Helena não voltou para casa naquele dia, informou a Jackson que ficaria com Rose e sua filha naquela noite. A Brown pegou as roupas reservas que deixa guardada em seu escritório para alguma eventualidade. Anne adorou ter sua tia Helena em sua casa e fizeram uma noite de pijama. Pediram pizza, assistiram filmes e jogaram juntas. Fazia bastante tempo desde a última vez que Helena se divertiu tanto assim.
No dia seguinte, Helena acordou com uma mensagem de bom dia cheio de emojis e acompanhado de um convite para tomarem café da manhã juntas enviado por Laura. Helena aceitou o pedido e foi para o banho com um sorriso nos lábios. Quando saiu do quarto de hóspedes da casa da amiga, já estava devidamente vestida para mais um dia de trabalho. Encontrou Rose na cozinha.
— Bom dia, Rose. — desejou parada na porta do cômodo. A Miller estava preparando o café da manhã.
— Bom dia, Helena — cumprimentou sorrindo — Dormiu bem? — quis saber, pois estava preocupada com a amiga.
— Nossa, e como. Há dias não dormia tão bem. — Foi até a amiga e parou do lado dela — Rose, obrigado por tudo, você é a melhor amiga que alguém poderia ter. — Rose sorriu.
— Não tem pelo que agradecer. Sempre que precisar estarei aqui. — a Miller se virou e abraçou a amiga.
— Bom, agora irei sair, pois tem alguém me esperando para tomarmos café da manhã juntas. — Helena tinha um sorriso bobo nos lábios. Rose possuía um olhar e sorriso malicioso.
— Helena, Helena, Helena, cuidado com as Connor, elas possuem o poder de encantar as pessoas. Falo por experiência própria. — Rose se aproximou mais de Helena e falou ao seu ouvido — Eu não sei a outra Connor, mas a que conheço, meu amor, ela faz loucuras na cama. — Helena arregalou os olhos e depois gargalhou junto da amiga.
Se despedindo de Rose e pedindo para ela dar um Beijo em Anne por ela, Helena pegou um táxi e saiu rumo ao café. Chegou ao local alguns minutos antes das sete. Laura ouviu o sininho acusando a chegada de mais um cliente e se virou na expectativa de ser sua convidada. Foi quando seus olhares se cruzaram e seus corações aceleraram em um ritmo já conhecido por ambas.
Helena sorriu e daquela vez não foi até o balcão, preferiu o conforto e a privacidade que a mesa lhes oferecia. Laura retirou o avental que usava e foi até a Brown, sorrindo feito uma adolescente boba. Helena não conseguia desviar o olhar da linda loira que ia em direção a ela.
— Bom dia, Senhorita. O que deseja pedir hoje? — Laura brincou. A morena achou graça e decidiu entrar na brincadeira também.
— Bom dia. Estou esperando uma pessoa. – Disse com um sorriso divertido brincando em seu lábios.
— Que péssimos modos essa pessoa deve ter — Laura falou se aproximando um pouco mais da morena que arqueou a sobrancelha — de onde já se viu deixar uma dama esperando. — Helena não conteve o riso ao ouvir o galanteio da outra.
— Na verdade, ela não está atrasada. Fui eu que estava muito ansiosa para vê-la e vim antes do horário combinado. — Helena virou o jogo e Laura corou com a sinceridade dela.
— Fico contente em saber que não sou a única ansiando encontrá-la — Laura se sentou na cadeira de frente para Helena. — mas me diga, o que gostaria de comer?
— Ainda não sei — Helena sorria olhando para Laura — acho que prefiro ser surpreendida por você. — a morena desafiou.
Laura, aceitando o desafio, se levantou da cadeira sem desviar os olhos dos de Helena e voltou para o balcão. Iria surpreender a morena, prepararia algo especial. Preparou um café cremoso, colocou um pouco de chantilly em cima e pegou alguns donuts que havia preparado mais cedo, pensando em servi-los para Helena.
Os donuts era uma receita especial, esperava que fosse do agrado da Brown. Colocou as duas xícaras em uma bandeja junto aos donuts e foi até a Helena. A morena ainda não entendia bem o efeito que Laura tinha sobre ela, mas sabia que seu coração batia feito um louco quando a via e impedir seu sorriso de nascer era impossível.
Por tudo que sentia e que ainda poderia sentir, Helena tinha que ser sincera com a loira, precisava falar sobre sua situação. Olhando para Laura indo em sua direção e sorrindo para si, ela soube que se arriscar e deixar a comodidade de lado foi o certo a se fazer. Laura colocou a bandeja sobre a mesa e serviu a xícara de Helena e a sua.
— Espero que goste, fiz esses donuts especialmente para você quando aceitou tomar café da manhã comigo. — Laura disse após ter servido as duas e se sentado de frente à morena. Helena primeiro tomou um gole do café e gemeu de prazer quando sentiu o sabor espalhar-se por sua boca.
— Nossa, Laura, isso está divino — tomou outro gole — nunca tomei um café tão gostoso. — Helena desviou sua atenção de Laura para os donuts, pegou um e mordeu. Ao sentir o sabor desconhecido em sua boca, mas maravilhoso, Helena revirou os olhos pelo prazer sentido. Laura sorriu ao ver a reação da morena. — Nossa! O que tem aqui dentro? É maravilhoso.
— O recheio é de brigadeiro, um doce que aprendi a fazer com uma amiga brasileira. Eu nunca havia feito para ninguém que não fosse minha mãe ou irmã. Somente para pessoas especiais. — Laura revelou e Helena sabia que não era uma cantada barata, sabia que a loira estava sendo sincera.
— Me sinto imensamente feliz em saber disso. — Novamente elas cruzaram olhares e como cúmplices de um segredo que somente elas conheciam, elas sorriram.
Voltaram a comer enquanto conversavam sobre várias coisas. Laura contou que havia se mudado para Nova York há pouco tempo, que antes estava fora do país trabalhando em um jornal de Londres. Foi quando Helena se lembrou do artigo que leu no dia anterior.
— Sobre isso, pensei que trabalhava aqui no café, mas ontem li um artigo seu. — Helena disse — Trabalha na Johnson Jornal e Magazine, certo?
— Sim. Me mudei para cá quando soube da vaga de repórter e por sorte consegui o emprego e agora estou perto da minha família. — Laura se sentia orgulhosa por sua conquista — Esse café é da minha mãe. Durante as manhãs venho ajudá-la antes de ir para o trabalho. Ah, tenho uma irmã chamada Stefany, ela é agente do FBI.
— Então, uma amiga me contou sobre sua irmã. — Helena informou e Laura franziu o cenho.
— Que amiga? — a confusão estava estampada em seu rosto.
— Rose. Ela namora a Stefany. Fiquei tão surpresa quanto você. — achou graça da cara da loira.
— Essa cidade é menor do que eu imaginei. Mas e você, Helena, me conte mais sobre ti. — Laura pediu e Helena sabia que era hora. Não sabia o que o destino guardava para elas ou se elas teriam um destino, mas ela precisava ser sincera.