deimos as ajudou a subir na embarcação e depois foi prender o pequeno barco no pequeno gancho que havia na parte de trás. Subiu no barco e foi para o volante, ligando o motor e conduziu em direção à Santorini.

Katarina puxou Khloe para se sentar nos bancos de couro que ficavam na lateral, e ficaram uma de frente para a outra sentadas de lado no estofado.

- Eu não te agradeci hoje. – Khloe disse sentindo o vento forte bagunçar seus cabelos, fazendo com que voassem para seu rosto, atrapalhando um pouco sua visão.

- Pelo o que exatamente? – Katarina ergueu sua mão direita, levando as mechas negras para atrás da orelha de Khloe, tirando-as de seu rosto.

- Por salvar minha vida.

- Khloe, não precisa agradecer, faria isso mil vezes se fosse preciso.

- Mesmo assim, Katarina, obrigada! De verdade. – Khloe pegou nas mãos da grega, sentindo a textura da pele macia e as acariciou com os polegares

- Sempre que precisar, meu amor.

Khloe sorriu com o apelido carinhoso e se aproximou, se arrastando pelo banco até que estivesse com o corpo perto de Katarina. Ergueu uma mão e acariciou o rosto da grega com curiosidade, passando as pontas dos mesmo por todo lugar, seguindo com os olhos os movimentos que fazia. Passou a ponta do indicador ao redor dos olhos livres de qualquer maquiagem, traçou as sobrancelhas bem feitas, desceu pelo nariz e desenhou o contorno dos lábios. Katarina havia travado a respiração no peito no momento que Khloe começou as caricias, enquanto fitava intensamente o rosto da mulher a sua frente, observando as expressões da mesma.

- Estou curiosa com uma coisa, pode me responder?

- Claro. O que quer saber? – Katarina sussurrou lentamente sem fôlego, vendo o olhar de Khloe travado em seus lábios.

- Por que é tão quente?

- Como assim? – A grega indagou, não entendendo a pergunta de Khloe.

- Sua pele é quente, como de qualquer outra pessoa. Não é fria como descreve nos livros que já li. Seu coração bate e você sangra.

– Katarina abriu um sorriso torto, que Khloe achou tão sensual como tudo que a mulher fazia.

- É por causa do sangue humano e café. Se eu beber sempre e constantemente, me manterei saudável e quente. Por mais que eu esteja morta, meu corpo funciona muito bem. Não como os dos humanos, mas funciona. Meu coração bombeia meu sangue pelo corpo me deixando aquecida. Posso até ingerir os alimentos de vocês, mesmo não me satisfazendo, é bom!

- Você pode comer de tudo mesmo?

- Sim, posso, mas não tudo porque eu não gosto de algumas coisas. – Katarina deu de ombros. – Não são todos os alimentos que são bons, de qualquer jeito.

- Então se você se alimentar bem, seu corpo funciona como o meu?

- Uhum.

- E vocês, vampiros, podem dormir?

- Sim, podemos, por mais que não seja necessário. Mas eu me sinto bem ao fazê-lo.

- Uau! Disso eu não sabia e sequer imaginava. Nos livros não falam disso.

- Os livros não descrevem como nós, vampiros, realmente somos. É uma colocação bem fútil da realidade. A visão dos humanos quanto a nós é muito superficial, são ignorantes.

- E como você anda no sol? Isso não te mataria?

- Eu não ando no sol, e já procurei ao redor do mundo alguma coisa que me desse esse privilégio mais uma vez. – Katarina falou e olhou para o horizonte escuro, vendo o mar agitado e sentindo o vento gelado bater contra seu rosto, arrepiando-a.

- Ah.

Deixaram o assunto morrer e se perderam em pensamentos, até Katarina perceber que Khloe estremecia de frio. Sem hesitar, puxou a morena contra seu corpo e a abraçou pelos ombros, sentindo Khloe passar os braços ao redor de sua cintura e a puxar ainda mais para perto. Ambas suspiraram baixinho, satisfeitas.

...

Após algumas horas em alto mar, pois Deimos decidiu ir mais devagar do que na ida por causa de Khloe, chegaram em Santorini. O homem ancorou o barco no porto particular de Katarina e ajudou-as a descer do barco. Andaram até a praia que ficava frente à casa da grega e as mulheres se despediram de Deimos, que morava alguns quilômetros dali, numa pequena casa que comprou com seu salário de motorista. É claro que ele poderia morar com Katarina, mas preferia dar privacidade a mulher e ter a sua própria. Subiu em sua moto que estava estacionada na grande garagem da mansão, que ficava na lateral do imóvel, e rumou para sua casa.

Katarina guiou Khloe até a entrada principal, deixando a morena surpresa pela elegância e beleza do lugar.

As paredes da mansão, ao invés de madeira ou tijolos, eram feitas de vidro temperado, para evitar que a luz do sol entrasse e machucasse Katarina, com acabamento e vários detalhes em madeira e pedras grandes e cinzas, dando um ar rustico em meio ao luxo, com um grande jardim na frente, sendo a parte de trás a praia particular de Camila. Três carros estavam estacionados perto da entrada, dos mais caros e luxuosos modelos.

Khloe olhava tudo embasbacada, com os olhos brilhantes e a boca ligeiramente aberta. Ao entrarem na casa pela grande porta de vidro, Khloe se deparou com a grande sala de estar espaçosa e arejada, grande o suficiente para deixar a sala de jantar junto, de decoração moderna, com as cores branca e preta predominando o ambiente. O piso era de um porcelanato branco tão limpo que ela ficou receosa de pisar no mesmo. Ela olhava cada detalhe parecendo uma criança num parque de diversões.

- Khloe, tudo bem?

- Sim! Sua casa é perfeita. – Virou-se para Katarina, que estava atrás de si.

- Obrigada. Mas os créditos vão para a decoradora. – Soltou um riso suave, indo em direção ao sofá de couro branco. – Venha, sente-se aqui um pouco.

Khloe foi em direção a Katarina, sentando-se ao lado da grega, deixando sua mala aos seus pés.

- Espero que se sinta confortável ficando aqui comigo durante esse final de semana. Queria ter evitado tudo isso, mas não está nas minhas mãos.

- Tudo bem, Katarina, eu entendo.

Katarina sorriu lindamente e Khloe se perdeu no brilho do sorriso da grega.

- Amanhã eu precisarei ficar em meu escritório durante algumas horas para resolver uns problemas da minha empresa. Sinta-se livre para fazer o que quiser. A biblioteca fica no subsolo, ao lado do meu escritório, a piscina fica ali. – Katarina apontou para uma porta de correr que estava sendo escondida pela cortina de seda clara, mas visível. – A porta está sempre aberta, basta você a puxar para o lado para ir na área externa. A cozinha fica ali. – Apontou mais uma vez para uma porta no lado direito da sala, logo ao lado da sala de jantar. – E os quartos ficam no segundo andar.

Katarina se levantou junto a Khloe, que pegou sua mala no chão e seguiu a mulher, que ia em direção as escadas que daria para o segundo andar da mansão. Ao chegaram no andar de cima, Khloe viu que havia 8 portas, quatro do lado esquerdo e quatro no direito. Se perguntou qual quarto ficaria durante esses dias, torcendo mentalmente para ser próximo ao de Katarina.

A grega abriu a segunda porta a direita, relevando um quarto de hospedes. A decoração era moderna, deixando o ambiente elegante. A parede frente a porta era completamente de vidro, dando uma vista de tirar o fôlego, com cortinas de seda presas no canto. A cama de casal aparentemente muito confortável na visão de Khloe, ficava no lado direito da suíte, e na frente uma lareira de tijolos laranjas, e acima uma televisão enorme ficava pendurada na parede. A porta do banheiro era no lado em que a cama ficava.

- Uau! – Khloe exclamou, olhando tudo envolta.

- Fique à vontade para se banhar e dormir, se quiser lanchar antes de deitar, a geladeira está abastecida. – Katarina falava enquanto pegava a pequena mala de Khloe, deixando-a sobre o grande baú acolchoado que ficava aos pés da cama. – Qualquer coisa é só me chamar, meu quarto é o do lado.

- Tudo bem, e mais uma vez obrigada. – Khloe disse depois de se sentar na ponta da cama, olhando Katarina vir em sua direção.

- Já disse, não precisa agradecer, amor. – Sussurrou, levando sua mão para a nuca da morena, puxando sua cabeça para cima, para deixar um beijo delicado sobre a testa de Khloe. Suspirou e afastou-se, saindo do quarto rapidamente, fechando a porta.

Khloe sentia sua pele queimar pelo beijo e sorriu, se jogando de costas na cama sentindo seu coração disparado em seu peito. Não podia acreditar no rumo em que sua vida estava indo, mas gostava muito disso. Sentia que seus sentimentos pela grega estavam cada dia mais fortes. Não podia dizer que era amor, pois m*l a conhecia, mas arriscaria a dizer que era paixão. Os sentimentos de Khloe estavam presos em sua alma desde que a conheceu, em 1514, por isso sentia-se desse jeito em tão pouco tempo.

Eles estavam apenas se revelando e impressionando Khloe pela intensidade.