1

1101 Palavras
Melyssa Garcez Eu estou em tempo de surtar muito aqui. Leio o e-mail na tela no meu notebook com atenção e tento ao máximo não surtar ainda, porque preciso ler até o final. Receber um e-mail da Universidade de Oxford não é para qualquer pessoa, mas, quando você recebe aos dezesseis anos de idade é quase impossível. Sim, eu tenho dezesseis anos. Eu já conclui o ensino médio por ser uma garota prodígio e por causa do meu trabalho da feira da escola sobre um aplicativo de monitoramento de dados empresariais e gestão de arquivos, a escola me ajudou muito no processo de seleção para a faculdade e esse é o resultado. Fui aceita com honra e não acredito que poderei ir para o Reino Unido! Não acredito que consegui! Confesso que sinto uma ansiedade enorme por isso, porque é uma conquista grande. Enorme para dizer o mínimo e sinto um nervoso por isso. Se tudo der certo, eu vou ter que me mudar e ao pensar nisso, as minhas mãos ficam frias como gelo. Bom, vou falar um pouco de mim e torcer para que enquanto isso, eu controle essa ansiedade. Prazer, me chamo Melyssa Garcez, tenho dezesseis anos e os meus pais são Kate e Jason. O meu irmão mais velho se chama Adam e é o amorzão da casa. Literalmente! Mas não tem como não ser? Ele conquista todo mundo facilmente e ele diz que não, mas, é um grande ciumento e estou na sua lista. Acho que até no topo dela. Eu sou bem diferente dele. Sou mais quieta, gosto de ficar em casa, de estar em família e acreditem, sou um certo desastre em pessoa. Tirando a escola, quando algo era realmente importante e que eu tivesse todo o conhecimento, eu simplesmente travo muito. Sou péssima em fazer amizades e para completar, sou bastante insegura. A insegurança veio por alguns motivos, mas, aumentou quando eu soube que eu precisava fazer uma vaginoplastia. Eu nasci com um pequeno detalhe a mais, ou seja, os mais lábios internos da vaginä eram maiores e além de incomodar e ser feio, era necessário fazer a cirurgia e foram semanas de recuperação. Peguei alguns pontos, o local ficou sensível e inchado, mas deu tudo certo! De alguma forma, eu confesso que me sinto estranha e até errada, mas, a insegurança maior veio por esse motivo. Como não sou muito boa em socializar e tal, eu estudo bastante e tenho as melhores notas da instituição. Quer dizer, tinha, porque já sai recentemente. Só tenho uma melhor amiga a Heloise. Eu não namoro, nunca namorei e esse é um lado meu que confesso que evito. Bom, eu não me sinto muito bem com o meu corpo. Sou magra de mais, tenho pouco mais de 1,60 de altura, cabelos longos e de rosto, sou bem parecida com a minha mãe, mas no resto nem tanto. A minha mãe é linda, um mulherão na verdade e há muito tempo, eu fico me perguntando se vou ficar parecida com ela. — Mel! Querida, vem comer! — É a minha mãe respiro fundo para ir. Antes, eu pego o meu celular e já entro no site da universidade e saio fazendo o login. Preciso mostrar isso aos meus pais logo ou vou surtar! Quando chego nas escadas, Adam, sai do seu quarto com uma camisa na mão e cabelos molhados e, quando ele chega perto de mim, eu bloqueio a tela do celular na mesma hora. Ele me olha com a testa franzida e já sei o que vai me perguntar. — O que está escondendo de mim? — Ele me olha seriamente e sei que vai começar a fazer cena. — Eu? Nada? — Tento dar um passo para descer, mas ele segura o meu braço. — O que foi, Adam? — Quem é o defunto? — Eu o olho chocada e puxo o meu braço de volta. — Ficou maluco? — Fico chocada e, sim, isso é ciúme como falei anteriormente. De propósito, Adam mexe nos cabelos molhados fazendo respingos caírem sobre mim e deixo um tapa no seu peito. Desço as escadas quase correndo e ele vem logo atrás ainda querendo saber do meu celular. Sou surpreendida quando ele me pega pela cintura e me eleva e isso me faz gritar em reação, então, ele tenta pegar o meu celular. — Me larga, Adam! — Peço sentindo um pouco de cócegas pelo jeito que ele me pegou. — Quero saber com quem está falando..., quem é o idiotä? — Ele insiste e começo a me debater. — Ninguém! Para com isso que eu não ando atrás das garotas que você fica. — Declaro conseguindo sair e corro para a sala de jantar. Vejo os meus pais já sentados à mesa e eu me sento ao lado do meu pai como sempre. Já Adam, se senta ao lado da nossa mãe e ele me olha ainda me fuzilando. A minha mãe come um bolo tranquilamente e o meu pai uma torrada como de costume. Eu deixo o celular no meu colo e começo a me servir de pão recheado, umas torradinhas pequenas, pego uma maçã e um suco de laranja. Adam pega apenas um pão e morde me encarando, mas decido ficar calada. — Mel está escondendo alguma coisa. Eu aposto que está namorando escondido e não quer contar. — Adam diz fazendo o meu pai se engasgar com o café e nisso, é café respingado para todos os lados. — Você é um idiotä! — Declaro querendo voar em cima dele. — Mas que... — O meu pai começa a tossir e a minha mãe se levanta indo até ele o ajudar. — Que conversa..., é essa? — Ela tenta se recuperar e a minha mãe dá suco para ele. — Namorando? É sério, Melyssa? — Melyssa? É verdade? — A minha mãe pergunta com um pequeno riso e Adam me encara onde eu queria dar na cara dele. — Não é verdade... — Falo olhando para eles dois. — Mas está escondendo alguma coisa. Por que o mistério? — Adam insiste e respiro fundo para falar. — Eu fui aceita na Universidade de Oxford que falei semanas atrás, então..., ganhei uma bolsa e como sabem é no Reino Unido. — Digo de uma vez e a surpresa da minha mãe é uma mistura grande. Já o meu pai se engasga outra vez e Adam me olha de boca aberta. Pronto, já estou ansiosa outra vez e não consigo evitar. Sempre é mais forte do que eu e a vontade de comer cai drasticamente.
Leitura gratuita para novos usuários
Digitalize para baixar o aplicativo
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Escritor
  • chap_listÍndice
  • likeADICIONAR