capitulo 36

1857 Palavras

📓 NARRADO POR REINALDO SANTANA (REY) O beco descia estreito feito garganta de cobra. A gente ia lado a lado, eu e Pardal. O chão trepidava com o ronco do caveirão subindo o asfalto como fera solta do inferno. Lá em cima, o helicóptero varria as lajes com aquele facho branco que parece dedo de Deus julgando. Pardal ajeitou o fuzil no ombro, murmurando: — “Vai começar, chefe.” — “Já começou.” — respondi seco. Passamos pela viela do Seu Leléu. A parede ainda tinha marca de bala da última invasão. Ali, cada tijolo tem memória. Cada escadinha carrega sangue antigo. O Cruzeiro não esquece quem pisa errado. Chegamos na bifurcação da Escadaria do Campo. O posto 5 já em vista. Os moleques no rádio sussurravam como reza: — “Caveirão passou do quebra-mola… viatura na cola… tanquinho aberto

Leitura gratuita para novos usuários
Digitalize para baixar o aplicativo
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Escritor
  • chap_listÍndice
  • likeADICIONAR